PRÓLOGO

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Me chamo Giana Grove, cursei medicina em uma das melhores universidade de Londres, era o que eu queria? Definitivamente não. Sinceramente, é totalmente o contrario do que eu sonhava, mas ter pais super conservadores que dizem cada passo que você vai da na sua vida se resume a isso. Afinal, foram eles quem pagaram minha faculdade e achavam-se no direito de escolher o que era "bom" pra mim.

Sou filha de Diana Smith Grove uma estilista bastante conhecida na cidade e de Gerald Grove, um empresário famoso em Londres. Tenho 27 anos, Londrina. Esse ano consegui uma sala só pra mim no hospital onde meu tio Thomas Cromwell fundou, é um hospital particular chamado Cromwell Hospital (CH), fica no centro de Londres.

Sou conhecida como a "filha do empresário Gerald Grove" o que eu tanto odeio, não é pelo fato de ser o meu pai, não tenho problema nenhum com isso, o amo, mas porque agem como se eu não tivesse uma identidade própria, mesmo sendo uma excelente profissional da saúde.

Bom, estou apita a começar uma nova jornada esse ano, espero que ocorra tudo bem, sem estresses, sem mamãe pegando no meu pé pra apresentar garotos que nitidamente eram sustentados pelos pais -todos de classe alta e mongóis- não me leve a mal, eram todos metidos e bestas.
Esse ano é o meu ano, não posso errar, não tenho tempo pra me distrair em romances e me apaixonar de novo. Meu último relacionamento já foi um desastre. Pelo menos por agora, eu não quero nada de drama na minha vida.

...

Entrando na CH, às sete da manhã, subo logo ao meu escritório, sou neurocirurgiã, Tina minha secretária vem logo até mim entregando um copo com suco que ela sempre pega na lanchonete do hospital pra mim, eu nunca peço, mas ela traz mesmo assim.

- Bom dia, dona Gi. -ela fala me entregando o copo e com um sorriso no rosto.

- Obrigada, querida. - agradecendo a ela e lhe dando meu melhor sorriso.- Ah, não me faça parecer velha, temos quase a mesma idade, ja falei pra me chamar apenas de Gi. - tomei do suco, era de maracujá, uma delicia. -Como está minha agenda hoje?- jogo uns papeis que estava em mãos e minha bolsa em cima da minha mesa.

- Hoje você tem apenas dois atendimentos agora pela manhã. - disse me entregando uma pasta e chequei os papéis com os procedimentos que eu tinha pra hoje.

...

Tudo ocorreu bem, fiz o que tive que fazer na CH e logo fui embora, mas antes, fui ao shopping pra comprar algumas roupas, pra um show de Bruno Mars que iria ter aqui em Londres em dois dias, por mais que minha mãe fosse um ícone da moda e tivesse milhares de roupas em seu closet pra me vestir, nenhuma parecia me agradar, aos meus olhos era tudo muito exagerado, sempre optei por roupas mais discretas, mas que não deixavam de ser ousadas, eu sei me vestir sem precisar de tanta extravagância como as peças de roupa que minha mãe usava.

Saindo do shopping, resolvi passar na cafeteria, um café expresso resolveria metade do meu dia, sentei na única mesa vaga do local, onde tinha espaço para duas pessoas, as vezes é chato não ter companhia, admito. Sou arrancada dos meus próprios pensamentos quando ouço o sino da porta da cafeteria soar por todo o ambiente, alguém havia entrado. Era um rapaz, bem bonito por sinal, típico de um londrino, com cabelos loiro, enrolado e alto.

Logo meu café chegou, acompanhado de um cookie de baunilha com gotas de chocolate.
Fiquei surpresa porque assim que o garçom se afastou, pude ver o mesmo rapaz que acabou de entrar, ele estava parado na minha frente.

- Posso? -disse ele apontando pra cadeira e me olhando, seus olhos pareciam as gostas de chocolate do cookie que estou comendo agora.

- Sim. -é tudo oque eu digo.

Dito isso, pensei que ele apenas pegaria a cadeira e se sentaria com outra pessoa, em uma outra mesa, mas o contrário disso, ele se sentou na minha mesa, bem na minha frente, o que me dava a visão perfeita de sua camisa de botões meio aberta e seus olhos cor chocolate olhando para mim. Que atrevido.

- É nova na cidade? - perguntou ele, enquanto adoçava seu café, poderia jurar que alguém nunca foi tão atraente quanto ele apenas adoçando a droga de um café.

- Na verdade não. - foi tudo oque eu disse, eu deveria falar mais alguma coisa? E depois disso, tudo oque ele me respondeu foi "hum". Quem ele pensa que é pra sentar na minha mesa e sequer tentar puxar um assunto descente? - E você? - consegui perguntar de volta pra ele.

- Sou Londrino. - eu percebi, nem precisei perguntar, so perguntei pra quebrar o gelo que se formou desde que ele veio ate aqui. Ele logo continuou a falar. - Sozinha por aqui? - perguntou ele e eu apenas assenti o olhando, ele ja tinha os olhos fixos em mim. - Posso saber qual o nome da minha companheira de mesa, em uma cafeteria romântica no centro da cidade?- ri de sua fala. Bobo.

- Sou Giana - falei meu primeiro nome, pra não ter que ouvir "ah, então vc é filha de Gerald Grover?", mais uma fala dessas e eu juro que surto. Então levei minha mão ate ele pra cumprimentá-lo e assim ele fez.- e o seu?

Ainda segurando na minha mão e olhando em meus olhos ele respondeu:

- Joseph Quinn. - e assim seguimos conversando, era estranho? Era. Mas eu gostei de interagir com um desconhecido, que agora não era tão desconhecido.
Joseph me contou sobre sua formação em teatro, mas que não exerce a mesma, por enquanto está focado em outras coisas, que nas quais não me contou. Pouco me importa também. Eu acho.

Assim que terminamos de comer, Joseph saiu, se despedindo de mim com um "até logo, Gi" e piscou pra mim. Quando ele saiu da cafeteria, e o perdi de vista, percebi que não havíamos sequer trocado números. Talvez fosse melhor assim, foi só uma conversa e um encontro aleatório -se é que posso chamar isso de encontro.

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REVENGE - Joseph QuinnOnde histórias criam vida. Descubra agora