Força era o pilar que a denominada família Keyshawn mais se orgulhava. Ambiciosos e gananciosos, fragilidade era um empecilho, e por esse motivo Ameer nunca deixou-se abalar, isso desde a possível morte da mulher que lhe deu a luz, e embora fosse algo que estivesse acostumada a suportar, aquele maldito djinn havia a deixado em estado vulnerável.
Ela não conhecia bem o lugar, mas deduziu que encontraria o endereço do ferro velho de Bobby com mais detalhes em um posto de abastecimento, visto que sua suposta noiva a mandou a pé buscar o veículo, logo avistou estar mais próximo do lugar do que havia em mente assim que dobrou a primeira esquina da casa que despertara naquele completo pesadelo.
Ameer apertou seus passos, desviando do ciclista que quase lhe atracou nas bordas da calçada suja. O céu que parecia claro há alguns instantes, entristeceu-se como um balão de festas infantis se esvaindo aos poucos, tomado por um conjunto de nuvens que se amontoavam cinzas umas nas outras. Entrou na loja de conveniência do posto, se assustando com o sino estridente acima da porta.
— Bom dia. — Disse Ameer ao rapaz com cara de quem se deliciou com rosquinhas doces no café da manhã. — Por favor, o senhor sabe me dizer onde fica o ferro velho dos Singer?
— Vai comprar alguma coisa da loja, bonequinha? — Ajustando o boné sobre a cabeça até cobrir seus olhos, ele debruçou-se sobre o balcão de madeira leve, o qual estava vazio.
No mesmo instante, Ameer sentiu uma onda gelada cobrir suas pernas, a arrepiando de baixo para cima, como mãos a agarrando, estas pareciam estar presas em algum outro plano. O tempo pareceu congelar, visto que senhor a sua frente não se movia. Ao pensar em chamá-lo, Ameer surpreendeu-se com a figura que pousou ao seu lado como uma aparição. O corpo dela se endureceu de forma que não conseguia mover-se para longe em surpresa.
— Não tenho muito tempo. — Era um homem, ele ofegava e tinha mãos trêmulas. — Proteja Sam dos demônios e eles não a pegarão. Esteja com os irmãos Winchester, não saia de perto deles e eles serão seu escudo contra qualquer coisa.
— Quem é você? — Fora o que ela conseguiu lhe dizer.
— Me chamo Castiel, sou um anjo. Confie nas minhas palavras, Ameer.
Os lábios de Ameer se comprimiam rápido junto das piscadas constantes.
— Como assim um anjo? E demônios? Demônios estão atrás de mim?
Era tarde para que o anjo pudesse responder as dúvidas que provavelmente não a deixarão pregar os olhos ao deitar. Um clarão branco cobriu o corpo de Castiel e este gritou angustiado, com dores, o fazendo desaparecer. Ameer colocou os braços a frente do rosto, impedindo a luz de aplacar seu rosto de forma incômoda.
— E então, vai comprar algo ou não? — O atendente lhe chamou. — Os chocolates estão em promoção essa manhã.
— Ah... acho que não trouxe dinheiro. — Ditou verificando os bolsos ainda atordoada, tudo era confuso. — É que ele concertou o meu carro a pedido de um familiar que pediu para buscá-lo, entende?
O homem a ignorou, sentando-se na cadeira atrás do mesmo, enquanto tomava uma revista de capa suspeita, a folheando. Ameer se enraiveceu com a atitude, prestes a debater com o mesmo, se não fosse pelas garrafas de suco laranja sendo postas a sua frente, a fazendo acompanhar as mãos que as deixaram ali colocadas.
— A moça não parece estar familiarizada com a cidade, deveria causar uma boa impressão ao invés de tentar tirar o dinheiro dela assim, Gabriel.
Aos olhos de cor verde de Ameer se achegarem ao rosto daquele que havia se pronunciado, as vestes não condiziam com as que comumente seriam postas por Dean no dia-a-dia. Em verdade, suas roupas não eram totalmente estranhas, haja vista que terno era algo comumente usado nas investigações de casos sobrenaturais, mas o cabelo de nada era igual, estava penteado para o lado, como se realmente havia esforço em permanecer alinhado.
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A Cirurgiã da Morte (DW)
FanfictionSam está doente. Ameer, uma médica conhecida pelo acaso, pode ajudar. Dean desgosta da ideia, mas fará o que puder para salvar a vida do irmão. Juntos, Ameer e Dean irão atrás da cura. As personalidades podem não se combinar, mas a cirurgiã da morte...