9°Capitulo-O telefonema

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A vida corria bem dentro do possivel, sem grandes problemas, jà estávamos num novo ano tudo corria como custume, sem nenhum imprevisto, todos trabalhavam, os miudos estavam na escola, e eu ajudava sempre no que podia, arrumava as casas e levava uma vida tranquila, ou estava em casa sempre a fazer algo, ou estava na casa dos meus amigos, onde passava grande parte do meu tempo, tanto durante o dia como á noite, ficávamos a jogar ou a beber umas cervejas, e por vezes juntávamos todos na mesma casa e comiamos juntos e muitos desses dias apanhavamos grandes bebedeiras, mas era engraçado, porque se davamos todos bem.
Por volta de meados de Abril, estava eu a fazer o jantar, quando bateram á porta da casa da minha irmã, o João abriu e era a policia a perguntar se eu me encontrava em casa, e disse-me para ir á porta, pois era a policia a querer falar comigo, intrigado e sem saber o porquê, dirigi-me á porta e sem compreender nada estava o meu sobrinho Flávio sentado no banco de trás do carro da policia e eu perguntei se os pais novamente se tinham esquecido dele na escola, onde a agente me disse que desta vez o caso era muito mais sério, perguntando eu o que se tinha passado eles começaram a explicar.
-Sabe Sr. Sérgio o seu irmão e a sua cunhada tiveram um problema em casa, onde nós fomos chamados a intervir, pois eles estavam os dois completamente embriagados, e o seu sobrinho disse-nos que tinha aqui um tio que podia ficar com ele, e é assim senão houver ninguém que fique com o menino ele terá que ir connosco, para darmos andamento em tribunal, os pais da criança neste momento não estão em condições de ficar com os pais.
-Claro que sim Sr. agente, ele fica aqui comigo.
-Mas se assim for não podem deixar o menino ir para baixo, até ser contactado pela Proteção de Menores.
-Assim o farei, não se preocupe.
Os agentes foram embora e o Flávio ficou comigo, dois dias depois fomos convocados pela Proteção de Menores para nos apresentarmos nas suas instalações, onde eu e os pais assinamos um acordo, que o Flávio ficava comigo, até eles terem condições, para ver se faziam um tratamento de alcoolismo, e assim aconteceu desde então!
O meu sobrinho Paulo avisou que este ano ia passar as festas connosco, viria de França com a esposa e a filhota, pois ele realmente conseguiu ter a familia que tanto prezava, era um rapaz cheio de vida, que dava atenção ás coisas boas e simples da vida.
No dia vinte de Outubro de 2011 estava eu a dormir com a minha irmã na minha casa, quando por volta das quatro e meia da manhã o meu telefone toca, era estranho alguém ligar a essa hora, quando atendi vi logo que se passava alguma coisa de muito grave, era a minha irmã Suzete, eu não podia acreditar no que ela me estava a dizer, que recebeu uma chamada de França a dizer que o meu sobrinho tinha morrido á pouco tempo, gelei e fiquei sem reacção, por um lado não estava a acreditar, por outro lado estava a mãe dele acordada e a questionar-me o que é que se tinha passado, sem palavras só lhe disse que nada, que era algo em que eu não acreditava porque ainda á dois dias tinha falado com ele na internet, desci a escada da casa e liguei para casa do meu sobrinho em França, e ai é que eu vi que o que a minha irmã me tinha acabado de contar afinal era mesmo real, a sua mãe estava perto de mim quando lhe contei, ela nem queria acreditar e eu também não, o meu sobrinho cheio de vida, lindo e que estava a começar a constituir familia, o que ele tanto queria, estava morto, para mim mesmo hoje ainda me parece um pesadelo do qual eu acho que um dia vou acordar ainda!
Telefonamos para a irmã, a Sandra, mas ela também jà estava a par do que se estava a passar, jà estava a chorar quando lhe liguei.
Comunicamos a todos, e o Paulo foi sepultado em França, a sua filha estava lá, não podia ser de outra forma, aprontamo-nos e fui eu a minha irmã e a minha sobrinha, para esse que foi um dos enterros, que para nós muito dificil, mas o meu sobrinho Paulo tinha muitos amigos, que estiveram presentes nesse doloroso momento com todos nós.
Ao chegar a França é que nos apercebemos como o meu sobrinho era importante para muita gente,pois ele era muito querido tanto pela nossa familia como para a da mulher,e entre os amigos nem se fala, falando com a mulher apercebemos que ele apesar de ser um jovem saudavél,ele tinha morrido como o filho de seis meses,de morte súbita,pois é nunca se pode dizer que estamos completamente bem!
Ficamos por lá cinco dias,o tempo que foi preciso para ele ser enterrado,o meu irmão Raul foi ter connosco,ele também não conseguia conter as lágrimas,o meu sobrinho era tão querido para muita gente que a igreja que era enorme, encheu de pessoas,nunca tinha visto tanta gente junta,mas fiquei muito contente,o meu sobrinho era importante para toda aquela gente,que de um modo ou de outro conseguiu marcar a vida de todos nós, conseguiu fazer com que todos o amassem,e sem duvida ele era um dos sinónimos daspalavras "Amor e Vida"!
Regressamos a casa ,nesse ano não tinhamos cabeça para pensar em natal ou em festas,porque para nós todos, era sem duvida um ano que nunca se iriamos esquecer!!!

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