36 - VÉSPERA DE NATAL

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Capítulo 7
P.O.V[ S/N]

Coloquei a penúltima mala fora do carro, e sorri ao voltar para minha casinha.

Lorenzo deixou um beijo no meu pescoço, me abraçando por trás.

- A gente poderia ter ficado mais um tempo com a vovó e o vovô - Elisa disse adentrando a casa, assim como eu e Lorenzo.

- Até parece que você queria somente ficar com seus avós. Sei que queria brincar mais com o Noah e a Ariel, mas eles também estavam voltando para casa.

- Espero que não demore para que a gente volte para lá - Elisa disse e saiu saltitando para seu quarto.

Eu também espero que não.

[...]

Me sentei na cadeira giratória e soltei um suspiro longo. Eu me sentia acabada.

É claro que eu estava feliz em saber que a galeria estava tendo cada vez mais influência, consequentemente o meu nome também. Mas tinha algo que me desgastava.

Algo que tirava totalmente as minhas forças...

A culpa.

- Senhorita S/n, me desculpe entrar assim... - Brenda, a minha secretária, disse ofegante.

- Brenda, já falei para não me chamar de senhorita. E por que está assim? Se acalme - falei, me levantando, preocupada.

- É uma lindíssima galeria, tenho que admitir - ouvi a voz doce e irônica antes de ver Cecília adentrando a minha sala.

- Eu tentei a parar, mas ela saiu andando...

- Querida, sou uma amiga do colégio, não preciso de permissão - falou, sorrindo cínica.

Amiga?

- Não se preocupe, Brenda. Pode me deixar a sós com ela - falei, me sentando novamente na cadeira.

Vi quando a mulher de cabelos escuros saiu da sala ainda um pouco desconfiada. Cecília voltou a olhar para a sala com os olhos brilhando.

- O que faz aqui? - falei, e ela sorriu mais uma vez antes de se sentar na cadeira em frente à minha mesa.

- Vim ver como estava você - falou, e foi minha vez de rir.

- Diga o que está fazendo aqui antes que eu mande te tirar daqui - falei, e ela respirou fundo.

- Vim porque preciso da sua ajuda e da sua família. Meu pai faliu a grande parte das nossas empresas, e você sabe que no passado nossos pais já foram muito amigos e...

- Vá direto ao ponto, Cecília, não tenho tempo para você - falei.

- Quero sua ajuda e a do seu pai para levantar a minha empresa mais uma vez - falou, e eu a olhei com descrença.

- Está brincando comigo, não é? Você não tem vergonha na cara? - perguntei.

- Eu imploro, S/n. Olha, se você quiser que eu te peça perdão por tudo do colégio, eu peço - falou, e eu me levantei.

- Cecília, me faça o favor de sair da minha sala e não me procurar mais. Não tenho culpa do seu pai ter sido irresponsável - falei, e ela logo se levantou.

- Eu faço qualquer coisa - ela suplicou.

- Qualquer coisa?

- Tudo, tudo, tudo...

- Saia da minha galeria e da minha vida, Cecília - falei, e vi o pingo de esperança sair da garota.

- Mas...

𝐈𝐍𝐒𝐓𝐀𝐕𝐄𝐋||  ⱽⁱⁿⁿⁱᵉ ᴴ.Onde histórias criam vida. Descubra agora