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Eu estava tentando entender por quê Estevan queria conversar comigo a sós.

Nós seguimos para uma parte mais tranquila da escola, era um pouco mais afastado, o jardim.

Estevan parou de andar e se virou para mim. Ele olhou no fundo dos meus olhos e começou a se aproximar lentamente.

— Selena, dês do dia em que começamos a sermos amigos eu sentia  algo entre a gente. — Ele permanecia se aproximando. Comecei a recuar mas minha costas se colidiram em uma árvore me fazendo não ter a onde ir. — Sei que você também sentiu.

Não. Eu não senti nada.
Aquilo estava me assustando. Ele estava estranho. Aquela situação estava esquisita e desconfortável.

Ele me olhou de cima a baixo. Não era um olhar como o de Miguel, admirador. Era nojento. Me deixava enjoada e enojada.

— Você é muito linda. — Ele soltou um sorrisinho e se aproximou mais.

Meu corpo já estava se pressionando contra a árvore.

Ele ia me beijar. Seu rosto estava poucos centímetros do meu. Eu estava congelada. Nunca passei por algo do tipo.

Antes que seus lábios se tocassem aos meus eu o impedi colocando minhas mãos em seu peito para pará-lo.   

— Não Estevam, não quero. Por favor, para... — Ele me interrompeu 

— É apenas um beijinho Selena. Nada de mais. — Ele volta a se aproximar mas o impeço novamente. — O que é? É aquele cara? O seu amiguinho? Qualé! é só um beijo! — Seu tom mostrava que estava começando a ficar irritado e impaciente.
Aquela situação está extrapolando os limites.

Suas mãos foram para a minha cintura segurando a mesma. Ele a apertava e me machucava, Estevan continuo a se aproximar para grudar nossos lábios.

Meu sangue ferveu. Tudo era assustador, mas a raiva que me dominava agora.

Então, não me contive. E nem me esforcei para isso. Se eu não fizesse nada, ele não iria parar e tudo poderia piorar.

Ergui o meu punho e com toda a minha força despejei um soco em seu rosto. Tentei usar a técnica que Miguel me ensinou ontem.
Meu soco fez ele me soltar e se afastar. Estevam não caiu, mas cambaleou.

Ele colocou a mão onde o atingi com o soco. Em sua boca. No local, saia uma pequena quantidade de sangue.

— Nunca mais pense em chegar perto de mim! Imaginei que era diferente dos seus amigos, mais é um babaca tão quanto! — Meu sangue fervia. Minha expressão transparecia isso.

Sai dali rapidamente, o deixando lá. Logo em seguida o sinal tocou. Me direcionei para minha sala sem ir ao encontro de Jenna e Catrina.

Entrei na minha sala e me sentei com os ombros encolhidos. Tudo o que aconteceu foi horrível e assustar.

A professora entrou na sala e começou a dar a matéria. Eu não estava com a cabeça para isso, mas me forcei a prestar atenção.

Em poucos minutos, durante uma explicação, um monitor interrompeu a aula da professora.

— A diretora está chamando a aluna, Selena Braganey, senhora Colter. — O monitor diz.

Meu coração dispara. Eu não acredito que irei me ferrar por conta de um soco de legítima defesa!

Fui para sala da diretora acompanha do monitor. Ao entrar, a diretora me esperava sentada em sua mesa.

— Sentisse, Selena. — Ela fala e me sento em seguida. — Não te falaram das normas da escola? Agressão é extremamente proibido nesse instituto! — O seu sermão se iniciou.

— Mas eu apenas estava me...

— NÃO importa! Você agrediu um aluno. — Ela não permitiu que me explicasse. — Irei ligar para sua casa, para algum responsável vir assinar sua advertência e lhe buscar.

— Estou sendo suspensa?! — Estou incrédula e indignada.

— Está tendo sorte que é apenas por hoje, mas caso o ferimento tivesse sido pior, ficaria muito mais tempo fora dessa escola.

Minha mãe vai me matar! Ser suspensa e receber uma  advertência não é uma das coisas que te deixa mais orgulhosa.
Mas como ela vai assinar? Ela está viajando.

— Diretora,minha mãe não est...

— Fique do lado de fora até seu responsável chegar! —Ela me interrompe novamente. Tento avisá-la de novo, que não tem nenhum responsável para assinar minha advertência mas ela me interrompe novamente. Então desisto.

Dane-se! Que ela descubra que não há ninguém para vir, sozinha!

Fui para o lado de fora de sua sala e me sentei num banco que havia ou lado da porta.

   

𝑽𝒆𝒓𝒅𝒂𝒅𝒆𝒊𝒓𝒐𝒔 𝒔𝒆𝒏𝒕𝒊𝒎𝒆𝒏𝒕𝒐𝒔// 𝐌𝐢𝐠𝐮𝐞𝐥 𝐂𝐚𝐳𝐚𝐫𝐞𝐳   Onde histórias criam vida. Descubra agora