Todos na casa cheiram algo bom : Jasmin, pastéis caseiros da mãe, ar condicionado...
Mas o apartamento de Nijiro, cheirando a mofo e cigarros, nunca mais exalará sua antiga fragrância.
Sons abafados e inarticulados vinham do banheiro, como se um pequeno animal preso em uma gaiola por ávidos caçadores, estivesse tentando sair.
Nijiro também tentou, o corpo meio morto estava deitado me uma banheira cheia até a borda com a mistura de água e sangue, e ainda mostrava os últimos sinais de vida. As lâminas espalhadas pelo azulejo falavam de tentativas fúteis de acabar com ele o mais rápido possível.
Um pedaço de papel que caiu de sua mão em um azulejo sujo se afogou em uma poça de sangue com as palavras " eu queria ser mais forte, mas não posso fazer mais isso. Estou cansado. Cansado de tentar consertar o que não pode mais ser mudado. Que esse erro seja o último.. "
O zumbido Branco que já estava criando o conforto mais tangível que Nijiro ansiava. Conforto com abafava os sentimentos de dor.
- eu me virei para o lado errado com muita frequência, não quero mais estar errado. Talvez na próxima vida eu tome a decisão certa. Perdoe-me, Emi.
Ele disse em seu último suspiro.
Nijiro morreu por causa de tentativas patéticas de se salvar, que cada vez mais arruinavam sua vida.
E agora no cemitério com duas rosas vermelhas, Akemi se levantou e olhou para o nome de seu amado, esculpido na lápide.
- perdoe-me, amor. Se eu tivesse sido um pouco mais cuidadosa, isso não teria acontecido...
Akemi colocou as rosas no túmulo de Nijiro e, caindo ao lado dele, lágrimas, que quase se esgotaram.
Não importa o quanto você olhe para o passado, ele não pode ser corrigido, assim como a vida humana não pode ser corrigida
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