GAVI

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Dias atrás

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Dias atrás....

Diego Heredia era o maldito nome que eu precisava lembrar. Que precisava cobrar. E fazê-lo pagar, em ao menos, uma mísera porcentagem, por ter levado o conflito futebolístico daquele jogo para fora de campo.

Eu não seria o primeiro a fazer isso e tão pouco o último. Pelo menos não no esporte. O fato da melhor amiga de Pedri ter fodido com a cabeça dele quando terminavam o ensino médio, poderia ter escapado de entrar no meio do motivo esportivo de vingança, mas não na segunda vez de Ferran. As primeiras não tiveram nada a ver com o mundo do futebol, por mais que o González tenha se restringido apenas na garota do passado, e surpreendentemente eu quem havia inaugurado do jeito certo. Sendo o finalista dos atos. Os motivos de ambos foram muito além de pessoais, não sendo uma discussão que se iniciou dentro das quatro linhas do estádio. Aconteceu por fora delas. E querendo ou não, todas as vezes que saíamos pela noite, sempre envolveriam emoções do coração. Ninguém com a plena consciência agiria deliberadamente por uma questão fútil.

Pelo menos não com a irônica clareza das faculdades mentais.

O que não era o caso anterior. Ele mencionou a última pessoa que deveria ter mencionado naquele momento e independentemente da minha reputação com temperamentos não ser a das melhores, nunca deveria ter falado de Serena daquele jeito. Por mais que eu não soubesse da gravidade que poderia ser ao colocá-la no meio dessa sujeira.

Eu estava me apegando à ela.

E não sentia nenhuma vontade de barrar o percurso atualmente inexistente de saída.

E eu sabia que não pararia por ali, naquele espetáculo do ao vivo. Sempre iria existir um filho da puta para tentar usar a imagem da mulher como objeto sexual. É um ciclo vicioso e doentio da sociedade. Então, que tivessem a coragem e continuassem dando explicações para me fazer perder a cabeça. Aurora era a prova viva de que as consequências dos meus atos nunca me colocariam contra a parede. Ela me ensinou isso. Da mesma forma que eu a ensinei não esperar ser salva por absolutamente ninguém.

Sempre tivemos o suporte um do outro e às vezes eu lamentava não poder contar sobre o que acontecia quando resolvíamos sair em trio. Mas durante a sua ausência, sim. Eu não pensaria duas vezes em defender arduamente as pessoas de minha importância. E jamais me arrependeria pelo estrago que causei em prol do que acreditava ser o certo.

Observei em volta da rua e nenhum movimento era notado além da presença de duas pessoas, sendo difícil de serem reconhecidas por alguma câmera de segurança escondida ou uma testemunha inesperada ocular. Serena estava com os cabelos contidos no casaco que a entreguei e a máscara de Ferran a cobria de suspeitas, assim como das outras vezes em que nos apropriamos do objeto como forma de proteção.

— Por que você me trouxe aqui?

Ela estava nervosa. Receosa. E, no mínimo, com medo do objetivo inicial do seu rapto. Eu poderia facilmente notar tudo isso em somente meia dúzia de palavras proferidas, porque a forma que eu a conhecia, não requeria nenhum esforço aberto de leitura facial.

Delicate • Pablo GaviOnde histórias criam vida. Descubra agora