A mais jovem entre as irmãs da família Archeron. Leana Archeron era percebida de longe, devido à sua beleza delicada e por seu temperamento impulsivo, como também, seu talento e predisposição para o ofício em armamentos de guerra. Desde seus treze a...
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Azriel 🦇🗡
- Você não é de falar muito, não é? - Uma pergunta um tanto tola, tinha que admitir. Sempre deixei escrito em minha linguagem corporal, era um sinal tão óbvio, que até uma criança notaria... Mas por algum motivo, a humana a minha frente parecia não notar. E se havia notado, provavelmente ignorou.
Deixei que meu olhar vagasse pelo cômodo. A riqueza em detalhes naquele ambiente, chamava a atenção. Já vira castelos com menos riquezas em séculos de existência, e ainda sim, podia sentir o ambismo entre minha vida e a vida de luxo o qual as irmãs de Feyre viviam. Por mais que Rhys me pagasse bem à cada mês, por mais riquezas que venho acumulado durante esses longos anos... não era digno. Eu não sou ninguém, nada além de um bastardo.
E assim seria, nada mudaria.
Reparei em seus detalhes, enquanto Leana tomava seu dejejum com tanto entusiasmo, que chegava a ser contagiante. A forma como seus cabelos loiros platinados brilhavam com a luz solar que adentrava as enormes janelas de vidro. Ela possuía ainda mais sardas que Feyre, sendo uma característica adorável e adornava perfeitamente sua pele levemente bronzeada. Seus olhos eram ternos, como ao mesmo tempo eram intensos e penetrantes, semelhantes aos olhos de uma leoa em uma caçada, avaliando e esperando a melhor hora dar o bote.
Seus olhos escondiam muitas coisas. Sentiam muitas coisas. Minhas sombras sussurravam isso a cada segundo... ela carregava muitas coisas dentro de si.
Tanta coisa... que ela parecia guarda em segredo.
Ao contrário de suas irmãs mais velhas - Que insistiam em ter suas refeições no quarto, para evitar qualquer tipo de contato conosco -, Leana não parecia temer a mim ou a qualquer um de meus irmãos. Como se nossa presença e poder não a intimidassem. De forma alguma. Ela ficava fascinada, com o poder que demonstramos ter. Seu olhar se enchia de encanto, como um olhar infantil...
Infância... algo que foi tirado dela. Feyre havia dito, que Leana amadureceu muito rápido, para garantir a sobrevivência da família. Que com apenas 13 anos, Leana ensinou à ela o manejo de adagas e espadas e foi caçar junto com ela.
Que já viu Leana deixar de comer, para que sua família pudesse repetir mais uma porção das caças que obtiveram... Ela preferia morrer de fome, para que sua família vivesse bem alimentada, segura e protegida.
Preferia passar frio, sob uma coberta em frangalhos, para que suas irmãs pudessem ficar com as melhores que tinham. Passava noites em claro, cuidado de seu pai, quando este ficava resfriado. Feyre mencionou que acordou durante a madrugada, para pegar um copo d'água e encontrou Leana sentada no chão, sua cabeça encostada no colchão velho da cama de seu pai, em um sono profundo - Que segundo ela, o odor das poucas ervas medicinais que havia restado do jardim de Elain, pairava no ar e uma compressa com água morna estava sobre a testa dele -, E este fizera a Feyre um sinal sutil de silêncio, para que não fizesse barulho e acordasse sua irmã, que insistirá em zelar pelo sono e saúde dele.
