CAP 4

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Eu havia chegado na casa dos meus pais, ainda que não morasse mais com eles, as eu gostava de passar os sábados como nos velhos tempos, Emily e eu, filmes, jogos e piscina. Mas foi um pouco difícil depois que chegamos a uma certa idade, onde não éramos mais apenas garotinhas, não ficávamos mais na sala, e sim em um dos nossos antigos quartos, vendo tv e comendo besteira. Nós duas entramos em um consenso de que aquele dia merecia ser regado em sorvete e salgadinhos. Nós havíamos acabado com um saquinho, e ela insistiu em pedirmos mais sorvete.

Quando a entrega chegou e a campainha soou, eu desci para buscar. Estranhei o porteiro não receber, mas fui mesmo assim.

Ao abrir a porta, me senti um pouco envergonhada por não estar vestida melhor. Estava descalça, com uma regata cheia de farelos e um shorts de pano tão curto que eu sentia a poupa da minha bunda para fora.

— Oi — Hayden me cumprimentou, sorrindo para mim.

Meu pai me apresentara Hayden um mês atrás, no aniversário de verônica. Nós conversamos algumas vezes, ele me chamou para sair, mas eu realmente deixei claro que não estava pronta para conhecer alguém.

Ele era bonito, com os cabelos louros que mais pareciam dourados, os olhos verdes e a confiança, eram o combo perfeito para ele.

Estava sozinho, e meu pai provavelmente estava no escritório resolvendo alguma coisa. Pedi para que ele entrasse, e se sentasse no sofá.

— Pensei que não morasse aqui — ele disse, com um sorriso no rosto.

— Não moro, só vim passar o dia com minha irmã.

— Bom, não quis atrapalhar, se quiser, pode voltar para ela — seu riso era simpático, e eu realmente fiquei me perguntando porque não pensei nele depois de tampo tempo.

— Não atrapalhou — falei, pouco antes do meu pai aparecer.

Eles apertaram a mão um do outro, e meu pai, com seu como sempre, bem vestido, cabelo preto penteado para trás e olhos perfeitamente acinzentados, passou o braço por meus ombros.

— Querida, tem falado com Adam? — sua pergunta me pareceu um pouco desprevenida. — Ele também deve estar para chegar, você e Emy poderiam sair para almoçar conosco.

Eu falava com Adam, mas fazia um mês desde que ele saiu em viagem em suas férias em família para a casa em Miami. Não nos vimos ainda, e não sei como reagiria ao ver Adam depois de que nosso último contato, estávamos sem roupa, e eu implorando para que ele me comesse.

— Emy e eu vamos ficar, mas obrigada pelo convite — ao falar isso, a campainha soou mais uma vez, e Adam apareceu.

Seu rosto congelou quando me viu, por segundos que pareceram uma eternidade

Ele disse oi para todos nós, mas ainda olhava para mim. Deus, eu torcia para que ninguém reparasse. Afinal, não passávamos de bons amigos.

— Sei que não saímos ainda, mas eu devo me preocupar com ele? — Hayden cochichou ao pé do meu ouvido, enquanto Adam falava algo para meu pai, olhando para nós, apenas neguei com a cabeça, sem dizer uma palavra.

— Bem, antes do almoço ser servido, eu gostaria de mostrar algo para os dois, e quero confirmar se está tudo certo para hoje, Adam — o que teria hoje?

No fundo eu adoraria ficar ouvindo a conversa, mas eu não devia, e acho que meu pai iria gostar de ter os olhos de Adam para ele, e não para mim.

Por sorte, Armando, veio avisar da entrega que havia chego, e pegando a sacola em sua mão, aproveitei minha deixa.

— Vou subindo — falei, forçando um sorriso gentil e nada estranho. Espero.

Envergonhada, e abaixando meu mini shorts, subi as escadas quase correndo, chegando no quarto e vendo o bico da minha irmã brotar.

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