SR. ETTORE

A Nova Antiga Vida

Os olhos daquele desconhecido eram iguaizinhos ao do bebê em meu colo. Porque ele me olhava como se eu fosse a única coisa que importasse em sua vida.

__ Amor...__ Ele me chamou de amor.__  Onde você esteve? Cheguei a pensar que você...__ Ele estendeu sua mão e tocou meu rosto.

O toque a seguir me fez ter uma enxurrada de lembranças que me deu até tonturas. Graças a ele, minhas lembranças estavam voltando como num filme em que colocamos no modo rápido.

Tudo foi tão rápido e sagaz que quando dei por mim, alguém já me carregava no colo, eu estava desmaiando.

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__ Ela passou nove meses longe de mim, nove meses. Eu a perdi por nove meses, mereço saber o que houve.__ Aquela voz... Enrico.

__ Meu bebê.__ Sussurrei ao abrir os olhos.__ Onde estou? Cadê meu filho?

__ Angie.__ Enrico chegou mais perto e eu chorei como uma bebê.__ Estamos no hospital.

__ Enrie.__ O abracei fortemente.__ Eu tive medo, eu não lembrava de nada. Eu não conseguia lembrar de nada.

__ Fique calma.__ Ele beijou minha testa.__ Que bom que voltou para mim meu amor.

__ Tentaram me matar, tentaram tirar a minha vida.__ Ele ficou sério.

__ Você lembra do dia que te levaram?__ Enrico perguntou.

__ Enrico, não encha ela de perguntas.__ Pude enfim ouvir a voz de Lídia. Ela estava diferente.__ Mas tarde vocês conversam sobre isso.__ O quarto estava lotado de gente.

__ Porquê aquele cara disse que aquele bebê é de vocês?__ Enrico travou o maxilar enquanto eu olhava para Vincenzo incrédulo.

__ Rick não é filho dele.__ O médico ficou envergonhado.__ Quantas vezed te falei para não agir como se tivesse algum poder sobre o menino? Você e eu somos amigos, mas não te dei a liberdade de sair por aí dizendo que é pai do Enrico, porquê você não é.__ Apontei para Vincenzo com fúria e só então notei o olhar bobo do mais velho.__ Ele é seu filho, Enri.

__ Meu Deus.__ Ele pôs a mão no peito.

__ Falando no bebê, onde ele está?__ Olhei para a porta.

__ Dona Fiorinna esta com ele.__ Vincenzo disse.

Lídia saiu para chama-la e alguns minutos depois a senhora que me ajudou muito atravessou a porta com meu filhote. Ele estava acordado e era um bebê muito esperto.

Sentei-me na cama e peguei o bebê, ele sorriu assim que me viu. Os olhos claros e o cabelo preto bem liso era como os do pai, apenas a cor mais escura um pouco lembrava que ele era meu filho. Suas covinhas lembravam cada vez mais que Enrico Ettore era o pai do meu filho.

__ Quer segura-lo?

__ Quero.__ Ele já ama tanto o filho.

Rick foi tranquilamente para o colo do Enrico, ambos se deram tão bem quanto o luar em dias quentes, ou um achocolatado em dias chuvosos.

__ Você é perfeito, como a sua mãe.__ Enrico sussurrou para o bebê.

Tudo o que havia para ser esclarecido naquele momento foi esclarecido. Enrico e Vincenzo quase sairam na briga quanto Vincenzo pegou o bebê no colo e disse que queria ser o pai do moleque. Dona Fiorinna olhou feio para o médico e sorriu sem graça para mim.

Mas em minha cabeça, só se passava o dia daquele acidente. Mesmo com esse momento bom, o trauma daquele dia ainda me assusta como se estivesse acontecendo neste exato momento. Enrico uma vez me disse que eu era o seu ponto fraco, e talvez eles tenham feito isso para afeta-lo, mas conseguiram? Porque se sim, tenho que me afastar, a minha nova vida não pode ser inconsequente como a antiga. Agora tenho um filho, não posso arriscar perder o Enrico ou o Rick por causa do que sinto.

__ Eu sou seu pai.__ Rick sorriu ao ver Enrico falando.__ Obrigado por vir junto com a sua mãe.

__ Ele está com soninho Enrie, deixe-o dormir.

Havia voltado para casa, estava enfim no seio da minha família. Enrico e Rick se conheceram, eu lembrei de tudo, e o medo me assustava, na minha nova antiga vida eu ainda corro riscos?

Reta Final