P.O.V Nadia.
Olho em volta vendo a mesa rodeada de pessoas enquanto Lucca está de frente para mim ao lado de Philipe que está ao lado dele.
- Então Lucca, você vai assumir o lugar do seu pai em breve? - Esther quebra o silêncio tentando deixar as coisas mais agradáveis.
Se isso fosse possível.
- Sim... Talvez daqui a um ano tudo vai depender de quando eu me casar... Preciso ter uma esposa para garantir o legado da minha família com herdeiros. - Responde me olhando.
Philipe engasga com a água afrouxando a gravata.
- Uma certeza que vai produzir herdeiros... Ótima descrição de cargo de cargo para a primeira dama. - Ele debocha.
- Deve ter muito mais além disso. - Tento sorrir para Lucca enquanto o garçom vem e nossas direções.
- É claro que tem, o raciocínio feminino sempre foi o trunfo dos capos... Mas no fim, é uma necessidade... - Assente.
- Ela adora crianças, tem que ver. - Alessandro debocha.
- Mais que merda... - Falo olhando para o prato com repleta indignação quando o garçom sai, deixando o meu prato que foi o último a ser servido.
- O que foi Nadia? - Ana pergunta ao meu lado.
- Olha. - Aponto para meu prato.
- Oh não! - Coloca a mão na boca.
A essa altura já chamei a atenção de todos na mesa.
- Esta tudo bem? - Lucca franze o cenho.
- São frutos do mar, eu não pedi frutos do mar. Sou completamente alérgica, isso poderia me matar... Como eles podem ser tão descuidados?! E se não tivesse vindo errado de forma tão obvia? Se tivesse vindo um ingrediente que passasse despercebido? Isso é aqui é uma fortuna, não pode ter erros assim! - Suspiro.
- Que absurdo. - Philipe solta o talher.
- Ah é isso? - Lucca rir. - Nádia... É um erro... Podemos pedir outra coisa, podemos pedir outro prato... O chefe deve ser confundido na hora do preparo, a mesa esta repleta de pessoas. Não é pra tanto.
- Está dizendo que ter colocado a vida dela em risco não é pra tanto? - Philipe pergunta o encarando - E se ela passa mal? E se ela morre? - Olha para mim realmente preocupado.
- Não é para tanto? Por que você não toma um gole de veneno então já que algo mortal na sua comida não é nada demais?! - O fuzilo com o olhar.
- Morrer por causa de um erro? É imaginação fértil e exagero. - Rebate.
Ana arregala os olhos com seu descaso.
- Qual a parte do "eu sou alérgica" você não entendeu?!
Philipe nos interrompe quando se levanta, arrumando o terno.
- Com licença. - Segue em direção para a cozinha.
- O que ele vai fazer? - Esther pergunta se assustando com o barulho das panelas caindo no chão e gritos.
- Espero que ele não use as facas da cozinha em ninguém. - Ana morde o lábio.
- É... Já eu espero que ele use sim. - Falo baixo mas audivel.
- Adoro acompanhar esse tipo de entretenimento. - Eric cruza os braços sorrindo.
Philipe traz o garçom e chefe pelo colarinho, os jogando no chão aos meus pés.
- Acho que eles tem algo a dizer.
- Senhora perdão por favor... O erro que cometi foi absurdo, me perdoe. - O garçom pede tremendo.
Olho para o chão com os olhos arregalados e depois para Philipe.
- Senhora o erro que cometemos foi de longe o mais grave de todas as nossas carreiras, para garantir que isso se repita não vamos mais servi frutos dos mar e assim a senhora terá a segurança de comer aqui... Nós perdoe por favor. - O chef implora como se sua vida dependesse disso, pois depende.
- Tudo bem... Espero que não se repita. Tomem muito cuidado, é um grande risco trabalhar com comida, nunca se sabe o quanto um erro pode prejudicar alguém. - Digo seria porém mais calma.
- Obrigada senhora... Vou trazer seu prato imediatamente. - Garçom levanta quase correndo.
- O que você fez? - Esther pergunta abismada.
- Reclamei com o gerente. - Responde tranquilamente voltando a me sentar.
Olho para Philipe e sorrio contida.
- Não precisa de... Tudo isso. - Abro mais o sorriso e coloco uma mecha de cabelo para trás. - Mas obrigada.
Vou me lembrar de agradecê-lo direito mais tarde.
- Alguém se importa bastante com o que passa pela sua boca. - Eric bebe da taça com sorriso malicioso.
- Deixa de ser idiota Eric, você é nojento. - Faço cara feia pra ele. - E você deveria se preocupar também que sua irmã podia ter parado no hospital!
- Eu me preocupo, mas não tive tempo de fazer nada. Alguém passou na minha frente.
- É o que um homem de verdade faz. Seja mais rápido da próxima vez. - Philipe o provoca.
- Vai se fuder. - Eric fecha a cara pra ele.
- É uma oportunidade perfeita para um inseguro mostra toda a masculinidade tóxica. - Lucca revira os olhos. - Ridículo.
- Não chamaria assim, achei um bom gesto. Deveria agir assim com sua esposa, se chama preocupação e proteção. - O encaro.
- Eu também achei... Fofo, radical... Mas fofo. - Ana sorrir.
- Se vai se casar comigo, já saiba desde já que eu não espero menos do que atitudes assim. - Deixo claro.
- Se sou eu, é violênto. Agora o Philipe é fofo? Quem entende as mulheres? - Alessandro da de ombros confuso.
- É questão de situação e proporção. - Ana se inclina para falar.
- Também acho que um homem tem que está disposto a fazer o que for para agradar e protejer sua esposa. - Esther concorda.
- Ótimo, chegamos a esse consenso. - Pego o talher quando o garçom volta com meu prato correto. Sorrio para ele. - Obrigada. - Digo antes que ele se retire e dou a primeira garfada encarando Lucca séria e abro um sorriso de gratidão ao mudar minha atenção para Philipe.
Lucca olha para todos como se estivesse vendo um absurdo e balança a cabeça em negativo revirando os olhos enquanto pega o vinho para colocar em sua taça.
Philipe pega seu braço abruptamente impedindo sua ação.
- Sirva a dama primeiro por favor... Tenha etiqueta a mesa, aqui não somos selvagens. - Diz arrumando o terno.
HORAS MAIS TARDE...
Desligo o carro e arrumo meu sobretudo escondendo minha lingerie e pego meu batom vermelho para retocar no espelho do carro.
Eu sei o quanto Philipe está bravo, por mais que ele tenha sobressaido no jantar, ele não engoliu a história... Então vou deixá-lo calmo e tranquilo.
Passo a mão no cabelo dando volume e pego minha bolsa saindo do carro e travo as portas, já se passava das 22:30 da noite então a rua estava deserta.
Sigo enquanto o único barulho são meus saltos no asfalto até que um clarão chama minha atenção e um carro vem em alta velocidade em minha direção.
Mal tive tempo para pensar em algo e apenas me jogo no chão rolando para o meio-fio, enquanto o carro passa em alta velocidade atrás de mim, me deixando ofegante e assustada.

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DARK - INTENSE
Ficção GeralSer mulher, o desafio do século mas se você acha que é difícil ser mulher, imagine ser mulher na máfia, ser a filha do capo? Nádia sempre soube de toda pressão que existia em seus ombros, ela estava pronta para cumprir sua obrigação, mas... Um...