𝐬𝐨𝐮𝐥𝐦𝐚𝐭𝐞𝐬 ♥ 𝐜𝐡𝐚𝐧𝐦𝐢𝐧

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☽【ᗰᵢ𝚗】☾

Foi tudo perfeito. Simplesmente tudo perfeito. Eu não errei nenhuma fala, e ele não errou nenhum passo da nossa dança. A gente estava em uma sincronia incrível, não parecia aquele mesmo garoto de quando começamos a ensaiar.

A melhor parte de todas com certeza foi o final, minha professora me chamou no canto e me convidou para participar do mundial de dança que teria, alunos de várias escolas de dança ( ou até de programas de dança como tem aqui no colégio ) participam.

Obviamente eu aceitei. Ela disse que estava convidando os doze principais dançarinos daqui pessoalmente, e eu fui uma das primeiras a confirmar minha futura presença.

Eu, Minho e Jisung pegamos uma rosquinha e nos sentamos nos banquinhos em frente à cafeteria. Hyunjin acabou caindo no sono e acabamos levando ele em direção ao dormitório.

Ele dançou muito bem, tenho certeza que seu futuro como idol já está garantido, ele só precisa de uma chance para conseguir conquistar o lugar que já é dele.

— Vai ter amigos seus lá também? — pergunta Jisung.

— Aham, e isso vai ser meio chato talvez. A gente prometeu uns aos outros que estaríamos no mundial juntos.

— Provavelmente vai ter olheiros lá — diz Lee — Ou outro nome, não sei se fala olheiros — ele ri.

— Tomara que o Hyunjin concorde em ir, vai ser a chance dele, sabe? — diz Jisung animado.

Eu e Minho nos olhamos. Deve estar rolando algo entre esses dois, mas não sabemos ainda.

— Vai ser engraçado, é um australiano representando a Coreia.

— Não é qualquer australiano. É o meu australiano — Min fala e fico vermelho na hora. Ele tem que parar de me deixar envergonhado toda hora.

Jisung olha para nós dois espantado e abre sua boca em formato da letra O, um círculo perfeito.

— Vocês estão namorando?

— Não. Tá doido? — digo sem nem pensar duas vezes. Lee parece ficar meio chateado pelo jeito que falei, então rapidamente ajeito minha fala — Ainda não, pelo menos.

Vê-lo sorrir é bom. Me acalma e me faz esquecer de todos os problemas que eu tenho que lidar todo dia. Suas covinhas me deixam sempre hipnotizado.

Para mim, as pintinhas que ele tem no rosto são como a constelação, no futuro, planejo ligar com caneta cada sarda uma com uma e formar os conjuntos de estrelas. Pelo menos vou poder dizer que eu vejo a galáxia todo dia.

E para mim, as covinhas dele são o melhor erro genético que Min poderia ter ganhado! Com a junção de sua galáxia com suas covinhas, eu sempre tenho as famosas borboletas no estômago que todos falam, isso só quando ele sorri para mim. Talvez ele não seja tão ruim assim...

**

Acordei com os cabelos bagunçados e com uma maquiagem de ontem a noite ainda no rosto. Hoje teríamos o dia livre, mesmo sendo dia de semana, o que me permitiu acordar mais tarde do que o comum.

Tomo um banho relaxante e coloco uma roupa mais leve. O sol brilhava do lado de fora, o dia possuía uma temperatura amena, o que combina com os roncos da minha barriga.

Vou até a cafeteria e peço um suco de laranja e como junto com a minha salada de fruta que peguei na cantina.

Abro meu Instagram e começo a ver as fotos dos meus amigos australianos, eles aparentam estar felizes, e eu consigo dizer que também estou aqui!

Nunca pensei que isso aconteceria, e pensar que no início eu não queria vir. Se meus pais tivessem me ouvido, eu não teria feito amizade principalmente com o Hyunjin, Jisung e o... Sam.

Meu coração começa a bater mais rápido só de pensar em seu nome.

Ele é diferente dos outros dois e dos outros daqui do colégio, e não apenas por ele ter me beijado duas vezes, isso é só detalhe, mas algo nele me faz sentir segurança, conforto... algo nele me deixa intrigado, talvez seus segredos que ele esconde de mim, mas ficaria contente em poder descobrir cada um deles, e compartilhar os meus também.

Quando conversamos, eu consigo me envolver na conversa de um jeito que eu não me envolvo com mais ninguém... eu quero poder saber que magia ele jogou em mim para que eu me sentisse assim.

Sem perceber um sorriso surge em meus lábios ao lembrar de cada momento que passamos juntos.

**

"Quanto eu te vi, logo pensei: vai ser o meu caos mais bonito. E foi" - Bruna Andreoli

Logo que leio essa frase, Lee Minho vem à minha mente. Eu simplesmente não consigo tirar ele nem um segundo de minha mente. Hoje a gente acabou não se vendo muito, ele aproveitou esse dia de folga e ficou descansando o resto do dia, algo que ele devia ter feito há muito mais tempo.

Vou em direção ao meu quarto e encontro um envelope grande em cima de minha escrivaninha, junto, existe uma carta menor com a letra do meu pai. Sem precisar abrir, já começo a temer o que pode estar dentro do envelope maior.

"Meu querido filho, estou realmente feliz que você está se adaptando ao novo colégio. Não se envolveu mais em problemas...

Enfim, escrevi para você pois quero te falar algo, obviamente dizer pessoalmente seria muito melhor, mas esse é o único meio que achei mais adequado te avisar sobre isso.

O envelope branco que vem junto com essa carta fala sobre sua matrícula em um colégio nos Estados Unidos onde, além de você terminar o ensino médio, irá começar desde cedo a ter aulas sobre medicina. Isso irá te deixar num nível mais avançado do que os outros concorrentes! Você terminará esse ano e partirá para os Estados Unidos. Já confirmei sua presença para o ano que vem.

Estou extremamente orgulhoso de você, você cresceu, e ver você passando com suas notas em um colégio ao nível do que você irá estudar ano que vem me faz sentir feliz.

Beijos de seu pai."

Não. Não pode ser. Eu não quero isso para mim.

Rasgo o envelope implorando para que fosse mentira, mas não é. Leio cada palavra que contém no papel e algumas lágrimas começam a correr pelas minhas bochechas.

Não.

Não.

Não.

Não.

Saio correndo sem ligar pelo que os outros vão pensar e vou em direção a Ala B, bati desesperadamente na porta esperando alguma resposta. Nada. Alguns segundos depois ouço passos e uma porta se abre, olho para frente e vejo o Lee, o abraço com toda a força que eu tinha no momento.

Não queria sair dali, nem se meu pai chegasse aqui e me obrigasse, eu não queria soltá-lo nunca.

— O que aconteceu? — sua voz de preocupação invade meus ouvidos.

— Eu não aguento mais isso. 

★ ƈԋαɳ ★