XIV

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P.O.V Nadia.

    Ando de uma lado para o outro nervosamente enquanto meus dedos batendo insistentemente na minha cintura.

   Esther entra pela porta e eu paro a encarando.

   - ONDE VOCÊ ESTAVA?! - Grito quando a vejo.

   Ela se assusta e da um pulo para trás.

   - Nadia... Eu... Eu....

    - EU NADA! Você desaparece sabendo que eu mais do que nunca preciso de você a todo momento para colocar em dia assuntos urgentes! Mas não, prefere ficar por aí se debruçando na mesa do Eric que é onde você com certeza estava. - Brado. - E a porcaria do café que você me levou estava sem açúcar e morno!

    Eu já estou acabada e tudo que eu preciso é que ela torne minha vida mais fácil.

     - Ah... A urgência era isso? Um café? - Olha para ela. - Nadia... - Diz com paciência.

     - Não! Não é, tem um monte de papel na sua mesa para você organizar e entregar para os membros do conselho. O meu café estar uma droga é só um bônus! Pare de se esfregar com o Eric e foque nas prioridades.

   - Eu não estava com Eric Nadia... Estava com a sua mãe... Eu vou resolver... Agora mesmo. - Diz pegando o café.

    - Fazendo o que com a minha mãe?! É bom ser importante, porque você é minha assistente e não dela.

   - Ela queria fala sobre você e seu irmão. Está preocupada com os dois, ela disse que está sentindo algo errado mas não sabe o que é... - Suspira. - E ela é a primeira dama, eu não posso negar um chamado dela... Pelo menos foi o que ela disse...

    Reviro os olhos bufando.

    - Vai fazer suas coisas, eu vou falar com a minha mãe. - Aviso.

    - Tá bom. - Digo indo rápido para minha mesa.

   Mamãe está aí? Uma luz se acende na minha mente e vejo minha última esperança antes de Philipe colocar tudo a perde.

   Sigo para o escritório do meu pai porque sei que ela está lá e espero que não esteja.

    - Mãe... - Entro sem bater na porta.

    - Nádia... - Sorrir amorosa.

    - Está ocupada?

    - É claro que não amor... Eu estou esperando seu pai que esta terminando uma reunião... Só estava aqui matando a saudades dos papéis. - Sorrir. - Aconteceu algo meu amor?

   - Preciso falar uma coisa importante. - Me sento na cadeira do outro lado da mesa. - É sobre a viagem para a Itália.

    - Seu pai me falou sobre... É semana que vem né?

    - É, e eu não quer ir.

    Ela fica seria e me encara.

    - Nádia... Já falamos sobre isso meu amor...

    - Sim, já falamos e mesmo com todos os argumentos eu ainda não quero ir. Não posso ir, eu não me sinto bem com a ideia de passar um tempo com um homem que eu não conheço direito no país dele.

    - Nádia está acontecendo alguma coisa que eu não sei? Alguma interferência externa que está fazendo você ficar tão arredia com a ideia que antes você nem tocava no assunto?

    - Sim, eu estou amadurecendo e tendo vontades próprias que não são as que vocês impuseram pra mim quando eu era uma adolescente. E eu não quero isso, tenho esse direito? O de dizer não? De ter medo?

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