Capítulo 5

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Desde muito jovem, sempre nutri o sonho de viajar pelo mundo, explorar diferentes culturas e testemunhar tudo o que fosse novo aos meus olhos. Aos nove anos, eu já falava incessantemente sobre esses desejos aos meus pais, compartilhando meus sonhos de escrever histórias e fantasias, além de buscar conhecimento. Aos treze anos, eles decidiram levar Emily e eu para a Europa, pois eu escrevia fanfics sobre Harry Potter, enquanto minha irmã sonhava com os desfiles e a moda de Paris. Na época, eu sequer imaginava que esse seria apenas o início de uma jornada incrível.

Aos dezesseis anos, meus pais me garantiram que, se eu me formasse na faculdade, estariam dispostos a me apoiar em todos os meus sonhos. Era meu último ano antes de alçar voo para conquistar o mundo.

Desde que alcancei o penúltimo período da faculdade, minha mãe me disse que fazer e manter contatos seria fundamental para construir uma carreira de sucesso. Assim, segui seus conselhos, encontrando-me com pessoas influentes, conseguindo me relacionar bem, mantendo postura e toda a classe e etiqueta que sempre me foram ensinadas. Porém, esses contatos não eram exclusivamente para mim, mas também para minha irmã Emily. Nessa noite, estávamos em um jantar na casa de nossos pais, com algumas pessoas desconhecidas e outras que já faziam parte de nosso círculo social. Era comum realizarmos jantares em alguns dias da semana, alternando entre as casas das famílias, geralmente com o intuito de estabelecer conexões importantes ou fechar negócios.

Acabei de chegar e notei que minha irmã estava conversando com Jamilla, uma mulher francesa, esposa de um dos contratantes de nossas empresas. Esse era o motivo pelo qual fomos incentivadas desde cedo a estudar outros idiomas. Eu falava fluentemente duas línguas além do português, enquanto Emily dominava três.

Não sabia ao certo como começar a me relacionar nessa situação. Normalmente, eu aguardava a chegada de meus pais, pois eles eram responsáveis por me apresentar às pessoas, mas não os avistava naquele momento. Instintivamente, meus olhos procuraram por Adam. Ele havia passado o dia resolvendo questões relacionadas ao restaurante, talvez nem estivesse presente, quem dirá vir até aqui.

Decidi enviar uma mensagem:

"Vai me deixar sozinha com essas pessoas? Acho que vou surtar."

"Eu queria muito que você nem precisasse estar aí. Sinto muito, mas acho que não consigo sair daqui tão cedo", ele respondeu com um emoji triste.

"Se minha mãe me colocar para conversar em espanhol com aquele senhor Castillo, juro que vou chorando para casa."

"Quando você chegar, estarei em casa. Meu ombro estará totalmente à sua disposição."

Dei uma risada, percebendo o quanto era bom saber que, apesar das provocações, Adam e eu ainda agíamos como se nada estranho tivesse acontecido entre nós na noite anterior. Ainda olhando para o telefone, fui interrompida por uma voz familiar que soou bem diante de mim.

Com um sorriso, cumprimentei Hayden quando ele se aproximou. Ele estava usando uma camisa social branca que lhe caía perfeitamente, realçando seus olhos verdes brilhantes.

— Oi — disse, enquanto nossos olhares se encontravam e ele sorria.

— Hoje é seu dia de sorte, você não terá que conversar com o espanhol que faz você precisar de um guarda-chuva — ele brincou.

Eu ri.

— Como você sabe disso? Nem encontrei meus pais ainda.

— Boas notícias, vou para São Paulo daqui a três meses e já tenho alguém para te apresentar por lá. Mesmo que não fiquemos juntos durante a viagem, eu vou passar em casa primeiro... — ele fez um gesto para que nos sentássemos enquanto serviam nossas bebidas.

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