SERENA

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Sira teve a brilhante ideia de me arrastar para o centro de equitação hoje

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Sira teve a brilhante ideia de me arrastar para o centro de equitação hoje.

Era uma manhã de segunda-feira ensolarada na cidade e o clima estava perfeito para que ela praticasse saltos em treinamento. Os dias anteriores haviam sido cancelados por conta das fortes chuvas noturnas e quando amanhecia, o local ficava inapropriado para o uso devido com os cavalos, com tantos motivos cabíveis e listáveis para se tornar algo perigoso.

Coloquei a câmera no meu celular e comecei a filmar ela saltando. Sira estava no seu segundo pulo no arco, vestida com uma blusa de mangas compridas branca e a calça e as botas pretas de cano longo em destaque, com o animal sendo o seu velho conhecido e também possuindo uma pele de cor clara. Ela parecia tão determinada a ganhar as provas da temporada que iria se iniciar que não contive a boa vontade de grava-la.

Sira conseguia ser no mínimo uma excelente amazona, e isso sempre enchia a família toda de orgulho. Na última competição ela ganhou não só o primeiro, mas como também o terceiro lugar de uma só vez, representando o seu país espanhol.

No entanto, eu ainda estava chateada com Pacho pelo o acontecimento esquisito na cozinha. Ele não me deu mais explicações e papai também enterrou o assunto, como se eu fosse uma criança que tivesse escutado a conversa dos adultos. E eu não gostava de agir feito tal, mas confesso que venho evitando o contato dos dois por um tempo. Detestava ser mantida no escuro de informações e estava cansada de falar a mesma coisa por diversas vezes.

Eu poderia ser a mais nova, mas não era burra. Eu percebia as coisas. E nada que eles tentassem me esconder passaria despercebido pela a minha intuição apurada, que em noventa e nove por cento das vezes estava certa.

Existia muitos espaços divididos para treinar no centro e o lugar era extremamente enorme, caracterizado de muito verde dentro e em volta dele. Sira veio caminhando após finalizar mais uma rodada e segurava a rédea de Mano Negra, com uma das mãos para guia-lo até onde eu estava, comigo usando roupas simples de um agasalho rosa e calças jeans clara.

Ela parecia ser uma pessoa de uma posição importante se fosse comparado com o meu cenário atual, de postura impecável e trilhar majestoso cujo ela desempenhava mediante ao esporte que amava.

— Eu não recebi nenhuma chamada mesmo? — ela passou a posse de Mano Negra para a mão esquerda e segurou o seu aparelho após eu lhe entregar. Murmurei uma resposta em negação e logo um suspiro foi esboçado. — Ele ficou de ligar hoje de manhã e nada.

Sira esperava por uma ligação de Ferran desde quando ainda estávamos tomando café na mesa, dizendo que antes do jogo ele havia prometido a discagem porque à noite estaríamos todos dormindo.

O que era muito verdade, pois diferentemente do habitual, a partida no Camp Nou não aconteceu pela a tarde e raramente nos dávamos conta da presença dele aparecendo na casa. Eu nunca via ele chegar após as partidas noturnas. E isso porque o meu sono parecia ser o mesmo de uma senhora de noventa anos, tão nova e ao mesmo tempo tão idosa em determinadas partes do tempo.

Delicate • Pablo GaviOnde histórias criam vida. Descubra agora