XII

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P.O.V Nádia.

    - Não quero voltar... - Digo preguiçosamente deitada em seu peito na cama.

    - Poderíamos fugir para uma ilha deserta... Viveremos de água de coco e peixe... - Rir.

    Rio ainda mais alto.

   - E esquecer que fomos criados em berço de ouro e que não viveríamos um só dia fora de uma cama com lençóis de fios de ouro... - Assinto pensativa.

    - Ah... Achou que viveríamos clandestinamente? - Rir. - Eu compraria a ilha deserta e o peixe seria grelhado enquanto o coco seria a base dos drinks que faríamos com Whisky caro... Obvio.

    Rio novamente.

    - Gosto de detalhes... Achei que queria viver como na lagoa azul. - Menciono o filme. - Nada contra, parece bem romântico mas não é para mim.

   Meu celular vibra em cima do criado mudo e eu suspiro, esticando o braço e quando vejo a tela bufo mais ainda. Pela visão periférica vejo que ele estica os olhos.

    - Quem é? - Pergunta.

    - Meu pai... - Digo antes de atender e me sentar. - Oi pai?... Sim, está tudo bem. É... O Eric voltou, teve problemas com a Esther mas ele não precisava ficar, sequer precisa vir porque eu e Philipe damos conta, está indo tudo bem... É  ganhando melhor do que nunca, pelo menos nessa área não estamos tendo problema... Um bando de viciados, ainda bem... Organizado, os balanços? Estão certos, não estamos sendo roubados.

    Ouvindo a conversa Philipe rir baixo.

    - Outra viagem? Está querendo me manter fora de casa?... Ah não?... Sei que está adorando aproveitar com a senhora Katherine Devan. - Assinto sorrindo mas quando ouço sua resposta gelo, olhando para Philipe de esguio. - Quando? Ninguém pode ir no meu lugar?... Tudo bem, conversamos quando eu chegar sobre isso. Como assim ja comprou a passagem? Pediu isso a ele? - Quase engasgo.

   Philipe franze o cenho me encarando esperando por respostas.

    - Tá... Tudo bem, depois conversamos... Também te amo. - Desligo o telefone e encaro Philipe com um pouco de medo.

    - Pra onde vai viajar? - Pergunta direto.

   - Para a Itália, meu pai já comprou as passagens, o vôo parte em duas semanas.

    Me encara.

   - Você quer ir? Aliás não... Você vai? - Pergunta entre dentes.

    - Não quero ir... Mas pelo jeito que ele falou isso não está em negociação, quer que eu resolva os negócios por lá e... E... - Tento tomar coragem para falar o resto.

    - E...? - Pergunta irônico.

    - E fique, aproveite a oportunidade para se aproximar do Lucca, meu noivo... - Suspiro. - Ele vai estar envolvido nos negócios, vai me ajudar... Meu pai juntou o útil ao agradável para ele. Até pediu para eu poder ficar na casa da família dele.

   Ele rir jogando a cabeça para trás mas volta com ódio.

    - Só por cima do meu cadáver que você entra no avião. - Diz sombrio. - E se insistir eu explodo o aeroporto... - Diz sério. - Essa droga de noivado acabou... No minuto em que abriu as penas para mim...

    - Eu sei... Mas meu pai não sabe disso...

    - Então vai saber Nádia... Não vou permitir ou aceita que você tenha um noivado... Eu sou o seu homem e você é a minha mulher. - Da ênfase na palavra.

DARK - INTENSE Onde histórias criam vida. Descubra agora