REVENGE - Joseph Quinn

You have to be strong.

   Antony estava certo, eu confiei na pessoa errada. Deitada agora, no chão, olhando para o teto. Joseph logo ali, do meu lado, inquieto.

   Ele agora procurava por algo em seus bolsos. Observo de longe quando ele levanta algo parecido com um grampo, mas logo esconde quando ver Antony chegando, ele havia saído pra deixar Paul em algum lugar. Estava sozinho agora.

— Vem comigo. - diz me puxando. — Anda, levanta.

   Ele me põe de pé.

— Espera. - diz Joseph. — Onde vai com ela?

— A lugar nenhum, irmãozinho. - Antony se vira pra mim, de costas pra Joseph. — Quero que me acompanhe em um jantar hoje, docinho.

— Ta me zoando? Óbvio que eu não vou. - digo.

— Você ainda não entendeu, não é? Você não tem querer. - diz segurando meu rosto. Depositando dois leves tapinhas. Idiota.

   Joseph permanecia calado. Observava tudo.

— Trouxe um vestido, esteja pronta em duas horas. Tem maquiagem caso precise. Talvez essa noite, você não volte mais pra cá, princesa. - disse Antony jogando uma bolsa, soltando meus braços e saindo, nos deixando lá, com sérias dúvidas.

   Olho para Joseph, o mesmo já me olhava.

— Você não vai à esse jantar. Eu não posso permitir isso. - diz ele.

   Ele ainda estava algemado. Diferente de mim. Antony com certeza trancaria a porta da saída. Então deve ser por isso que não se preocupou em me soltar. Deve ter seguranças por toda parte.

— E você se importa? - pergunto, com raiva.

— Gia, a gente precisa conversar.

— Conversar? Você mentiu pra mim, Joseph.

   Ele permanecia sério.

— Confia em mim. Por favor.

— Confiar em você? - digo dando um risinho sarcástico, engolindo um choro que quis vir. — Não me peça isso, Joseph.

— Giana, isso tudo foi antes...- ele me olhava, seus olhos brilhavam, ele estava se segurando pra não desabar, posso ver.

— Antes do que? De fazer todo esse plano? Antes de planejar se vin...- ele me interrompe.

— Antes de te conhecer, porra. Eu sequer sabia que você era um Grove. - diz ele impaciente.

— Giana se estou na porra de um galpão, amarrado, provavelmente destinado à um fim trágico pelo meu próprio irmão, depois de ter o traído, não pode ser outra coisa se não for me importar demais com você. - sua voz sai trêmula. — Acha que eu gosto da ideia de ter me apaixonado por a porra de uma Grove? Não eu não gosto. E só pra você saber, eu me odeio por isso. - concluiu.

   Ficamos calados, apenas nos encarando. Ele abaixa a cabeça e se permite chorar.

— Eu não quero passar o resto da minha vida com a dúvida cruel de que algum dia me amou de verdade ou se tudo foi só um plano. - digo. Meus olhos lacrimejam.

— Você me disse que nada poderia mudar o que sentia por mim. - diz ele. É sério que ele trouxe isso à tona? Nessa situação?

— Acho que somos dois mentirosos então. - digo.

— Me diz, Joseph..- chego perto dele, fazendo o mesmo me olhar nos olhos. Ele estava ferido, minha única vontade era de abraçá-lo, mas não posso, não devo. — Se o que você sente por mim é real ou se é só um jogo.. - ele me olha.