06 - Carolina Borges

53 10 0
                                    

Carolina Borges

— Minha situação psicológica é complicada, e não sei se aceitaria o risco de me envolver com ele. — Fui sincera com ela, ela apenas concorda com a cabeça.

— Preciso ir para o meu setor, mais me diga você ta precisando de algo, ligarei para o seu irmão agora e peço para ele te trazer e eu te entrego. — Ela apenas olha para os lados e tenta puxar a colcha para se aquecer.

— Quero mesmo um moletom, estou sentido frio aqui dentro, o ar condicionado fica bem em cima de mim. — Olho para trás e percebo que realmente está bem em cima dela.

— Vou pedir para ele te trazer, mais tarde eu te entrego, anota meu telefone que você pode me chamar se precisar e quando eu tiver desocupada venho aqui te fazer companhia, posso pôr a mão? — Apontei para a barriguinha dela, ela deu um sorriso lindo e concordou.

— Oi, bonitinho, faz um favor para titia fica comportadinho ai dentro por mais 2 semanas que a titia promete que cuidará direitinho de você aqui fora, mais tem que aguentar mais um pouco aí dentro. — O senti se mexendo, talvez seja concordando comigo.

— Tchau, Ju, qualquer coisa você me avisa que corro aqui com você, ligarei para o Bruno. — Saio do setor agradecendo à enfermeira por me deixar ver a Juliana, pego meu telefone e já vou ligando para ele.

— Oi, Bruno, a vi aqui, e as notícias não são tão boas, ela está com a pressão dela oscilando, os médicos estão analisando fazer uma cesárea, para que ela e nem o bebê não fique em sofrimento, se o bebê sobreviver ao parto ele vai para o meu setor, consigo ficar de olho, por enquanto ela esta bem cansada devido à situação, outra coisa ela pediu para vocês trazerem moletom para ela que está sentindo frio, se puderem trazer você me liga que pego e entrego para ela tudo bem? — Ouço-o pedindo para a mãe ficar quieta, ou ele não ia entender o que estava falando.

— Obrigada Morena por você ficar de olho nela hoje para gente, minha mãe queria falar com ela, minha coroa ta para fazer um buraco no chão aqui de nervosa, ainda não conseguimos fazer visita. — Consegui perceber a ansiedade dela, e entendo a preocupação.

— Moreno faz o seguinte mais tarde vou lá vê-la outra vez e te ligo, assim sua mãe a vê e você também, assim que você chegar aqui me liga que descerei aí no estacionamento e pego o moletom para ela, preciso organizar algumas coisas aqui dos meus pacientes, te aguardarei. — Falo assim que me sento na frente das evoluções para fazer.

— Morena, muito obrigado mesmo, daqui a pouco chego aí com você, bom trabalho. — Desligo a ligação e um sentimento de saudade se aloja dentro de mim, suspiro fundo e me concentro no meu serviço.

Quando já passa das 19 h olho o celular e decido ir ao refeitório buscar algo para lanchar e no caminho meu celular toca.

— Oi, Bruno, você está aqui? — Havia acabado de me servir com um cafezinho.

— Oi, acabamos de chegar, te atrapalho agora? — Saio do refeitório tomando o meu café, ansiosa para reencontrar aquele moreno lindo.

— Claro que não, estou descendo aí com você, só 5 minutos e chego aí! — Vou atravessando o hospital com os passos um pouco mais apressados.

Quando chego ao estacionamento, fico esperando ele aparecer, esqueci de perguntar qual era o carro, já ia ligar para ele, mas vi um carro piscando as luzes, vou caminhando um pouco mais rápido.

— Oi, Bruno, tudo bem? — Vejo que ele está acompanhado por outra mulher e uma senhora.

— Oi, Carol, essa é minha mãe Ivone e essa é Alice, amiga da minha irmã. — Olho para a outra mulher, talvez seja alguma conquista dele.

— Oi, tudo bem? — Me surpreendi quando a mãe dele me puxou para um abraço e me agradeceu por olhar sua menina.

— Meu filho tem bom gosto, você é linda, espero que você dê uma chance para ele. — Fico envergonhada como ela fala comigo, segurando em meu rosto.

— Oh, dona Ivone, somos apenas amigos. — Vi o olhar dele abaixar. — Mais no dia que ele largar essa vida ele sabe onde moro, não é Moreno? — Ele abriu um sorriso lindo mostrando os dentes e o olhar brilhou.

— Falando nisso, quero te levar para tomar café amanhã, imagino que você sairá cansada do plantão e quero agradecer pela ajuda. — Ele me convida, e somos interrompidos pela outra mulher que estava no carro.

— Não quero atrapalhar esse lance de vocês ai, mas quero saber como estão, minha amiga e meu afilhado. — Sorri do ciúme dela.

— Ela continua da mesma forma que eu disse a vocês de tarde, o médico só realizará a cesárea se não tiver mais solução, eu ainda acho melhor para o bebê ficar mais tempo, ela já está tomando medicação para amadurecer os pulmões do bebê, fora isso não se pode fazer mais nada, só aguardar. — Peguei a bolsa com a roupa para a Juliana e me despedi da Alice, que me abraçou e agradeceu por cuidar da sua amiga e de seu afilhado, e dona Ivone falou baixinho.

— Insiste que ele sai dessa vida e fique com meu menino, ele precisa de uma mulher igual a você para dar jeito nessa vida torta dele, quero morrer e ver meu filho livre dessa vida. — Olho para ela com ternura e lhe dou um abraço e me despeço.

— Vem morena, vou te levar até ali no portão. — Ele segurou minha mão, e foi me puxando, quando já estávamos longe do carro ele meteu uma mão na minha nuca e me roubou um beijo apressado e urgente e muito gostoso, me derretendo toda nesse beijo, um calor subiu e me sentia toda quente e queria muito aprofundar o momento.

— Bruno tenho que entrar e ainda preciso ir na maternidade ligar para vocês verem ela, amanhã espero você aqui ou nos encontramos em algum lugar? — Ele mantém nossos corpos próximos um do outro, e seguro em seus braços fortes.

— Você vai ser minha perdição, Carol quero você e não me importo em largar o morro e viver com você, seu jeito de não temer nada, e sua honestidade me cativaram e pelo visto minha mãe também, quero ter a oportunidade de nós conhecermos melhor e quem sabe ter um relacionamento sério. — Ouvir isso dele deu um frio na barriga, um traficante interessado em mim, estou bem lascada.

— Moreno conversaremos sobre tudo isso, com calma e vou sempre ser sincera com você, agora preciso entrar, estava indo jantar, mais perderei o horário, vou la agora com a Ju, espera la com sua mãe que chamarei por video, tenta não fazê-la chorar muito e nem ficar emotiva para a pressão dela não subir, tenho que entrar. — Dou um selinho nele e entro para o hospital com uma bolsa da Burberry.

Passo pelo refeitório e ele já estava fechado, terei que pedir algum lanche pelo aplicativo.

Cheguei na maternidade e fui lá ver a Ju, a enfermeira me parou, queria conversar sobre fazer uma troca de plantões, e nos acertamos. Trocamos número e fui lá vê-la.

— Oi, Juliana, boa noite, tudo bem? — Seu olhar parecia mais disposto, fico até feliz com essa aparente melhora dela.

— Oi, Carol, depois que você veio aqui estou bem melhor, vejo que meu irmão já veio aqui, e pelo visto esse seu sorriso de felicidade ganhou algo além dessa bolsa que você esta carregando. — Ela dá um sorriso safado e uma piscadinha.

AMOR, INSANO AMOR (Livro 01) "AMAZON"Onde histórias criam vida. Descubra agora