ADAM
Passei a última hora falando com minha mãe no telefone, enquanto ela me contava sobre Jennifer e Melissa, que finalmente haviam oficializado seu relacionamento. Fiquei realmente feliz por elas, mas isso acabou me arrastando mais uma vez para a turbulência da minha vida.
Minha infância sempre foi boa, divertida e despreocupada, talvez seja por isso que me tornei a pessoa que sou hoje, alguém que não se preocupa com coisas que considero inúteis, mas que têm grande importância para meu pai. Cresci ouvindo as histórias da minha mãe, sempre a vi como minha heroína, alguém totalmente inabalável, e ela continua sendo essa mulher. Tenho orgulho de ser seu filho. Ela fez de minha irmã, Jennifer, uma mulher incrível, e Melissa tinha muita sorte por tê-la ao seu lado.
Agora, eu estava sentado em frente à televisão, com o som desligado, assistindo a um episódio de The Big Bang Theory, uma das minhas séries favoritas. Mas eu apenas encarava os personagens na tela, perdido em meus pensamentos sobre como as coisas parecem mais simples de resolver nos livros e filmes da televisão. Na vida real, sabemos que nada conspira a nosso favor, não somos o protagonista, porque isso nem mesmo existe.
Olhei ao redor do meu novo apartamento. Ainda me questiono se foi um erro aceitá-lo. Eu não precisava morar aqui, poderia ter alugado ou vendido para outra pessoa. Mas, na época em que aceitei, só conseguia pensar em Luna, mas isso era definitivamente uma má ideia. Eu deveria manter distância dela, deixar a situação esfriar. Apesar de já ter se passado um mês desde a última vez que ficamos juntos, não consigo pensar em ficar com outra pessoa. Não é que eu queira ficar apenas com ela, não, mas acho que nos aproximamos em um momento delicado, e acabei encontrando nela um conforto que ansiava há muito tempo. Luna não esperaria nada de mim, eu não precisaria ter aquela conversa sobre não termos um relacionamento. Nós nos entendemos e nos apoiamos mutuamente. Somos bons amigos, e queremos manter assim.
No momento, eu estava completamente sozinho no último andar, aproveitando a cobertura só para mim. Embora desejasse secretamente que Luna aparecesse por lá, sabia que ela não estava em casa e provavelmente chegaria tarde e estressada. Sua família era complicada na maioria das vezes, especialmente com ela.
Aproveitei o momento e subi sem camisa para a área da piscina. Levei meu vinho favorito e liguei a hidromassagem assim que cheguei lá. As luzes suaves eram relaxantes, transformando aquele lugar em um refúgio para esvaziar a mente.
Fechei os olhos e fiquei ali por alguns minutos, na água quente da hidromassagem, até que meu celular apitou, me acordando. Tinha sido um dia longo e exaustivo. Queria ignorar o telefone, sabendo que poderia ser um dos garotos do restaurante ou até mesmo Thomas me chamando para sair em uma das festas que ele amava ir por estar cheia de universitárias de biquini dando mole para ele. Mas eu decidi olhar antes de ignorar quem quer que fosse, pois havia chances de ser minha mãe, e eu que não ousaria ignorar uma mensagem de texto da minha mãe.
Com os dedos ainda um pouco molhados, segurei o telefone e desbloqueei a tela. Era Luna do outro lado da linha, perguntando onde eu estava. Rapidamente, respondi a ela. Poucos minutos depois, a porta ao meu lado direito foi praticamente esmurrada, fechada com tanta força que parecia estar implorando por misericórdia.
— Oi — disse Luna, mas sua expressão não denotava raiva. Na verdade, ela estava abaixando o zíper do vestido em suas costas. — Tem espaço para mais um?
Fiquei paralisado, apenas olhando para ela, e após alguns segundos de silêncio, Luna arqueou as sobrancelhas como que esperando uma resposta.
— Fique à vontade, pequena — consegui dizer, ainda atordoado com a cena diante de mim.

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Além do Destino
Storie d'amoreLuna se mudou para Florida aos onze anos, tem uma boa família e um bom namorado - bem, pelo menos ela tinha um. Após chegar de uma viagem de trabalho, Luna decide fazer uma surpresa para Fillips, chegando um dia antes, no dia em que eles comemorarí...