CAP 7

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LUNA

Minha cabeça latejava insuportavelmente, como se uma pequena bomba estivesse prestes a explodir dentro dela. Infelizmente, era um daqueles dias em que eu não poderia faltar à aula. Era o primeiro dia de aula depois das férias, mas eu já vinha há semanas conversando com uma das professoras sobre um projeto que eu tinha prometido fazer para ajudá-la. Em troca, ela concordou em não me reprovar na matéria do último semestre. Eu fui para a universidade porque precisava apresentar meu rascunho para outros dois coordenadores. Era crucial obter a aprovação deles para continuar o projeto. Se fosse aprovado, eu continuaria escrevendo e isso seria benéfico para nós duas. Felizmente, não foi difícil convencer a professora e os outros coordenadores. Eles ficaram impressionados com o rascunho bem escrito e com a ideia de que o trabalho seria brevemente apresentado à renomada escritora e jornalista Susana Meyers. Sua carreira alavancou drasticamente quando ela produziu seu primeiro filme há dez anos.

À medida que refletia sobre tudo isso, percebi que talvez eu nem tivesse passado naquela entrevista se não fosse pela influência de Susana. Ela foi uma peça fundamental para minha aprovação. Ainda assim, também não chegaria aos pés da influencia de Susana se não fosse por Hayden. Fiquei pensando porque ele faria isso por mim, afinal, as pessoas ao nosso redor não faziam nada umas pelas outras se não fosse ter benefício com isso. Melissa ficou balbuciando sobre Hayden fazer o que fez só para conseguir sair comigo, mas poxa, acho que Hayden não precisaria ter de me levar para outro país somente se quisesse me chamar para sair, ele poderia muito bem fazer isso simplesmente me chamando para jantar. Ele disse que se recusaria a me deixar arcar com os gastos da viagem, mesmo que não fiquemos juntos durante mais que um dia, ele ainda insistiu em comprar as passagens e reservar o melhor hotel para caso eu não aceitasse ficar alguns dias na casa de sua mãe enquanto passa os dias por lá. Bem, acho que insistir não funcionou muito. Aliás, Hayden também apareceu durante a manhã antes da minha apresentação. Ele fora me desejar boa sorte.

Ao final do corredor, encontrei Hayden, esperando por mim com uma expressão curiosa. Apesar de não ser aluno da Universidade Carrysman, eu havia compartilhado com ele sobre o projeto, e ele prometeu vir me desejar sorte. Foi ele quem sugeriu mencionar Susana Meyers. Se tudo desse certo, esse projeto poderia impulsionar minha carreira em questão de meses.

— E então...? — perguntou Hayden, animado.

— Eu consegui. Eles aprovaram o projeto! — falei com entusiasmo, um sorriso iluminando meu rosto.

Hayden me abraçou, e eu retribuí o gesto. Nada mais importava naquele momento além da felicidade que transbordava em mim.

Meu projeto, na verdade, tratava da neurociência das reações químicas estimuladas no processo de criação. A professora Regina ficou encarregada da pesquisa científica, já que ela é uma médica pesquisadora, enquanto eu ficava responsável pela escrita e apresentação do tema. Se tudo desse certo, eu teria a oportunidade de apresentar meu trabalho para uma das maiores vozes dos últimos anos.

— Eu nem acredito, Hayden...

— Por que não? Você tem talento. Era de se esperar que as coisas dessem certo. Em poucos meses, você pode estar no auge de tudo o que sempre sonhou. As pessoas vão te conhecer, vão ler sobre você e suas histórias.

Apertei minhas mãos juntas, sentindo a adrenalina correr em minhas veias. Estava ansiosa e um pouco apreensiva ao mesmo tempo. Era uma mistura intensa de emoções. A dor de cabeça momentaneamente tomou conta, e eu baixei minha guarda.

— Acho que precisa descansar um pouco agora, Luna — disse Hayden em um tom carinhoso, acariciando meu rosto gelado.

— Vou procurar a Melissa, contar a ela e depois vou para casa antes da última aula, não precisa se preocupar.

— Quer que eu te leve para casa? — ele ofereceu, e eu ponderava sobre sua proposta, quase aceitando.

— Você já fez tanto por mim. Vou ficar bem, Hayden — me inclinei e dei um beijo em seu rosto. — Nos falamos depois? — Ele assentiu, com um sorriso lisonjeiro nos lábios. — Obrigada, mais uma vez.

— Sempre que puder, estarei aqui para te ajudar — ele disse antes de me deixar sozinha no corredor, enquanto eu seguia em busca de Melissa.

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