Parte Final

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—Onde está seu irmão? Essa é a última vez que pergunto isso!

—White estará aqui em breve.

—Black! O que vocês estão escondendo de mim? —A imperatriz celestial gritou. Black saltou assustado. E negou com a cabeça avidamente.

Ele não era do tipo que se assustava facilmente. Mas podia-se dizer que a mãe dele o assustava com as coisas que fazia com White.

—Estou aqui mamãe. —A voz alta soou de dentro do castelo dourado. E um White vestido de hanfu dourado e com a suprema coroa solar na cabeça saiu com o olhar indignado. —Que barulho é esse na frente da minha casa?

A imperatriz colocou a cabeça para dentro do salão do palácio, como se procurasse por algo, antes de responder.

—Eu queria saber... Como estava querido.

—Ótimo mamãe.

—Certo. Então vou indo, os preparativos para seu casamento estão me consumindo o tempo.

—Como quiser.

—Com licença. —Assim ela se virou e saiu. Depois que ela estava longe o suficiente. Black suspirou entrando para dentro do palácio. Puxando um White confuso para dentro.

—O que diabos você fez?

—Eu voltei para casa.

—Fácil assim? Como pode isso?

White suspirou, ele se sentou no sofá dourado e chamou o irmão com o dedo. Black seguiu o comando e se sentou também.

—Eu o amo e preciso deixá-lo. Pelo bem dele próprio.

Os irmãos tinham uma ligação. Mesmo sendo deuses tão opostos, eles podiam sentir o que o outro sentia.

E Black sentiu, todo aquele amor, os séculos de espera por algo que ele nem entendia, a vida vazia e solitária, o casamento arranjado com alguém que ele não sentia a mínima conexão, em compensação a isso a conexão que ele sentia com Sean.

Entrega e pertencimento. Isso era forte e único, tão único que podia fazer qualquer um perecer diante do amor.

Séculos antes quando viu o irmão lutar contra a mãe em prol daquele mortal. Black não entendeu o que levaria alguém a tomar uma atitude tão boba.

Mas hoje ele entendia.

—Você voltou? —Todd murmurou baixinho ao acordar, seus olhos de prenderam no homem vestindo um sobretudo preto e com aquela coroa brilhante negra sobre a cabeça. —O que houve?

—Me encontre lá fora. —Assim o outro desapareceu no ar. Todd levantou da cama e caminhou porta a fora, ignorando a mãe chamar seu nome algumas vezes.

—Eu já venho mamãe, preciso resolver um problema.

Assim ele correu até um grande Pinheiro, dando de cara com o Deus do caos sentado comendo uma maçã.

—Achei que era urgente? Você está comendo ainda.

—Ja ouviu falar no fruto proibido? —Todd riu assentindo. —Quer provar?

—De você ou da fruta?

—Perspicaz.

—O que houve? Você parece angustiado.

Black suspirou. Encarando o outro preocupado.

—Quando você me viu, eu achei aquilo muito estranho, acabei vindo aqui várias vezes comprovar que você conseguiria me ver.

—Eu sei disso, nos conhecemos assim. Eu ignorava que podia te ver e você continuava aqui.

—Certo, fazendo isso todos os dias, eu acabei tirando os olhos de Sean, que era quem eu precisava vigiar.

—Mas por que você viajava o Sean mesmo?

—Eu vou chegar lá! Bom, aí você saiu para beber aquele dia e decidiu falar comigo, por que eu trouxe você para casa, afinal você estava arrumando briga.

—Eu sei disso Black, eu vivi isso.

—O que quero dizer é. Eu perdi o controle sobre o Sean.

—Certo... E aí?

—Eu tenho um irmão. O nome dele é White.

Todd riu maravilhado.

—Deuses tem irmãos?

—Eu tenho, ele é igual a mim, porém benevolente.

—Ele deve ser uma criatura linda.

Black rosnou baixinho, jogando o resto da maçã na direção de Todd. O humano riu baixinho, pegando na mão do Deus do caos e a acariciando.

—Estou brincando.

—White foi punido, por que ele se apaixonou por um mortal.

Silêncio. Todd processava isso encarando a mão pequena de Black na sua. Esse mortal era Sean ele soube de forma muda.

—E o mortal quase foi sentenciado ao fim da existência.

—Quem faria algo tão cruel?

Dessa vez foi Black que ficou em silêncio. Por que de fato era uma crueldade sem tamanho.

E sua mãe era a percursora disso.

—Nossa mãe.

—Como ela pode ser tão cruel com o próprio filho?

Essa pergunta deixou Black de novo sem palavras. Mas ele precisava de um conselho então ele tossiu um pouco e continuou.

—White se aproximou do mortal de novo nesse tempo que estive aqui.

Todd preferiu o silêncio a dizer alguma coisa. Então ele encostou a cabeça no ombro de Black. Por fim Black continuou.

—Eu preciso saber o que fazer Todd... White está com casamento marcado.

Naquela semana que Todd conheceu White de longe, fora do olhar do Deus Black, ele achou os dois iguais, exceto pelo cabelo dourado que White tinha e é claro pela energia de deidade de Black. Mas ele não quis dizer nada, nem perguntar nada a Black quando retornou para casa e o viu o esperando. De alguma forma ele sentia que White e Black eram envolvidos. Mas que essa resposta viria para ele no tempo certo.

Aparentemente esse era o tempo certo.

Todd sempre foi uma pessoa que acreditava no sobrenatural e esperava o tempo certo de tudo acontecer, até a sua mãe sofrer abusos do padrasto, ali ele se encheu do ódio que o mundo pode trazer, mesmo que sua mãe tivesse conseguido fugir com ele, esse ódio só se dissipou quando ele conheceu Black.

Então, ele voltou a ser o bom e velho Todd, acreditando que coisas boas podem acontecer.

—Em um daqueles dias que você foi para o submundo, eu conheci o White. —Admitiu, de repente. Black se afastou para o encarar. —Ele parece um ser de muita luz. 

Black não pode responder isso, porque era exatamente isso que White era, o ser mais iluminado que ele já havia visto em toda a sua vida, e olha que tinha tido contato com todos os profetas que já pisaram nesse mundo.

—Eu não quero que ele Sofra mais, o que eu devo fazer Ter? 

Todd corou com o apelido carinhoso e sorriu profundamente para o Deus que já o amava em segredo. Aquela era uma pessoa verdadeiramente iluminada, e embora fosse deus do caos ele não se assustava com a luz de Todd.

—Salve seu irmão Black. Ele merece ser feliz.

Poderia um Deus do Caos, senhor do submundo, trazer luz e alegria para essa história?







por sua glória • SeanWhiteOnde histórias criam vida. Descubra agora