Coleira

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- Obrigada – disse Yoko quando Divina lhe ajudou a sentar em sua cama segurando a bolsa de sangue que sugava com um canudinho – Não precisa se preocupar. Eu já estou bem.

A sereia de olhos claros arrumou os travesseiros atrás da menina e sentou-se ao seu lado.

- Tem certeza? Não precisa que eu pegue mais?

- Não. Foi o bastante – disse a vampira apontando com o queixo para as duas bolsas vazias ao lado da cama.

- Se curar é um dom muito legal – disse Eugene com Mãozinha em seu ombro.

- Se machucar não é – rebateu Divina chateada.

Yoko procurou sua mão entrelaçando seus dedos.

- Eu já expliquei o que aconteceu e não quero ninguém destilando ódio a Enid.

Batidas na porta atraíram suas atenções. Bianca abriu e entrou no quarto correndo jogando os braços em volta da vampira.

- Você está bem? – perguntou nervosa checando a menina e sua roupa suja de sangue.

Ajax entrou em seguida fechando a porta sorrindo para ela.

- Como eu estava falando. Está tudo bem.

- Enid fez mesmo isso? – perguntou o rapaz de gorro.

Yoko assentiu.

- A força que ela tem agora é surreal – disse a vampira lembrando da luta das duas, ou melhor, da surra que levou – Ela é um animal raivoso preso numa corda.

Viram Mãozinha gesticular apressado.

- Ele tem razão. Precisamos encontrar as duas – disse Eugene receoso.

- Wednesday pode se cuidar e o que a gente pode fazer contra a Enid? Vamos todos morrer – disse Divina ainda nervosa.

Os garotos ficaram em silêncio pensativos.

- Ela iria atrás da gente – disse Yoko jogando a última bolsa de sangue junto das outras.

- Aquela estúpida morreria pela Enid. Não podemos deixá-la sozinha – acrescentou Bianca – Vamos atrás delas e dessa vez é matar ou morrer.

- Não sei se quero morrer – disse Eugene os fazendo rir – Mas quero as meninas de volta.

- Estou pensando em juntar forças com Darius – contou Bianca alarmando a todos.

- O que? Wednesday não confia nele – disse Ajax de cenho franzido – Ele trabalha para o conselho o mesmo que agora quer matar a Enid!

- Eu sei, mas talvez possamos enganá-los. Usá-los para nos ajudar a encontrá-las e depois nós a salvamos.

- É um plano bem idiota – disse Divina.

- Tem ideia melhor?

- Não.

- Ótimo. Vou falar com La Fonte. Alguém sabe do Xavier?

Eles negaram com a cabeça e Divina falou.

- O Kent também não deu as caras ainda. Disse que tinha algo para resolver, mas não voltou.

Bianca juntou as mãos em uma palma silenciosa e caminhou até a porta.

- Tudo bem. Vou falar com nosso amado diretor. Mando mensagem – finalizou saindo.

- Vou devolver as armas dos guardas antes que eles voltem ao normal – disse Ajax seguindo o exemplo da morena.

Eugene também as deixou sozinhas. Em silêncio Yoko tirou a camisa rasgada e suja e a jogou no canto. Divina viu as marcas ainda rosadas em suas costas e as tocou com cuidado. A vampira a olhou por cima do ombro e sorriu.

Cores - WenclairOnde histórias criam vida. Descubra agora