Abril de 1993
Tate, por algum motivo desconhecido para ele, sentiu o coração disparar ao vê-la brincando com as crianças, construindo castelos de areia ali. O sorriso que ela compartilhava com aquelas menininhas, genuíno, carinhoso. Ela era como uma verdadeira irmã mais velha para elas.Allie teve muita sorte em tê-la.
Suas mãos trabalhando em moldar a areia com a água, fixando tudo de seu jeitinho. Parecia que até as mães daquelas crianças ficaram maravilhadas com a cena. Amélia era tão amada pelas pessoas que fazia Tate se perguntar sobre os antigos amigos dela.
Por que eles se afastaram dela? O que tinha acontecido?
Eram tantas perguntas que um tinha para o outro, que em algum momento as respostas teriam que aparecer. Com Amélia, Tate sentiu como se não tivesse sua dupla personalidade consigo, era apenas um lado com ela. O melhor. Com sua mãe, o pior. Com outras pessoas, ambos.
Hipnotizado pela visão, o Langdon queria de alguma forma se juntar para estar com Lia. Ele queria passar o máximo de tempo possível com essa garota incrível. Em tão pouco tempo, ela deixou de ser apenas uma amiga. Ela era sua melhor amiga.
A Collins levantou a cabeça para encontrar os olhos calmos de Tate, e em sua mão havia uma sacola e um chapéu. Acenando com a mão, ela o chama para perto dela e das outras crianças. Questionando se deve ou não ir até eles, Tate olha para o mar, sentindo sua paz voltar ao olhar para o ele e suas bela ondas.
– Tate, o que foi? — Sem que ele percebesse, Amélia já estava ao seu lado, com uma mão em seu ombro para chamar sua atenção e tirá-lo de seus pensamentos.
– Eu trouxe sorvete. Espero que não tenha derretido. — Já eram cerca de três e meia da tarde. Langdon tira um pacote da sacola plástica e entrega a ela.
– E um chapéu para não esquentar a sua cabeça. — O menino coloca o acessório preto na cabeça da menina, erguendo-o só um pouco para não perder a visão dos olhos dela.
– Obrigada. — Ela agradece, sentando-se ao lado de sua bolsa, acenando para as crianças que pareciam estar esperando que ela voltasse para brincar com elas.
– Vejo que você fez novos amigos. — Tate aponta, abrindo seu próprio sorvete. — Eles foram tão gentis comigo. — Lia sorri, parando para pensar por alguns segundos. Ela não teria filhos. Langdon parece ler os pensamentos dela e faz a pergunta que ela não esperava ouvir.
– Você quer ter filhos algum dia? — Ele pergunta curioso, segurando seu doce em uma das mãos. — Eu amo crianças. Seria um sonho para mim fazer todas as coisas da maternidade. — Tate sentiu que havia um "mas" no meio disso.
– Mas, não sei o que o destino me reserva. — Tate pegou o olhar vago nos olhos que antes brilhavam. O que estava errado? Ele perguntou algo que não deveria?
– Eu sei que você seria uma ótima mãe. Seu filho teria sorte de ter uma mãe como você. E você sabe... nem todas as crianças geralmente precisam vir da sua barriga. — Diz Langdon, imaginando se ele pode ter feito uma pergunta estúpida. E se Amélia fosse estéril? E se essa pergunta apenas machucou a garota que sonhava em ser mamãe no futuro?
– Existem outras opções para ter um bebê. — Amélia morde seu lábio inferior, dando um sorriso nervoso logo em seguida. — Eu sei. Ainda é muito cedo para falar sobre isso. Eu faria isso quando fosse mais velha. — Diz a garota, finalmente comendo seu sorvete.
– Claro, você está certa. Desculpe. — Lia ficou surpresa ao ver o quão nervoso ele estava, e até pareceu um pouco assustado por ela não aceitar o pedido de desculpas dele.
– Pelo que você está se desculpando, bobo? Você não precisa. — Ela ri para não incomodá-lo, pegando a mão dele para segurar na sua, dando um leve aperto para que ele saiba que está tudo bem. Não foi nada bom, na verdade.
Tate gostou de ter a mão dela na sua. Gostou da sensação, do calor que sentiu em seu corpo, do modo que seu corpo reagiu a isso. Seu coração chegando a errar as batidas, o frio que sentiu em sua barriga e o deixou meramente confuso. Era só ele? Ou ela também sentia isso?
O que é que foi isso?
Por que ela o afetava tanto?– Obrigado. — Ele sorri, agarrando a mão da garota de volta, levantando-se, automaticamente, levantando-a com ele. — Por que você está me agradecendo? — Ela pergunta, confusa.
– Obrigado por ser minha amiga. Eu gosto de como isso é. — A resposta foi única, enquanto ele a puxava de volta até o mar. — Também não quero perdê-la, Amélia.
Collins sorri, levantando as mãos dos dois juntos até a altura do peito dele, para que ele possa ver.
– Prometa-me, por favor. Eu quero ouvir você dizer. — Como uma facada no peito de Amélia quando ela ouviu suas súplicas, ela não queria mentir. Tate estava se tornando uma pessoa importante em sua vida. Mas, por que tudo o que tinha que acontecer era tão cruel? Por que ela teria que deixar Tate mais tarde? Por que ela estava sendo forçada a fazer isso?
Por que ela teve que se aproximar dele para depois deixá-lo?
Por que aquelas coisas só aconteciam com pessoas boas?
– Eu prometo ficar com você até onde eu conseguir. — Um sorriso fraco se espalha nos lábios da moça que, sinceramente, deixa um casto beijo nas mãos entrelaçadas dos dois. Uma coisa que Tate já havia percebido, ela gostava de toque físico.
O próximo movimento de Tate fez com que os sentimentos girassem em torno dos dois juntos. Seus braços envolveram o pequeno corpo de Amélia, seu corpo se curvou um pouco para que sua cabeça descansasse em seu ombro. Ela colocou as mãos nas costas de Langdon, tomando cuidado para não deixar cair nenhum sorvete nele, e posicionou a cabeça na curva do pescoço dele.
O abraço foi caloroso e esperado por ambas as partes.
Foi nesse momento que Tate descobriu onde queria estar. Nos braços de Amélia.
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Nᴏ Wᴀʏ Oᴜᴛ • ᴀʜs
Misteri / ThrillerDe Boston para Los Angeles, a família Harmon se muda após um ato malfeito do homem da família, Ben Harmon, para que ele tentasse reconstruir os laços que ele perdeu. Não aceito adaptações. PLÁGIO É CRIME! ...