GAVI

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Porra, eu havia acabado de tomar um cartão amarelo

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Porra, eu havia acabado de tomar um cartão amarelo.

Eu não sei qual era o problema de um dos laterais do time adversário, mas desde o início do jogo ele fazia umas falta do caralho pra cima de mim, e era mais do que óbvio que eu não iria levar essa situação numa boa. Pedri e Fati falaram duas vezes comigo me chamando atenção para esfriar a cabeça, só que parecia ser impossível quando o campo se assemelhava mais para um de um ringue de MMA do que propriamente uma partida de futebol, e tudo isso em vinte minutos do primeiro tempo.

— Cara, você vai acabar sendo expulso se continuar desse jeito. — Ferran me entregou uma garrafinha de água e tomei boa parte em um só gole, sentando em um dos bancos do vestiário. Os minutos de intervalo haviam sido sinalizados e o amontoado de jogadores caminharam para dentro do estádio com o tempo calculado, tão cansados e sedentos quanto eu. — O que aconteceu lá?

— E eu que sei? — continuei bebendo do líquido e passei um lado do braço direito na testa, afagando o suor escorrendo. — Ele veio rasgando na minha perna, três vezes já. Deve tá querendo dar uma de Sergio Ramos. — e logo os que estavam escutando a minha declaração começaram a rir cuspindo a água, fazendo-me também achar graça da última frase. — É sério, merda.

— Não mas eu vi também, ele tá entrando na maldade. — Raphinha concordou e gesticulei após o apoio. — Ele não te falou nenhuma provocação? — nego automaticamente. — É birra então.

— O ruim é que ele aqui é esquentado que só carvão em brasa. — Pedri desferiu alguns tapas na minha cabeça e me esquivei o impedindo de continuar. — Vai pegar um vermelho se continuar nessa.

— Ele não vai cair na pilha dele.

— Ah, ele vai. — o González sentou-se suspirando ao lado de Ferran enquanto respondia ao brasileiro. — Acredite, perdi as contas de quantas vezes precisei tirar ele de uma briga.

— Claro, eu não vou ficar tomando porrada quieto. — levanto-me colocando a garrafinha no chão e dando alguns passos ao redor. Faltava cinco minutos para retornarmos ao jogo e eu sabia que ainda iria receber uma atenção do treinador por causa do atrito recente. — Quero ver se essa brincadeira vai continuar.

Eles permaneceram comentando sobre o assunto mas acabei nem prestando mais atenção. A raiva fervia entre as minhas veias e eu realmente precisava me controlar pelo o melhor desempenho do grupo. Estávamos em vantagem agora mas ainda tínhamos o segundo tempo todinho pela à frente, então por mais que eu quisesse devolver todas as entradas criminosas que me foram lançadas, a minha mente precisava pensar no coletivo. Completamente tomada pela a raiva mas precisava.

Eu só não sabia até quando esse pensamento pacífico iria durar.

Senti o frio gélido do spray pertencente ao preparador físico se espalhar na minha perna direita, palpitando pelos choques agressivos com o outro jogador. Se ao menos a minha bonequinha estivesse aqui, seria tudo mais fácil de controlar.

Delicate • Pablo GaviOnde histórias criam vida. Descubra agora