XI

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P.O.V Nádia.

    Olho para ele do outro lado do elevador enquanto vejo a contagem dos andares subir.

   - Quando sairmos daqui, vai cumprir sua palavra... - Me apoio na barra dentro do elevador.

    - Quer gozar no meu pau até desmaiar? - Pergunta com um sorriso sacana.

   - Se for capaz de conseguir isso... - O olho em desafio.
 
   - Se for capaz de aguentar isso... - Devolve.

   - Eu aguento qualquer coisa... - Semi cerro os olhos.

   As portas se abrem e me deparo com uma homem baixinho e barrigudo, com uma camisa de onça e um charuto na mão.

   Parece um daqueles bicheiros dos anos 90.

  - Philipe... Que bom que está aqui. -  Diz sorrindo para o recepcionar. 

   Franzo o cenho para a falta de cavalheirismo do homem de não me cumprimentar primeiro, de sequer me olhar.

    - Mendonça. - Philipe aperta sua mão e se vira para mim. - Nádia Devan... - Me apresenta. - Ela está inspecionando o cassino hoje a noite comigo.

    Ele me olha de cima a baixo com desdém.

   - Boa noite... - Diz sério e volta a sorrir para Philipe. - Vamos lá? - Olha para ele seguindo para sua sala.

   Ignoro seu boa noite, respirando fundo para me conter.

   - Essa inspeção vai ser feita meticulosamente... O capo quer nos mínimos detalhes cada número, não é Nádia? - Philipe me olha para continuar.

    - Sim... Então precisamos de todos os balanços dos últimos meses. - Completo.

    - Philipe... Não se preocupe tudo já está organizando para que veja... Tenho lealdade ao meu capo. - Mais uma vez me ignora.

    Olho para Philipe deixando visível no meu rosto que estou prestes a perder a paciência e ele assente assim que entramos na sala e nós dois nos sentamos.

   - Isso que é o que vamos ver... Entregue a Nádia e ela vai revisar agora. - Philipe o encara.

    O homem para o encarando.

   - Philipe... É melhor você revisa. - Diz incomodado.

    - Não... Ela quem vai revisar. - Arqueia a sombrancelha. - Algum problema?

   O homem larga a pasta parecendo perde a paciência.

    - Claro que tem problema. - Explode. - Ela é mulher, não tem competência nenhuma para revisar nada.

    Ergo as sobrancelhas e respiro ainda mais fundo, como se fosse pegar todo o ar do ambiente só para mim.

   - Se eu estou aqui a mando do capô, meu pai... É porque eu tenho, pode acreditar. Agora me entregue... - Estico a mão com a expressão seria.

    - Não! Você nem deveria está aqui... Deveria está em casa como uma mulher tem que ficar, já casada... Não vou entrega meus relatórios para você... - Cospe as palavras pegando as pastas novamente.

   Philipe olha para mim e pede calma se levantando arrancando os papéis da mão do infeliz.

   - Seus relatórios? Vamos informar ao capo que você se acha dono do que pertence a ele. - Diz o pegando pelo colarinho lhe dando um soco.

   - Philipe eu não quis dizer isso... - Diz com as mãos no nariz jorrando sangue.

    - Sim... Você quis e pode ter certeza que será colocado para dizer isso em frente ao capô. - Diz com odio.

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