Meu trajeto até minha casa foi muito longo e intenso, Saphira acabou adormecendo durante o percurso no qual eu me senti ainda mais perdida nos meus pensamentos. Não sei o que está acontecendo comigo, mesmo eu não querendo dar voz a minha razão, mais acho que estou apaixonada! Não sei se devo compartilhar isso com minha melhor amiga Alice ou pra minha avó Dinná, mais eu preciso seriamente desabafar, como disse, essa é a primeira vez que alguém me deixa assim e eu realmente não sei como reagir.
Tentando entender meus pensamentos enquanto dirijo para muito longe de mim, quando de repente vejo um coiote se atirar para cima do carro, dei um freada brusca aonde escutei em seguida o choro da minha irmã que despertará assustada na cadeira de segurança no banco de trás. Fiz o que pude, mais infelizmente perdi totalmente a direção do carro e saí da pista adentrando no bosque aonde bati com tudo em uma Magnólia. O impacto foi tão grande, que o carro ficou coberto de suas flores em tons violetas.
No instante, notei que Saphira não chorava, nem reclamava. Entrei em desespero e me virei com tudo para socorrer minha irmã, que ao focar sua direção, seu rosto estava coberto de sangue.
Inútil! Não conseguia me movimentar e vi que minhas pernas ficaram presas nas ferragens do carro, eu entrei em pânico. Não sabia que o acidente tinha sido tão intenso assim, pois devido a adrenalina e o meu desespero eu não estava sentindo dor alguma.
Me desprendi do cinto e procurei com as mãos o meu celular, que estava no banco do passageiro antes de tudo acontecer, sem sucesso nenhum, pois estava totalmente fora da minha visão, que com o impacto da batida possivelmente foi parar de baixo do banco e devido as minhas condições, estava totalmente fora do meu alcance.
Gritei desesperadamente o nome de minha irmã que continuará sem nenhuma reação, o desespero me invadiu, enquanto eu vi aos poucos o anoitecer, e a sensação de perda da minha irmã tomar conta de mim.
Naquele horário do dia, era comum o movimento de carros na estrada, mais seria quase impossível alguém nos encontrar, já que o carro estava dentro do bosque totalmente fora do campo de visão de quem passasse na via.
Me senti completamente fraca e aos poucos fui me desfalecendo.
Antes de perder meu equilíbrio psicológico por completo, vi de longe um brilho se aproximar, estava fora de mim para qualquer reação, mais mesmo em meu período de vertigem, era impossível não saber, mesmo nunca tendo visto uma antes, eu tinha a total certeza que o que pairava sobre o nosso carro e brilhava tanto a ponto de ofuscar um terço da minha visão, eram um magnifico par de asas.
