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Alguns dias depois...
Malu
Era domingo, daqueles que a gente planeja acordar bem tarde, comer muito no almoço e dormir de novo a tarde, e depois acordaria pra assistir um filme antes de dormir de novo e comer alguma besteira.
Agarrei meu travesseiro, e me enrolei um pouco mais na minha cama me aconchegando nos meus cobertores, ainda estava cedo, eu tinha muito tempo pra dormir.
Já estava começando a contar as ovelhinhas, quando escutei um barulho vindo lá da sala.
Não queria levantar, mas fiquei com medo de ter acontecido algo com meu pai e fui até lá ver.
Assim que cheguei na sala, vi que todos os móveis tinham sido arrastados para um canto, o chão estava todo coberto por jornal, tinha uma lata de tinta enorme no chão.
Meu pai estava em cima de uma escada com um pincel na mão e com o rosto sujo de tinta e do lado, simplesmente o Pedri sem camisa um pouco suado e sujo de tinta, estava parado no meio da minha sala.
Tô sonhando?
— O que tá acontecendo aqui?
— Ah, você acordou Lulu, fiquei com pena de te acordar, mas já que acordou nos ajuda na pintura. - Meu pai disse descendo da escada.
— E o barulho?
— Eu derrubei uma lata de tinta de cima da escada.
— Na minha cabeça. - Pedri fala.
— É perigoso você fazer essas coisas sozinho, pai.
— Não sei se você notou que eu estou aqui. - Pedri diz.
— Eu notei sim, e você não deveria deixar um senhor de idade subir nessa escada podendo cair. - Falei.
— Ei, eu só tenho 40 anos. - Meu pai diz indignado.
— E porquê vocês tão pintando a sala? - Perguntei.
— Tava muito sem graça. - Meu pai diz.
— Tava mesmo. - Pedri confirma.
— E precisava ser hoje?
— É o dia que tínhamos livre. - Pedri diz.
— E porquê você não contratou alguém pra fazer isso papai?
— Pra que? Se eu posso fazer, bom, eu, o Pedri e você.
