GAVI

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Dias atrás

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Dias atrás....

O trato estava mais vivo do que nunca.

Ferran girou tão violentamente os pneus na curvatura do asfalto que tínhamos certeza que a fumaça ressurgiu na traseira, ocasionado pela profundidade da manobra. A Lexus acabava de entrar no endereço daquele maldito jogador que briguei dentro de campo e nenhum de nós três parecia disposto a dar meia volta e desistir do que foi combinado. Por mais que a situação saísse em centenas de jornais se tudo fosse descoberto.

— Sabe que por um lado é até bom que ele tenha te provocado. — abrimos a porta de cada lado e ajustei a máscara escutando Ferran relembrar do ocorrido de poucos minutos atrás, contornando para acionar a liberação do porta-malas e retirar o conteúdo de líquido inflamável. — Temos um motivo para fazer novamente a bagunça depois de alguns meses.

Sim, de fato. E se eu me lembrava bem, poderia ter sido há cinco meses, para ser mais exato. Repetindo a vez de Ferran porque ele se aborreceu com um assunto envolvendo a Sira. E se fôssemos totalizar todas as ações que seguiram por esse mesmo caminho de hoje, seria a quarta conduta que agiríamos na desordem. Na bagunça como ele mesmo nomeou. Na imprudência do anti-heroísmo.

— Mas isso é porque ainda não existia uma mulher que fizesse o pequeno príncipe perder a cabeça.

— Da mesma forma que a sua amiguinha fez contigo?

— Isso já faz muito tempo.

— E mesmo assim ainda não conseguiu esquecer ela.

Porcaria de apelido que não era esquecido. Esse assunto se encerrou quando Leonor cumpriu o que prometeu e declarou na mídia sobre os falsos rumores levantados na época da copa, então felizmente não havia mais nada a ser relacionado com o meu nome que pudesse estender a chacota no vestiário.

E com certeza fora dele também.

Pedri recolheu o segundo armazenamento plástico e me olhou, sem dúvida alguma, sorrindo de início com sagacidade e fechando a curvatura pelo domínio da raiva. Ele odiava que fosse lembrado da quebra de confiança de anos atrás, e eu não poderia ter a comprovação exata da sua expressão fácil por causa da máscara de marca registrada que cada um exibia, mas eu o conhecia o suficiente para saber identificar somente pelo seu tom de voz proferido.

Eles foram os primeiros a dar vida à isso aqui, ao ato de vingança. Por situações e razões diferentes. E a única coisa que interligava os pontos como aqueles quadros investigativos dos filmes polícias, era a motivação dos três.

Todas mulheres.

Mas não por causas fúteis ou de pequena importância. Pedri fez pela ex-melhor amiga. Ferran fez pela diaba da Isla e recentemente pelos comentários internos de uma foto de Sira. No vestiário adversário, existiam dois jogadores mencionando o nome dela com as mesmas intenções que ouvi hoje de Serena. Com perversidade e desprezo. E não demorou muito para que a conversa se espalhasse e chegasse ao conhecimento dele, ainda na fileira organizada rumo ao início da partida.

Delicate • Pablo GaviOnde histórias criam vida. Descubra agora