Capitulo 2

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Adam e Melissa me acompanharam até o meu apartamento, demonstrando uma gentileza e apoio que conseguiram afastar qualquer pensamento intrusivo sobre Fillips da minha mente. No entanto, fui arrastada de volta ao passado quando avistei um carro familiar estacionado no início da rua.

Meu coração parecia querer saltar do peito, batendo com tanta força que parecia prestes a explodir. Não que eu ainda tivesse qualquer sentimento de amor por Fillips, eu já odiava aquele homem. Mas ainda restavam lembranças dos três anos em que o amei, e agora eu não tinha certeza se ele me amou de verdade, ou quando tudo começou a dar errado entre nós.

Respirei fundo quando Adam estacionou o carro. Eu sabia que em algum momento teria que encará-lo. Era completamente inevitável. Só não queria que fosse agora.

— Podemos te acompanhar — disse Mel. — Já estávamos prontos para subir com você, mesmo.

— Não, acho que preciso fazer isso sozinha. Quero saber se ele tem algo a me dizer, e acho que ele não vai reagir bem se eu levar ouvintes pro seu discurso patético.

Eles me olharam, trocaram olhares entre si e então concordaram.

— Se ele demorar muito para descer, eu subo — Adam se ofereceu, e eu apenas concordei.

Eu poderia estar usando uma das roupas que havia usado por uma semana, mas pelo menos meu cabelo estava arrumado, eu já tinha passado maquiagem e tomado um banho quente antes de saímos da casa de Melissa. Não permitiria que Fillips visse o quão abalada eu ainda poderia estar.

Caminhei pelo saguão, seguindo diretamente para o elevador que levava ao meu apartamento. Passei a chave na porta do elevador e entrei. Contei até cem, tentando acalmar meus batimentos cardíacos. E quando finalmente tive a visão do interior da minha sala, a figura de Fillips, com seus cabelos raspados, moreno e vestido impecavelmente com um terno, não causou a mesma reação que eu esperava. Na verdade, senti nojo. Apenas isso.

Ele se virou rapidamente para me analisar. Eu nem sabia mais se realmente conhecia suas expressões. Não tinha certeza se o conhecia de verdade.

Seu peito subia e descia rapidamente. Ele aparentemente não estava calmo. Não era apenas uma conversa que ele queria. Eu tinha certeza de uma coisa: sua expressão de raiva era evidente. Ele sentia o mesmo nojo por mim, tanto quanto eu sentia por ele.

Quando reparei no roxo estampado em seu olho direito, uma pequena preocupação quase se apoderou de mim, mas logo se dissipou quando seu olhar encontrou o meu.

— Vim buscar minhas coisas — falou, se aproximando. — Assim você terá espaço para as coisas do seu novo namorado.

Eu ri, uma risada amarga. Sim, parecia piada. Desde quando ele tentava ser engraçado?

— Você não me ligou, não me procurou, pouco se importou, e é você quem me trata como lixo? Vá para o inferno. Saia do meu apartamento.

— O que você quer que eu faça? Mesmo se eu implorasse por você, eu não a teria de volta.

— Pelo menos uma coisa sabemos que é verdade, não é, Fillips?

Eu juntei toda a minha força para manter a calma. Eu só queria que ele devolvesse a maldita chave do elevador que dava para minha sala, e saísse. Que ele nunca mais ousasse voltar lá outra vez. Eu o odiava, muito.

Seus movimentos eram rápidos e nervosos. Ele gesticulou impaciente, apontando para o olho roxo, como se eu tivesse um grande problema.

— Você não voltaria comigo porque está saindo com o Adam, não é? Você quer me culpar e fez igual.

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