Capítulo 12

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ADAM

Percebi que talvez o sexo casual realmente não fosse para mim. Emily sempre esteve certa, especialmente ontem. Quando propus algo para Luna, minha ignorância não me permitiu considerar como seriam as coisas depois que eu não fosse o único interesse dela. Eu a queria tanto, desejava estar com ela, que não raciocinei corretamente. Seria mais fácil se ela simplesmente não quisesse nada comigo depois de tudo que passamos, mas e eu? Sofri com uma mãe doente e um pai completamente insensível, mas não por amor. No que estava pensando ao acreditar que não seria fácil me apaixonar por ela? Eu já estava apaixonado, sempre estive.

Agora eu tinha que assistir em silêncio enquanto Hayden colocava as mãos nela, enquanto ela sorria para ele e não para mim. A raiva começava a ferver dentro de mim.

E o que eu poderia fazer?

Nada.

Tudo o que eu mais queria, era mesmo que ele sem culpa, quebrar a cara de Hayden, o deixar em pedaços, incapaz de chegar perto dela. Eu odiava isso, odiava não poder dizer a ela o que eu realmente gostaria de dizer.

Emily se aproximou e falou baixinho:

— Não culpe a Mel, ela nunca controla quem vem — franzi a testa. — Elena está aqui.

Emily sabia quem Elena tinha sido para mim no passado. Talvez eu nunca tenha sofrido por amor nenhum, mas ela era o mais próximo que eu tinha disso. Ela foi o mais próximo do que conheci do amor, ou do que deveria sentir algo por alguém. Até agora.

Antes, ela sabia que não poderíamos ficar juntos, mas no momento, ela sabia que nada nos impediria, e para Elena, estar trabalhando todos os dias ao lado de minha mãe, facilitava para que fosse um relacionamento muito mais que aprovado.

Quando a vi entrar pela porta, meu coração congelou. Parecia que ele parou de bater. Esqueci como se respirava.

Nunca sofri por amor, mas sofri por ter deixado um amor para traz...

— Oi, Adam — sua voz era doce, ainda a mesma.

Elena ainda tinha os longos cabelos castanhos e os lindos olhos verdes. Ela continuava perfeita, como sempre foi.

Não tínhamos nos falado por um bom tempo, e não a culpo por ter preferido se afastar. Eu faria o mesmo no lugar dela.

— Oi, Elena — minha voz quase falhou ao dizer seu nome em voz alta.

Estávamos à mesa, tomando o café da manhã, que já quase se tornara um almoço.

Quando mencionei o nome de Elena, os olhos azuis de Luna encontraram os meus. Eu havia compartilhado com ela sobre Elena, ela também sabia. E eu não conseguia imaginar o que estava passando em sua cabeça naquele momento. Ou para ela, nem fosse importante.

Logo chegaram mais alguns amigos de Melissa, nem todos eram as mesmas pessoas que eu já conhecia.

Elena pediu minha ajuda com as malas, e eu não soube como dizer não, nem haveria motivos para tal coisa. Fomos até o carro e peguei duas delas, levando-as para cima.

Cruzei os dedos para que ela não escolhesse um quarto ao lado do meu, pois seria uma grande tormenta. Felizmente, ela escolheu um quarto do lado oposto do corredor, não escolheu um dos melhores, e depois receei ser a esperança de passar a noite no meu, comigo como sempre fora.

— E... como vão as coisas? — perguntou, quando entramos no seu quarto.

— Não mudaram muito, fazem só alguns anos, mas ainda a mesma coisa.

— Seu pai ainda espera que se case antes de entregar o restaurante.

— Sim — bufei, me sentando na cama. Sempre foi muito fácil conversar com ela. — Preciso me casar — fiz uma careta e ela não pareceu feliz com isso.

— Sinto muito.

— Não sinta — me apressei em dizer. — E você, como andam as coisas?

— Minha mãe quer que eu me case também — ela revirou os olhos, irritada. — Sabe, aquele pensamento ridículo de que uma mulher sozinha não pode tocar uma empresa.

— Quem diria, nós dois, na mesma merda.

Ela riu. Era um sorriso lindo, mas não era o sorriso dela.

Merda, Luna, sai da minha cabeça.

— Bom, talvez, isso seja um recomeço — os olhos verdes me encaravam enquanto Elena falava comigo. — Podemos deixar acontecer, Adam.

A analisei, com tensão, mas não a respondi de imediato.

— Está com alguém?

— Nós podemos deixar acontecer, mas sabe que mudamos, não quero me comprometer e acabar te machucando — falei, me lembrando de todas as vezes que não pudemos deixar algo acontecer.

Me lembrei de todas as vezes que sussurramos palavras de amor um ao outro, para que ninguém nos ouvisse. Me lembrei das mãos entrelaçadas, dos beijos roubados nos momentos solitários. Me lembrei de onde nunca pudemos chegar.

— Eu já me machuquei uma vez.

— E mesmo assim, quer arriscar a segunda — falo, a vendo se aproximar.

— Não sou mais uma adolescente, acho que consigo me cuidar bem — sua voz era selvagem, os dedos ágeis que conheciam cada ponto fraco do meu corpo, me fazendo enrijecer. — Vamos Adam, deixe de se rude.

Sua mão desceu até meu pau, e ela apertou com força, desfazendo o nó em minha bermuda. Segurei seu cabelo, a fazendo olhar para meus olhos.

Ela arfou.

Eu estava pronto para a afastar, quando ouvi a voz de Luna, chegar até mim, em um riso com quem eu mais estava odiando no momento.

Fui impulsivo, irresponsável, mas não afastei Elena, apuxei para um beijo, seu gosto de morando nos lábios ainda era o mesmo. Quemestava de pau duro por Elena era o Adam de dezesseis anos, meu eu atual, estavabem longe de mim, porque se me permitisse, estaria com outra pessoa agora. 

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