Escuto batidas na porta e me levanto para atender. Eu não lembro de ter chamado ninguém para vir aqui. Ao abrir a porta, sinto meu coração doer.
A minha garota estava ali, parada, com lágrimas nos olhos e uma bolsa.
- você é a única pessoa que me resta, por favor. - entre.
Kuina entra e vai direto para o meu quarto, eu tranco a porta e vou atrás dela.
Entro e vejo ela deitada chorando agarrada em um travesseiro.
Eu tinha uma ideia do que aconteceu.
Me aproximo e sento ao lado dela, ela larga o travesseiro e me abraça.
- foi ele de novo, certo? - ... - você pode ficar o tempo que precisar aqui, meu amor. A minha casa é sua também.
O pai de Kuina é um babaca, ele não aceita que seu garotinho, na verdade, é uma grande garota.
Kuina é uma mulher trans, eu não me importo com isso. Ela pode ser o que quiser, eu gosto dela por sua personalidade.
Ela me contou que gostava de maquiagens, disse que queria mudar seu nome para Kuina, queria ser uma mulher.
Eu a apoiei, a ajudei quando precisou. Sempre vou estar aqui pra ela e sei que sabe disso.
- Emi... - hm - você acha que sou uma aberração? - Ina, você é garota mais incrível que já conheci, você não é anormal por ser diferente dos outros, ser diferente é o que faz de você especial. Eu amo você e o seu jeitinho, sempre vou amar. Você sempre vai ser a minha garota. - obg, Emi. Eu amo você. - eu também amo você, Ina.
Ela me olha e eu limpo as lágrimas que caiam de seus olhos.
Ela deita novamente e eu passo a mão por seus cabelos em um ritmo calmo, ela, aos poucos, vai relaxando.
Quando vejo, ela está dormindo.
Tiro ela do meu colo e levanto para sair.
E então sinto sua mão segurando meu pulso.
- não vá... - ... Não vou a lugar nenhum, querida.
Eu me deito novamente ao seu lado e ela se agarra em mim. Eu a abraço de volta e dormimos agarradas a noite toda.
Deus, como eu amo essa garota.
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