XIX

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P.O.V Nadia.

   Olho em volta vendo a mesa rodeada de pessoas enquanto Lucca está de frente para mim ao lado de Philipe que está ao lado dele.

  - Então Lucca, você vai assumir o lugar do seu pai em breve? - Esther quebra o silêncio tentando deixar as coisas mais agradáveis.

  Se isso fosse possível.

  - Sim... Talvez daqui a um ano tudo vai depender de quando eu me casar... Preciso ter uma esposa para garantir o legado da minha família com herdeiros. - Responde me olhando.

   Philipe engasga com a água afrouxando a gravata.

   - Uma certeza que vai produzir herdeiros... Ótima descrição de cargo de cargo para a primeira dama. - Ele debocha.

  - Deve ter muito mais além disso. - Tento sorrir para Lucca enquanto o garçom vem e nossas direções.

   - É claro que tem, o raciocínio feminino sempre foi o trunfo dos capos... Mas no fim, é uma necessidade... - Assente.

  - Ela adora crianças, tem que ver. - Alessandro debocha.

   - Mais que merda... - Falo olhando para o prato com repleta indignação quando o garçom sai, deixando o meu prato que foi o último a ser servido.

  - O que foi Nadia? - Ana pergunta ao meu lado.

  - Olha. - Aponto para meu prato.

  - Oh não! - Coloca a mão na boca.

  A essa altura já chamei a atenção de todos na mesa.

   - Esta tudo bem? - Lucca franze o cenho.

   - São frutos do mar, eu não pedi frutos do mar. Sou completamente alérgica, isso poderia me matar... Como eles podem ser tão descuidados?! E se não tivesse vindo errado de forma tão obvia? Se tivesse vindo um ingrediente que passasse despercebido? Isso é aqui é uma fortuna, não pode ter erros assim! - Suspiro.

   - Que absurdo. - Philipe solta o talher.

   - Ah é isso? - Lucca rir. - Nádia... É um erro... Podemos pedir outra coisa, podemos pedir outro prato... O chefe deve ser confundido na hora do preparo, a mesa esta repleta de pessoas. Não é pra tanto.

   - Está dizendo que ter colocado a vida dela em risco não é pra tanto? - Philipe pergunta o encarando - E se ela passa mal? E se ela morre? - Olha para mim realmente preocupado. 

  - Não é para tanto? Por que você não toma um gole de veneno então já que algo mortal na sua comida não é nada demais?! - O fuzilo com o olhar.

   - Morrer por causa de um erro? É imaginação fértil e exagero. - Rebate.

   Ana arregala os olhos com seu descaso.

   - Qual a parte do "eu sou alérgica" você não entendeu?!

   Philipe nos interrompe quando se levanta, arrumando o terno.

  - Com licença. - Segue em direção para a cozinha.

  - O que ele vai fazer? - Esther pergunta se assustando com o barulho das panelas caindo no chão e gritos.

   - Espero que ele não use as facas da cozinha em ninguém. - Ana morde o lábio.

  - É... Já eu espero que ele use sim. - Falo baixo mas audivel.

   - Adoro acompanhar esse tipo de entretenimento. - Eric cruza os braços sorrindo.

   Philipe traz o garçom e chefe pelo colarinho, os jogando no chão aos meus pés.

   - Acho que eles tem algo a dizer.

   - Senhora perdão por favor... O erro que cometi foi absurdo, me perdoe. - O garçom pede tremendo.

  Olho para o chão com os olhos arregalados e depois para Philipe.

   - Senhora o erro que cometemos foi de longe o mais grave de todas as nossas carreiras, para garantir que isso se repita não vamos mais servi frutos dos mar e assim a senhora terá a segurança de comer aqui... Nós perdoe por favor. - O chef implora como se sua vida dependesse disso, pois depende.

   - Tudo bem... Espero que não se repita. Tomem muito cuidado, é um grande risco trabalhar com comida, nunca se sabe o quanto um erro pode prejudicar alguém. - Digo seria porém mais calma.

   - Obrigada senhora... Vou trazer seu prato imediatamente. - Garçom levanta quase correndo.

   - O que você fez? - Esther pergunta abismada.

   - Reclamei com o gerente. - Responde tranquilamente voltando a me sentar.

  Olho para Philipe e sorrio contida.

  - Não precisa de... Tudo isso. - Abro mais o sorriso e coloco uma mecha de cabelo para trás. - Mas obrigada.

   Vou me lembrar de agradecê-lo direito mais tarde.

   - Alguém se importa bastante com o que passa pela sua boca. - Eric bebe da taça com sorriso malicioso.

   - Deixa de ser idiota Eric, você é nojento. - Faço cara feia pra ele. - E você deveria se preocupar também que sua irmã podia ter parado no hospital!

   - Eu me preocupo, mas não tive tempo de fazer nada. Alguém passou na minha frente.

   - É o que um homem de verdade faz. Seja mais rápido da próxima vez. - Philipe o provoca.

   - Vai se fuder. - Eric fecha a cara pra ele.

   - É uma oportunidade perfeita para um inseguro mostra toda a masculinidade tóxica. - Lucca revira os olhos. - Ridículo.

   - Não chamaria assim, achei um bom gesto. Deveria agir assim com sua esposa, se chama preocupação e proteção. - O encaro.

   - Eu também achei... Fofo, radical... Mas fofo. - Ana sorrir.

   - Se vai se casar comigo, já saiba desde já que eu não espero menos do que atitudes assim. - Deixo claro.

   - Se sou eu, é violênto. Agora o Philipe é fofo? Quem entende as mulheres? - Alessandro da de ombros confuso.

   - É questão de situação e proporção. - Ana se  inclina para falar.

   - Também acho que um homem tem que está disposto a fazer o que for para agradar e protejer sua esposa. - Esther concorda.

   - Ótimo, chegamos a esse consenso. - Pego o talher quando o garçom volta com meu prato correto. Sorrio para ele. - Obrigada. - Digo antes que ele se retire e dou a primeira garfada encarando Lucca séria e abro um sorriso de gratidão ao mudar minha atenção para Philipe.

   Lucca olha para todos como se estivesse vendo um absurdo e balança a cabeça em negativo revirando os olhos enquanto pega o vinho para colocar em sua taça.

   Philipe pega seu braço abruptamente impedindo sua ação.

   - Sirva a dama primeiro por favor... Tenha etiqueta a mesa, aqui não somos selvagens. - Diz arrumando o terno.

HORAS MAIS TARDE...

  Desligo o carro e arrumo meu sobretudo escondendo minha lingerie e pego meu batom vermelho para retocar no espelho do carro.

  Eu sei o quanto Philipe está bravo, por mais que ele tenha sobressaido no jantar, ele não engoliu a história... Então vou deixá-lo calmo e tranquilo.

  Passo a mão no cabelo dando volume e pego minha bolsa saindo do carro e travo as portas, já se passava das 22:30 da noite então a rua estava deserta.

   Sigo enquanto o único barulho são meus saltos no asfalto até que um clarão chama minha atenção e um carro vem em alta velocidade em minha direção.

  Mal tive tempo para pensar em algo e apenas me jogo no chão rolando para o meio-fio, enquanto o carro passa em alta velocidade atrás de mim, me deixando ofegante e assustada.

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⏰ Última atualização: Apr 11, 2023 ⏰

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