Capítulo 10- Banco da praça

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Naquele momento houve uma explosão de sentimentos dentro de mim, nunca fui dessas meninas que costumam se apaixonar por namoradinhos de escola, na verdade, eu nunca me apaixonei por ninguém,  nem sei qual a sensação, mais estava preocupada com todo o reboliço que estava gerando em mim.
- Oi! -percebi que gastei segundos bem elevados para responder um simples "oi" à alguém, mais me soou o "oi" perfeito, como se ele não estivesse  me causando nada até aqui, como se fosse apenas um garoto que conheci à algumas horas atrás, mesmo o universo dentro de mim me provando o contrário.
O dia estava perfeito, o sol brilhava no alto do céu, porém, o clima era de total equilibrio e agradável, com o frescor da tarde que fazia as árvores dançarem com o vento enquanto uma turminha de Trepadeira-azul-do-levante deslizava pelo ar, cantando livremente pelo parque, uma verdadeira cena de cinema.
Eu quase não consegui notar toda essa beleza por conta dos olhos azuis piscina   que estavam diretamente voltados s à mim, e neste momento sob a luz do sol, os olhos dele possuía um brilho angelicalmente  descomunal, era pura nostalgia. 
- Hoje o dia está fabuloso, estou ansioso para conhecer a cidade, mais acho que não há muito para se fazer por aqui, não é?. - Ele dirigiu se a mim com pura simpatia na voz, como se estivesse a fim de uma boa prosa.
Mesmo tímida,  eu sou uma pessoa que não deixa faltar assunto em conversa, porém, dessa vez, foi um pouco complicado, foi daí que tomei coragem, respirei fundo e prossegui.
- Para nós que já moramos aqui a anos, estamos acostumados com o local, não  temos  essa empolgação para fazer visitas, mais para você que não conhece,  acredito que irá curtir  o charme sulista da cidade. Falo em meio  a risadinhas da mais espontânea que consigo soltar. Acho meio comprometedor  ele vim falar que não se tem nada há fazer  aqui na Savannah quando se sabe  que aqui é um dos lugares mais históricos do país, e como toda cidade histórica, possuímos muitos pontos turísticos para se conhecer, e mesmo ciente que ele queria se achegar a mim, eu não poderia ceder com tanta facilidade. Esperei com bastante convicção o convite formal dele me chamando para sair, disfarcei e fingi demência para não entender o recado.
Com o passar dos minutos, fui perceber que entendi o recado completamente  errado.
- Oi meu anjo, desculpe o atraso!.
Me enrijeci ao escutar a voz diabólica que acabará de soar bem atrás de mim, cuja voz que foi capaz de engolir todo o sol de um dia que há alguns segundos atrás  seria encantando. Era Mellany, a pessoa que eu mais odiava na face da terra.

Dentro de mim, o único desejo no momento era ouvir meu celular tocando com a Alice do outro lado me cobrando o meu sumiço, mais isso não aconteceu, minha única saída foi chamar minha irmã e sumir o mais rápido dali, e foi o que eu fiz para me livrar dessa situação. 
Peguei minha irmã, e me despedi apenas acenando com a cabeça, quando ouço Adrian gritando. 
- Seu celular! - Por um momento, imaginei que ele estava me pedindo o meu número, mais notei ele se abaixando para pegar meu smart que acabará ficando em um dos bancos da praça.

Voltei até eles e peguei meu celular, dei um breve aceno com a cabeça e um sorriso de canto como forma de gratidão e saí. 
Enquanto caminhava até o carro, era possível sentir o calor de um olhar sob as minhas costas, mais fui determinada demais para não olhar de volta. 
Enquanto colocava Saphira na cadeira de segurança, apreveitei o meu campo de visão e dei uma olhada em direção a eles, aonde eu vi Mellany dando um tapa no braço de Adrian, no que parecia ser uma discussão. Não sei por que, mais algo me diz que eu seja o motivo.  


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