GAVI

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Euforia era o nome

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Euforia era o nome.

Todo mundo se cumprimentava na volta pro vestiário. Llorente tropeçou com os próprios pés e caiu na nossa frente ainda resmungando, fazendo as risadas ecoarem mais do que qualquer outra coisa naquela sala. Abracei ele com o intuito de bagunçar o seu cabelo molhado do jogo e de repente uma música espanhola começou a preencher o espaço lotado de jogadores, levando o restante a cantarolar a letra com uma loucura absurda.

Foi sete a zero.

Sete a zero.

E um deles foi para a minha bonequinha.

Eu poderia apostar que a loira não estava nada feliz comigo depois do que aconteceu aqui, nesse mesmo lugar que todos comemoravam. E só de lembrar da sua raiva se dissipando o meu sorriso se construía automaticamente.

Todos mostravam os dentes com a vitória do time então ficava muito mais fácil esconder a real explicação para a minha felicidade aparentemente repentina.

Menos pra um deles, é claro. Pedri estava com uma preocupação do caramba pra cima de mim desde que Serena deixou a sala. Ele fez questão de me lembrar de todos os existentes e inexistentes motivos para não se envolver com a filha do treinador. Ainda mais porque Serena não era tão amigável quanto a irmã dela era, o que facilitava e muito para Ferran.

Mas isso não era novidade para ninguém, muito menos pra mim. Eu já fiquei preso com a fera e consegui arrancar minutos de paz com ela duas vezes.

Porra, sem falar no beijo também. Minha mente ainda tenta arduamente processar essa incrível informação. Era como se a ignição das cenas não rodasse de forma alguma, paradas no tempo como pedra. E tenho quase certeza de que foi um baita delírio coletivo entre mim, Serena e Pedri.

— Quando foi que tudo começou? — e depois de uma hora e meia comemorando no vestiário, deixávamos o local cumprimentando alguns dos funcionários que nos aguardavam pelos corredores. Na entrada do ônibus, Pedri teve que falar mais baixo. — No banheiro do CT?

Paro nos degraus, olhando para ele atrás de mim.

— Não se faz de bela adormecida, você sabe que foi.

— O que caralhos tem haver a bela adormecida?

— Sei lá. — começo a rir e logo sou empurrado para entrar de uma vez, escolhendo qualquer lugar aleatório no meio para ficar. — Combina contigo.

— Não muda de assunto não, Gavira. Você sabe que está entrando no território proibido. Quer dar uma de Ferran agora? — particularmente eu não estava muito interessado nos sermões que ele pudesse me falar então tudo o que fiz foi escorar a minha cabeça no banco e colocar o fone. No segundo que fecho os olhos, Pedri puxa o acessório e continua. — Presta atenção, soldado.

Delicate • Pablo GaviOnde histórias criam vida. Descubra agora