05 - Carolina Borges

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Carolina Borges

Hoje comecei a trabalhar, até que não tem muito serviço o dia está tranquilo, tínhamos apenas uma possível admissão um RN de 25 semanas, paciente já estava internada no hospital e estavam tentando segurar a gestação, seria muito melhor para o bebê dentro do corpo da mãe do que do lado de fora, mantive a rotina e continue direcionando toda minha equipe, estava gostando de como a equipe funcionava, se ajudavam para o serviço acontecer, a pediatra plantonista é um amor e o médico coordenador super profissional, percebi que entre eles existe algum tipo de relacionamento, mais da para ver que não se assumem que se gostam, será interessante observar o desenvolvimento dessa relação deles.

— Meninas vou ali no RH vê se meu plano de saúde já esta disponível para o uso e se já posso adicionar minha mãe também, qualquer coisa me liguem, volto logo. — Aviso a equipe e vou em direção ao elevador, e dou de cara com o bonitão dos olhos azuis que conheci no primeiro dia.

— Oi, bom dia, tudo bem? — Pergunto a ele assim que percebe que sou eu.

— Há oi, tudo bem, sim, to na correria, hoje tem uma coletiva de imprensa devido à aquisição de novos aparelhos de tomografia, você deve ter visto, e você como está, está indo onde? — Ele me pergunta todo curioso.

— Sim, vi o marketing do hospital é muito bom, estou bem me adaptando ainda a cidade, estou indo no RH! — Respondo a ele tentando não parecer tão interessada em puxar assunto enquanto caminhamos, ele parece até diminuir os passos.

— Não está indo pedir demissão, não é? — Ele deu um sorrisinho e uma piscadela.

— Não, quero vê se já está liberado meu plano de saúde e se posso adicionar minha mãe! — Sorrio, e respondo a sua curiosidade.

— Ufa, que bom, nós falamos mais tarde, quem sabe, vou lá enfrentar essa coletiva. — Sorrio com pena dele, dá para perceber que não queria estar fazendo isso, lanço um beijo para ele.

— Até mais tarde quem sabe! — Ele pega meu beijo no ar, e sinto meu rosto corar.

O Alex é um homem bastante charmoso, tem um corpo muito bem definido e um charme naqueles seus olhos azuis, ele é mais alto que eu nos meus um metro e sessenta e cinco, ele deve ter, no mínimo, um e oitenta, tem uma barba cheia bem aparada e aquele porte de homem quem sabe o que ta fazendo, ai minha Nossa Senhora da calcinha encharcadas, espero que ele não fique andando tanto pelos corredores ou serei obrigada a ficar olhando para ele sempre.

Resolvo minhas pendências com o Rh e peço para confeccionar o cartão para minha mãe por que logo ela chega e não quero deixar ela sem assistência médica, pode acontecer algo e, eu gosto de estar prevenida.

Na hora do almoço vejo que tem uma chamada do Bruno e mensagens da minha mãe, aproveito que estou na hora do meu almoço e ligo para minha mãe rapidamente.

— Oi, Dona Clarice, o que houve, aconteceu alguma coisa, Senhora não é de mandar mensagem quando estou de plantão. — Falo atropelando as palavras, fico preocupada com a minha sempre que ela liga nos dias do meu plantão.

— Ha, minha filha seu irmão está aqui, estou preocupada com ele, aquela namorada dele deu um chute na bunda dele, ele ta todo deprimido aqui em casa, liga para ele depois estou preocupada de que ele fique doente assim. — Ouço ela suspirar, então sei que ele realmente está nada bem.

— Tá bom, mãe, mais tarde ligo, agora to na hora do meu almoço e tenho mais uma ligação para fazer, juro que amanhã depois que eu descansar ligo pro Cláudio, mãe vou desligar, beijos te amo. — Ela fica meio eufórica querendo saber para que vou ligar, mas apenas ignoro as tentativas dela para tirar informações de mim.

— Beijos minha filha, te amo e Deus te abençoe. — Desligo e procuro o número do Bruno que ele salvou na minha agenda, ele me atende no primeiro toque, percebo que tem muitas vozes no fundo.

— Oi, linda, tudo bem? — Percebo ele meio inseguro para falar o que precisa.

— Oi, Moreno tudo bem, sim, fala comigo, vi que você me ligou mais cedo, desculpa não atender, hoje estou de plantão e o celular fica no silencioso, só vi agora na hora do almoço. — Ele solta um suspiro.

— Sabe o que é Carol, minha irmã está internada aí, ela está grávida de 6 meses e estamos preocupados, porque não tivemos notícias dela até agora, será que você pode ir ver se ela e o meu sobrinho estão bem, minha mãe ta para fazer um buraco no chão e não consigo ver ela assim angustiada. — Fiquei com dó da angústia dele, claro que vou ajudar, mas não gostei de ouvir ele me chamando pelo meu nome, prefiro quando me chama pelo apelido.

— Claro, Bruno vou olhar ela agora, daqui a alguns minutos eu te retorno a ligação e te falo a situação deles. — Termino meu almoço e vou lá tentar alguma informação, para acalmar o coração do meu traficante.

Fui até a maternidade que era de frente ao meu setor, conversei com a enfermeira e disse que Juliana é irmã do meu vizinho e ele me pediu para saber dela. — Ela não está bem, a pressão dela esta oscilando muito, e o bebê esta ficando instável, provavelmente ela terá que fazer uma cesárea de emergência e o bebê vai para UTI, não sei se sobrevive. — Já vi vários RN extremos sobreviverem sem sequelas, mais se o bebê conseguir ficar mais tempo no útero sem fazer mal para ele e para mãe é muito melhor.

— Muito obrigada pela informação, posso vê-la, dizer que esta tudo bem com a mãe dela, ela deve ta preocupada com isso. — A enfermeira apenas assentiu.

— Atravessei a porta da enfermaria onde ela estava sorrindo e vi uma moça linda e muito parecida com o Bruno, com cabelos cacheados e bem volumosos, rosto bem definido e de olhos verdes.

— Oi, Juliana, boa tarde, me chamo Carolina, trabalho aqui e vim te trazer notícias. — Sorrio para ela. — Conheci o Bruno uns dias atrás e ele me pediu para vir dá, uma olhada em vocês, estão bem angustiados lá na sua casa, já peguei notícias suas com a equipe, você quer que eu dê algum recado, ou peça para trazerem algo para você. — Vi que ela estava com o rosto cansado e sentindo algum desconforto.

— Oi, você deve ser a mulher que meu irmão dormiu na noite do baile. — Corei quando ela disse isso. — Eu só estou muito cansada e rezando muito para que meu pequeno se comporte e aguente pelo menos mais um mês aí no forninho dele, meu irmão nos contou sobre você e ele ficou bastante interessado, mas ele entendeu o motivo que você não aceitou ficar com ele, meu irmão pode ser o quê é, se é que você me entende, mais meus pais sempre o ensinaram a respeitar a decisão de uma mulher, e acho que ele quer você para ele, mais ele não vai forçar nada. — Fiquei sem acreditar no que eu ouvia ela falar, só conversarmos durante uma noite e tomamos um café juntos e teve aquele beijo.

Fico olhando para ela enquanto ela vai soltando tudo o que pode, e percebi que ele e a irmã são bastante unidos e confidentes, e isso me deixou feliz, me faz lembrar da forma que sou com o meu irmão.

AMOR, INSANO AMOR (Livro 01) "AMAZON"Onde histórias criam vida. Descubra agora