Amizades e Engrenagens

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Segui diretamente para a forja naquela manhã, minha amada oficina

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Segui diretamente para a forja naquela manhã, minha amada oficina. Fui mais cedo do que o habitual, justamente para não ter que encarar minhas irmãs ou nossos convidados por um tempinho. E tinha que admitir, que manter a mente ocupada fazendo as armas, era mais relaxante do que mandar todos a merda, se ousassem tocar no assunto da noite anterior.

Não queria olhares de pena sobre mim, nem de Nestha, ou de Feyre e muito menos dos feéricos que vieram com ela. Não queria a piedade de ninguém, sobre o que aconteceu no passado. Não gosto de revirar algo que já está morto e enterrado a quatorze palmos no chão.

Detesto que me vejam como uma garotinha tola e indefesa. Eu matei a porra de um feérico lobo, isso deveria ter alguma valia, não?

Revirei os olhos, enquanto acendia a fornalha da forja.

Hora de trabalhar.

Estava trabalhando em um protótipo novo, que consistia em um arco e flecha que lançava com duas vezes mais distância que um arco normal. Ainda não estava pronto, como também meu novo bebê, uma miniatura de boneco de ventríloquo movido a base de engrenagens. Seria meu ajudante dentro da forja, quando estivesse finalizado. Sendo mais eficiente e prático do que um ajudante de carne e osso.

Mas, tive que parar meus protótipos para terminar a encomenda do General das rainhas humanas, ele me encomendo um escudo impenetrável e resistente a ataques direitos. Não era algo fácil, isso requeira muito tempo e material suficiente. Ele me enviou o que eu precisava, através de dois de seus soldados que vieram como mensageiros. Eles me orientaram de enviar uma carta ao General, quando estivesse pronta, para que ele mandasse alguém vir buscar.

Isso faz exatos dois dias e ainda estou trabalhando no esboço do escudo. Rabiscando sobre o caderno de desenhos que utilizava para os protótipos.

Foi então que coloquei meu avental, pus meu visor sobre a face, enquanto apanhei meu martelo e o metal recém aquecido, começando a trabalhar. O tilintar do martelo sobre o metal era ouvido e ecoava gloriosamente por toda a forja. Cada batida era precisa e em intervalos curtos.

Gosto de cantarolar uma música antiga, enquanto me locomovo pela forja, e segui até a lareira, colocando o metal sobre o fogo novamente. Teria que ficar alguns instante ali, ja que não estava muito maleável para pudesse molda-lo, precisava de mais calor. Pelo menos atingir a temperatura adequada. Então, me afastei, deixando alguns dos materiais separados, quando fosse a hora de fazer os detalhes fundidos aos ouro e a prata. Essa era a parte mais delicada, precisava de minha total atenção. Pois se algo desse errado, teria que refazer o trabalho novamente e resultaria na perda de um material de alta qualidade. Revesti minhas mãos com as luvas, antes cobertas apenas por faixas e retornei em direção a fornalha, com o auxílio da pinça, puxei o material para fora e o lancei sobre a grande bacia d'água.

O vapor subiu de imediato, aumentando o calor do ambiente. Um pequeno preço a se pagar, quando se faz armas. Mesmo que ainda estivessemos no inverno.

- Bom... muito bom - Digo sem esperar uma resposta exata de algo ou alguém a medida que examinava a peça colocada sobre a bancada. - Parece que teremos que ir para a fase dos testes, antes de começar a fazer o revestimento e os detalhes finais.

Corte de Dor e Esperança - Cassian Onde histórias criam vida. Descubra agora