Alguns dizem que o destino é ligado, bordado como um tecido. Onde a cada tecer da agulha sobre o bordado, os destinos de um, se interligam aos outros. No entanto, meu destino, está sobre linhas tortas e mal tecidas, na mão de uma aprendiz. Entrelinhas pontilhadas que possuem inúmeros caminhos distintos.
E são esses caminhos, o quais estou buscando para trilhar.
Os ventos era fortes por aquela floresta, cercadas por uma neblina densa. O que poderia dificultar a busca por algum tipo de caça decente.
Em dias como esses, os coelhos estavam em suas tocas, as raposas estavam escondidas e abrigadas daquela possível tempestade, que estava dando indícios de cair.
Havia marcas sobre os troncos de árvores, o que indicava a passagem de servos sobre aquela região. Não era algo incomum, cervos costumam afiar sua galhada sobre as árvores e se não fazem tal coisa, se alimentam das cascas das árvores.
Alimento.
Apenas tal pensamento, fez meu estômago roncar, a medida que avançavamos a passos cuidadosos sobre a neve fofa, que adoravam aquela floresta. Olhei para a direita, percebendo o sinal que Feyre fizera para mim. Indicando que eu continuasse a segui-la, e assim eu o fizera.
A fome havia nos levado mais longe de casa do que ousavamos proceguir, Mas o inverno era uma época difícil. Os animais tinham se retirado, entrado mais profundamente no bosque do que poderiamos segui-los, e a mim e Feyre restava caçar os desgarrados, um a um, rezando para que durassem até a primavera. Não tinham durado.
Passei os dedos dormentes nos olhos, afastando os flocos que se agarravam aos cílios. Os sons sigilosos da floresta eram perturbadores aos meus ouvidos, talvez fosse apenas meus instintos falando mais alto, me dizendo para ficar em alerta total, a medida que seguia os passos de Feyre para o mais profundo daquela floresta.
Permanecemos os passos cautelos até que as cascas vieram a se acabar, ao que parecia, seguiram viagem rumo para o norte, além do território dos lobos, e talvez para as terras feéricas de Prythian - onde nenhum mortal ousaria pisar, a não ser que tivesse o desejo de morrer.
Afastei tal pensamento, me concentrando nos arredores, na tarefa à frente. Era tudo o que eu podia fazer, tudo o que tinha conseguido fazer havia anos: me concentrar em sobreviver à semana, ao dia, à próxima hora.
O som de passos foram captados pelos meus ouvidos. E pelo que pude perceber, por Feyre também.
- Ouviu isso? - Perguntou feyre, como a um sussurro.
- Veio daquela direção - Apontei, sussurrando de volta.
- Vamos - Disse Feyre.
E eu a segui, com minha espada a postos.
Nos arriscavamos muito ao entrar tanto na floresta, mas tínhamos acabado com o pão no dia anterior, e o restante da carne-seca, no dia anterior àquele. Mesmo assim, eu preferiria passar outra noite com fome a satisfazer o apetite de um lobo. Ou de um feérico.
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Corte de Dor e Esperança - Cassian
Fiksi PenggemarA mais jovem entre as irmãs da família Archeron. Leana Archeron era percebida de longe, devido à sua beleza delicada e por seu temperamento impulsivo, como também, seu talento e predisposição para o ofício em armamentos de guerra. Desde seus treze a...