Capítulo IX - Aquele com a infeliz para sempre

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IMPORTANTE. O capítulo pode causar certas sensações de desconforto ao leitor. Acontecimentos do passado da protagonista, como traição, mas é de suma importância que saibam antes de lerem e que cuidem da saúde de vocês. Agradeço!

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    Ameer despertou. Aos fios serem retirados do rosto pelas mãos nuas, ela enxergou azul. Não um azul de tom comum, mas um de linho turquesa que preenchia das paredes às cortinas de seda elevada pelos ventos vindos da janela com o vidro embaçado entreaberto.

    Ao reconhecer o lugar onde encontrava-se, Ameer se levantou de supetão, com os olhos ainda semicerrados. Era a sua casa, o local que morou e viveu parte de sua vida com seus pais e irmão, ainda quando nova, isso quando não estavam no hospital pelos cuidados com a saúde debilitada da mãe, Emilly.

    O quarto estava bagunçado. Peças de gostos femininos e masculinos preenchiam o tapete de fios marrons, de todos os tipos, porém de iguais tamanhos. Além de Ameer, alguém esteve ali consigo, no mesmo leito.

    Ao pôr os membros inferiores no chão, calçou os pés frios. A porta rústica de madeira branca fora aberta por ela, se pondo a caminhar pelos corredores conhecidos com brasões da família espalhados pelas paredes.

    Perguntava-se como era a realidade em que a djinn havia a colocado, já que não havia como retornar a esse lugar nos tempos atuais, o mesmo encontra-se de outra forma.

    — Me, querida, é você quem está de pé a essa hora? — A voz conhecida pelo apelido a ser chamada, a esperava frente a escadaria. — Não conseguiu dormir depois de ontem?

    Ao parar perante os degraus, Ameer entreabriu os lábios surpresa. Com boa aparência, que Ameer julgou ser por ter boa saúde, Emilly apoiava-se no corrimão com feição confusa pela reação da filha.

    A morena não detinha da mesma aparência que a mãe, que era loira, com exceção dos olhos serem os mesmos. Ameer desceu, pulando alguns degraus, jogando-se nos braços da mulher que um dia a amou de todo e sincero coração, abraçando-a fortemente.
   
    — Algum motivo em especial para me abraçar dessa forma? — Emilly sorria.

    Na mente de Ameer um lembrança infeliz iluminou-se, trazida como um raio veloz a cortando. Era a mulher que lhe gerou, rasgando seus pulmões com garras maiores que as de um animal grande e selvagem. Ela a soltou, respirando o mais fundo que pôde.

    — Não, nada. — Ameer lhe direcionou um riso sem haver graça. — A senhora não deveria estar no hospital? E o tumor na cabeça?

    — Querida... Sente-se bem? — Ela pôs ambas, tuas mãos, aos ombros da filha. — Eu estou curada há mais de vinte anos, graças a sabedoria e os cuidados de seu pai.

    Ameer nunca acreditou na cura de sua mãe, porque a verdade era que não existia, mas de alguma forma seu pai conseguia adiar o momento em que esta não estaria mais entre os que caminham vivos pela terra, até o dado período em que esta não fora mais encontrada no leito hospitalar, nem no lugar, nem em sua casa, nem no estado local.

    — É claro, eu só tive um sonho ruim, mamãe.

    — Não me admira ter sonhos estranhos vendo o quanto bebeu ontem.

    — Eu bebendo demais? O que aconteceu ontem?

    — Meu amor, o seu noivado com a Madelyn! — A mulher riu, tocando as mãos da outra, a levando para a cozinha. — Esse seu esquecimento deve ser pela ressaca. Vamos, vou lhe fazer um café da manhã delicioso.

A Cirurgiã da Morte (DW)Onde histórias criam vida. Descubra agora