O Sino da escola já havia soado, e eu não avistei mais Adrian no fim daquela manhã, fui para o estacionamento do colégio onde meu pai já esperava por mim e por Alice. Entramos no carro e seguimos nossa conduta até a casa da minha amiga. Permaneci calada durante o trajeto, não sabia definir o por que de me sentir assim, não queria assumir para mim mesma, e nem que ninguém percebesse que algo estranho estava acontecendo. E tudo isso por um garoto que eu acabará de saber o nome, parte de mim sabia que era a primeira vez em vida que o tinha visto, mais ao mesmo tempo o lado sombrio cismava em me dizer que eu já conhecia ele antes, e nada me fazia tirar da cabeça que eu já o conhecia em meus sonhos.
- EMMM SOPHIE ?ESTÁ EM NÁRNIA? - Caí na real quando Alice gritava para chamar minha atenção, com a Mercedes do meu pai já parado a porta de sua casa enquanto ele dava risadinhas.
- O que você disse? desculpa, estava distraída. - Respondi em seguida.
Ela repetiu a pergunta feita antes. Nada de mais, só queria saber que horas íamos a academia, havia me esquecido que mais cedo no colégio combinamos de irmos pedalando de Bike para o treino. Ela é esse tipo de pessoa ansiosa que não se pode descumprir nada do que foi prometido, mesmo se o motivo for grave, em todos esses anos de amizade, ela me mostrou que é extremamente proíbido fazer ela se arrumar à toa, ou desmarcar compromissos. Eu não estava muito afim de ir, mais sabia que não podia despertar a fera dentro daquela baixinha.
- Eu te ligo depois que chegar da casa da minha avó! - Respondi sem delongas, e sem muita animação na voz. Alice deu uma revirada de olhos, e agradeceu meu pai pela viagem e adentrou para sua casa.
Meu pai me deixou no portão da nossa casa, e seguiu direto para o seu trabalho, ele me buscava todos os dias em seu horário de almoço.
Ao subir as escadas que dava para o meu quarto, fui direto para o banho ansiosa para ir até a casa da Vovó Dinná, não aguentava mais de curiosadade, precisava contar a ela o que acontecerá na manhã de hoje.
Saí do banho enrolada no meu roupão de veludo cor de rosa, e me deparei com meu celular vibrando, com o nome Mãe, escrito na tela.
- Alô?!
- Sophie, querida. A direção da escola me ligou e disse que Saphira está passando mal, preciso que você vá até lá para busca-la. Estou atolada aqui no meu consultório e não posso desmarcar as consultas porque Dalila não está aqui. Pode usar o meu carro se quiser.
Mamãe desligou a chamada, sem me dar escolhas. Bufei em seguida. Minha mãe trabalhava como dentista em seu escritório particular, e Dalila era sua assistente de confiança, e aquela funcionária quebra galho, que sempre dava uma forcinha extra para ela, isso porque as duas eram amigas desde o colegial, mais infelizmente tinha viajado há três dias para resolver problemas com a família, que morava no lado Sul do país.
-Caramba, justo hoje que eu precisava falar com minha vó, minha irmã resolve passar mal. Sei que ela não tem culpa, mais essa mocinha sempre arranja uma forma de me dá trabalho. - Falei comigo mesma no quarto, enquanto procurava por um sutiã para usar com meu tomara-que-caia preto. Vesti minha calça justa, dei uma ajeitada nos meus cabelos, peguei a chave do carro da minha mãe que estava pendurada atrás da porta de entrada e segui em direção a garagem, dei partida no skoda octavia prata e segui em direção a Savannah-Chatham County School System, para buscar Saphira.
Alguns kilômetros depois, cheguei a escola, aonde Shapira já me esperava com uma cara não muito agrádavel ao lado da diretora Margareth, trajada num vestido vermelho com bolinhas brancas, e um laço em sua cintura, aonde tentava inutilmente diminuir seus pneuzinhos. Sem Sucesso! Apesar de sempre estar mal-humorada, Margareth tinha um bom coração e se preocupava com o bem estar dos alunos, e justamente por isso, lá estava eu a kilômetros de casa por conta de uma simples dor de cabeça de Saphira. Entramos no carro e seguimos viagem. Como sou uma ótima irmã, levei ela para dá uma volta na praça mais famosa de Savannah chamada Chippewa Square, conhecida por ter sido o cenário das cenas mais importantes de Forrest Gump, o filme preferido do meu pai por sinal. Apesar de ainda estar chateada por não poder visitar vovó, no momento só estava preocupada em ver minha irmanzinha melhorar seu astral, e a convidei para alimentar os pombos, a qual vibrou de alegria, dando pulos enquanto chacoalhava os bracinhos magros para o ar, ela era realmente uma graça, com seus olhos redondos cor de caramelo, cabelos negros e espessos que caiam em ondas por cima dos ombros e uma delicada franjinha sob sua testa.
Me assentei no banco principal da praça, enquanto Saphira se divertia, e peguei meu celular para verificar a mensagem que chegara de Alice.
- Eaí? Já Chegou da sua avó?- Quando ia responder, fui surpreendida por uma voz que me soara familiar.
-Oi. - Era Ele. Era Adrian. Tudo o que eu menos queria ver.