•45•

83 14 3
                                        

Eu estava possessa. Estevan não vai receber nenhuma punição pelo que fez? Não irão querer saber o motivo que eu o dei um soco?
Isso é revoltante.

Se passaram dez, quinze, vinte minutos, e nada aconteceu.
Ninguém vai vir. Não há ninguém para vir como o meu responsável.
Minha mãe nunca sairia de uma viagem de negócios para assinar um advertência.

Mais alguns minutos se passaram, mas no início do corredor eu fui capaz de ouvir passos se aproximando. Era o som de um salto fino batendo contra o chão.
Olhei para o lado onde o barulho vinha. Era uma senhora de por volta de sessenta anos.

Eu a reconheci, era impossível não reconhecer aqueles cabelos dourados, sua postura perfeita e suas roupas elegantes, que eram de tons de branco e azul.

Quando ela chegou perto de mim eu me levantei do banco desacreditada.

— Vovó?

— Fique aqui querida. Eu resolvo tudo. — Ela falou calmamente e entrou na diretoria.

Quando ela entrou me sentei novamente raciocinando tudo.
Minha mãe falou que ela chegaria essa semana, mas não imaginei que seria hoje, e como ela sabe a qual é a minha escola e que eu estava encrencada precisando de um responsável? Quero respostas, não mais perguntas!

Em alguns minutos ela saiu e a diretora estava junto. Eu me levantei e encarei as duas.

— Já resolvemos tudo. Agora só poderá voltar a escola amanhã. — A diretora disse.

Balancei a cabeça confirmando, e ela entrou para sua sala e fechou a porta.

Olhei para vovó que me observava sorridente. Ela abriu os braços me chamando para um abraço. Eu não Hesitei. Corri e lhe dei um forte abraço.
Eu estava morta de saudades, e cheia de perguntas.

— Quando chegou? Como soube que precisava de responsável? — Eu comecei a ficar eufórica disparando algumas perguntas saindo do abraço.

— Calma, calma. Eu cheguei hoje de manhã na sua casa e acabei atendendo a ligação. — Ela explica. As coisas começam a ficar mais claras na minha mente, mas ainda tenho muitas perguntas. — Que tal a gente por o papo em dia em uma cafeteria.

— Eu adoraria. — Sorri para ela que retribui o ato.

Fomos para o lado de fora da escola e entramos em seu carro.

Fomos para uma cafeteria com uma decoração simpática, onde o movimento era calmo. Nos sentamos nas mesinhas do lado de fora e logo uma garçonete chegou e eu pedi apenas um suco e ela um chá. Típico de uma avó.

— Como vão as coisas, florzinha? — Ela pergunta.

— Vão bem. Mas primeiro quero que você me explique direito dês da hora que você chegou aqui.

— Bem... Eu cheguei aqui em Los Angeles alguns minutinhos depois que você foi para escola. Queria passar na sua casa antes de ir para a minha. Não ia aguentar ir para casa descansar antes de te dar um abraço, estava morrendo de saudades sua.— Seu tom era calmo e eu prestava atenção em tudo. — Quando cheguei não havia ninguém em casa apenas a Anna e o... — Ela parecia tentar se lembrar do outro nome.

— Wilson?

— Isso! Wilson. Havia só os dois. Eles disseram para eu esperar lá que em poucas horas você iria sair da escola. Mas aí, o telefone tocou e eu o atendi, então ru percebi que eu ia ter que ir na sua escola resolver o seu probleminha. — Ela sorri no final. — Por que bateu no garoto? Por te conhecer, acho que o motivo foi extremo.

— Ele estava sendo um babaca. Não tive escolha. — Fiquei desanimada ao lembrar o que aconteceu. Ela colocou a mão sobre a minha que estava em cima da mesa.

— Tudo bem. Não podemos permitir que façam o que querem conosco. Não é? — Ela é tão compreensiva. Sorri e balancei a cabeça confirmando. — Agora eu quero saber sobre você! Fiquei sabendo que está atuando em um filme.

— Eu estou sim. E está sendo incrível!

Nossas bebidas chegaram. E os assuntos foram se estendendo. Ela me contou várias coisas que aconteceram enquanto estava morando no Canadá e eu contei tudo para ela, meus amigos, a escola, os dias de gravações e sobre o Miguel. Eu não precisava esconder nada dela. Era como minha melhor amiga. Mesmo tendo muito tempo sem vê-la, nada mudou entre a gente.

𝑽𝒆𝒓𝒅𝒂𝒅𝒆𝒊𝒓𝒐𝒔 𝒔𝒆𝒏𝒕𝒊𝒎𝒆𝒏𝒕𝒐𝒔// 𝐌𝐢𝐠𝐮𝐞𝐥 𝐂𝐚𝐳𝐚𝐫𝐞𝐳   Onde histórias criam vida. Descubra agora