capítulo 15: os quatro Hs e as confissões de fãs [+16]

3.3K 253 20
                                    

— O céu está tão bonito — Barbie comentou, inclinando a cabeça para trás

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

— O céu está tão bonito — Barbie comentou, inclinando a cabeça para trás.

O grupo não consolidado conferiu.

E era verdade.

O azul dos céus estava bem forte e intenso, num azul escuro maravilhoso. As estrelas, em grandes proporções, desenhavam o céu como se fosse uma magnífica pintura e, apesar da leve ventania, o clima estava agradável naquela noite de dezessete de julho. Dezessete de julho. Concluí que há duas semanas eu estava longe de Washington, longe de casa, convivendo com outras dezesseis garotas, já que cinco voltaram para casa.

Esta semana duas deixaram a competição. Na segunda, Eduarda Williams se despediu de nós, e ontem, Maira Gomez. Fiquei chateada, porque não esperava ver alguém tão legal e bem-humorada como Maira deixando a competição — mesmo sendo do grupo de Chelsea. A eliminação de Maira, uma das brasileiras da competição, me deixou até apreensiva com a eliminação de amanhã. E se Kellan for eleminado? Nem pensei em mim, pensei no meu amigo. Não seria legal continuar aqui sem ele; seria insuportável.

A ideia me deixa enjoada.

Afasto os maus pensamentos e tento perceber o assunto da conversa.

Melinda, com sua personalidade intensa e suas ideias malucas, tenta convencê-los com as teorias de que as estrelas não brilham e que, na verdade, é tudo ilusão de ótica. O assunto é interessante e educativo, mas nada nas últimas vinte e quatro horas ocupa meus pensamentos mais do que a breve, relexante e inesperada conversa com Harry. As conclusões são simples: aquilo não aconteceu, e, de alguma maneira, você está delirando.

Passo e repasso a conversa, resposta por resposta, pergunta por pergunta.

Aconteceu mesmo.

E no segundo seguinte, outras suspeitas de que o episódio seja da minha cabeça, voltam para me assombrar.

Concentro-me nas batidas do meu coração. O ritmo dispara ao lembrar do quão gostoso o tom de voz de Harry é, mesmo que por chamada. Os pêlos do meu corpo se arrepiam com a leve menção da conversa, e a minha língua estala sem consentimento. O meu estômago embrulha e as minhas mãos começam a soar. Uso a barra da blusa de mangas para secá-las, ignorando a presença de outras pessoas.

Fecho os olhos e inspiro o máximo de ar que consigo.

Foi tão bom falar com H. Ri sozinha. Aos quatorze, o chamava de Harryzinho, porque achava incrivelmente fofo, ainda que inconscientemente fosse bobo e o típico apelido de fã. Aos quinze, adotei o apelido "curly", que significa cacheado em inglês. O único motivo para chamá-lo assim eram os cachos que ocupavam o espaço na sua cabeça. Mantive o apelido até metade dos meus dezesseis anos, na qual foi substituído por Harreh. O motivo? Só por ser engraçado e a ideia de chamá-lo pessoalmente assim ser bem convidativa. Aos dezoito, comecei a chamá-lo de H. Por conveniência? Não, jamais faria isso; na verdade, pelo simples fato de estar cansada de chamá-lo como todas as outras fãs.

WeekendOnde histórias criam vida. Descubra agora