capítulo 6: o adeus necessário

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"No dia em que eu te conheci
Você me disse que nunca se apaixonaria
Mas agora entendo você
E sei que medo é o que realmente era"

— Give Your Heart a Break,
Demi Lovato.

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CAPÍTULO SEIS
o adeus necessário.

Um arrepio correu pela minha espinha quando Harry, Kellan, Greg — o pai de Aiden — e alguns outros amigos da família, ergueram o caixão do Aiden e o carregaram pelo gramado do cemitério

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Um arrepio correu pela minha espinha quando Harry, Kellan, Greg — o pai de Aiden — e alguns outros amigos da família, ergueram o caixão do Aiden e o carregaram pelo gramado do cemitério. Alissa estava inconformada. Naquele momento, suas lágrimas já tinham secado, mas o olhar triste em seu rosto evidenciava seu desamparo para lidar com aquela situação irreparável.

O caixão foi colocado lentamente dentro da cova.

— Estamos aqui presente para o último momento dos familiares com Aiden Reed. Um homem honesto, companheiro e bom... — O padre começou o discurso. Enquanto ele falava, jogamos flores brancas sob o caixão e Alissa, enfim, se despediu do marido. — Que o Senhor conforte os vossos corações.

Peguei um punhado de areia e joguei sob o caixão.

Eu nunca me dei bem com a morte.

Na verdade, não é natural do ser humano se dar bem com a morte. É exagerado. Acho que o que fazemos é aceitar a ideia de que pode acontecer agora ou daqui a cinquenta anos. Apenas deixamos isso de escanteio, e quando acontece, é esse choque, como se isso fosse algo inédito, que nunca acontece.

Mas acontece.

E o pior é que ninguém está preparado para perder alguém.

Os caras que provavelmente cavaram a cova de Aiden, agora estavam jogando a terra novamente lá dentro. Cerca de cinco minutos — que pareceriam mais horas — os coveiros cobriram a cova, arrastaram as pás para deixar a terra lisa e conseguirem cobrir com uma grama artificial. Uma lápide foi colocada na ponta superior, com a data de nascimento e sepultamento de Aiden Reed.

Grande parte dos amigos e familiares que compareceram, foram se afastando. Alissa permaneceu ajoelhada aos pés da cova do marido. Ela olhava como se enfim, estivesse aceitando o fato de que ali, estava o corpo sem vida de Aiden. Alissa estava se despedindo ou tentando aceitar, definitivamente, a morte dele. A aceitação é uma das fases do luto mais difíceis e demoradas de acontecer.

Me ajoelhei ao seu lado e acariciei suas costas.

— Oi, Aiden.

Olho no momento que escuto sua voz.

— Sou eu. Alissa. Sua esposa. Sinto sua falta. E dói absurdamente muito. Ainda não entendi porquê você se foi — ela começa, com as lágrimas rolando pela bochecha — e me deixou sozinha. Nos deixou. — Um sorriso singelo e bem pequeno, quase inexistente, se curva em seus lábios. — Você não sabia, mas eu estou grávida. Seu filho, Aiden. Ele ainda é um grão, mas é nosso. 

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