Eu sei

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너는 깊은 바달 홀로 걷고 있었다
이제 널 놓지 않아
난 떠나지 않아

이제서야 이제서야
너의 바다가 보인다

- Your Ocean, Hoppipolla

O fim de semana de Dahyun foi conturbado. Ela mal conseguia dormir à noite, a cabeça estava cheia de pensamentos. Durante um dia, conseguiu ouvir pela porta a voz de Jihyo vindo do interfone, onde seu pai respondeu dizendo que estava de castigo.

Sua segunda-feira estava sendo sombria. Dahyun nunca tinha se sentido daquela maneira antes. Tinha ignorado completamente suas amigas ao passar pelos corredores, mas porque estava muito imersa em seus pensamentos para falar com elas. Não tinha visto Momo o dia inteiro, e aquilo a preocupou.

Após o almoço, em vez de ir à biblioteca como sempre, Dahyun foi ao gramado do pátio. Se sentou em baixo de uma árvore e tirou fones de ouvido e um caderno com caneta da bolsa. Como sempre, iria escrever trechos de músicas que se encaixavam com seus sentimentos passados.

Colocou sua playlist de músicas melancólicas no aleatório, e fechou os olhos para se concentrar na letra e escolher a que mais se encaixava com o momento. Então, mesmo com a música estando alta, a Kim escutou uma voz familiar a chamando.

Ao abrir os olhos, tudo havia parado.

Momo estava bem ali. Com um sorriso pequeno, acenando enquanto se aproximava.

Como ela se atreveria a fazer isso mesmo depois do que aconteceu no fim de semana? Como ela se atreveria a vir falar com Dahyun mesmo depois de tudo?

Dahyun pausou a música que tocava e tirou os fones, vendo a japonesa se sentar ao seu lado. Ela não entendia o humor indiferente da garota, ela jurava que Momo estaria irritada e nem pronunciaria uma palavra se quer para ela.

— Você tá bem? - Foi a primeira coisa que Momo falou para a Kim, o que a fez sentir seus olhos lacrimejando.

Dentro da coreana, desde o fim de semana, um oceano de emoções se revoltava em si. Como a água de uma represa se agitando para desabar. E foi isso que aconteceu. Dahyun desviou o olhar da japonesa e cobriu o rosto com as mãos, começando a soluçar alto.

Aquilo alertou a japonesa. Com certeza a dor que a coreana sentia naquele momento era maior que a sua por não poder sair em um encontro com ela. Momo suavemente afastou as mãos de Dahyun de seu rosto e puxou a cabeça da garota para apoiá-la no vão de seu pescoço, deixando a garota soltar tudo o que tinha ali. Os braços da Kim envolveram seu torso, e seu casaco umedeceu.

Foram em média cinco minutos de choro. E nestes cinco minutos, Momo não ousou pronunciar uma palavra se quer. Apenas acariciava o cabelo da Kim, deixando-a soltar tudo o que segurava. Ela sabia que Dahyun não estava bem, por isso foi até ela sorrindo quando a viu no gramado. Ela sabia que Dahyun precisava de alguém para abraçar, que ela precisava de um ombro para chorar.

Quando os nervos se acalmaram, Dahyun se soltou do corpo da Hirai e se ajeitou aonde estava sentada. Momo olhou atenciosamente para a Kim.

— Tá melhor agora? - Perguntou suavemente, vendo Dahyun olhar para si.

— Por que você veio falar comigo? - Momo fez uma expressão confusa. — Quer dizer, depois do bolo que eu te dei no fim de semana, achei que você fosse se afastar.

— E por que eu faria isso? - Os olhos de Dahyun começaram a ganhar um certo brilho. — Você teve seus motivos, tá tudo bem. Eu não vou te deixar tão fácil assim.

Um sorriso pequeno cresceu no rosto de Dahyun, que logo se desfez na outra frase pronunciada por Momo.

— A gente pode tentar marcar outro dia, ou então deixar as coisas como estão.

— Mas eu não quero deixar as coisas como estão. - Deixar como estão? Nem pensar! Era isso que Dahyun pensava naquele momento. O rosto de Momo ganhou uma expressão espantada. — Eu quero sair com você.

— Então, deixa que eu resolvo essa questão. - A mão da japonesa alcançou a da coreana, vendo a atadura no pulso. Ela não iria perguntar, pois sabia que era pessoal, mas achou estranho. — Eu vou tentar levar você pra um encontro, pode confiar em mim.

Dahyun apenas assentiu com um sorriso. Ver Momo determinada a ter um encontro consigo foi o suficiente para preencher o vazio em seu coração.

Voltando para casa, Momo mudou a rota usual, puxando a Kim pela mão esquerda para um posto de saúde que tinha ali perto. Dahyun entendeu automaticamente o que a Hirai queria fazer, e ficou feliz ao ver que ela estava fazendo aquilo sem pronunciar uma palavra de preocupação. Dahyun odiava ouvir as pessoas falando quando estavam preocupadas.

A Kim recebeu uma luva ortopédica dos médicos e foi até a esquina do prédio com a garota. Quando iam se aproximar do portão, Dahyun viu seu pai passando pelo pátio alto do prédio, e logo correu para virar a esquina com Momo. A Hirai não entendeu a ação mas seguiu a garota.

— Pode deixar que eu vou sozinha agora. - Dahyun disse olhando pela esquina, vendo se seu pai ainda estava ali.

— Ok então... - Assentiu confusa, vendo Dahyun dar o primeiro passo para virar a esquina. Mas antes, segurou sua mão, fazendo-a parar. — Se cuida, tá bom? Qualquer coisa, você pode me ligar.

Dahyun sorriu e virou o corpo para a outra, se aproximando e ficando na ponta dos pés para deixar um pequeno beijo na testa coberta por franjas da Hirai.

— Eu sei. Até amanhã!

Dito isso, Dahyun apertou o passo e foi até seu prédio, enquanto Momo ficou ali, parada na esquina com a mão na testa, com um sorriso torto e o rosto vermelho. Seu coração à mil por hora, como se fosse sair de seu peito.

Com certeza aquilo foi um sinal da coreana de que realmente ela não quer deixar as coisas como estão, ela quer dar o próximo passo. Isso deixou a japonesa cheia de esperanças.

Little Miss Perfect - DahmoOnde histórias criam vida. Descubra agora