Como Gelo, Sunghoon... (JAKEHOON)

0.16 Amar se torna cada vez mais emocionante.

0.16 Amar se torna cada vez mais emocionante.

Duas semanas.

Em duas semanas eu me tornarei oficialmente maior de idade, e por algum motivo esta informação me assombra.

Eu acordei hoje esperando não ser atacado por uma grande onda de ansiedade, mas foi impossível. Há dias venho pensando na maioridade, é um passo e um marco importante na vida de qualquer um, é simplesmente o começo da vida adulta e a despedida da adolescência.

A maioridade não me assusta de verdade, é apenas uma pequena ansiedade pelas transformações que vão acontecer na minha vida. Venho conversando há alguns dias sobre isso com hyung e descobri que é uma ansiedade muito comum. Chama-se medo.

E tudo bem, é completamente normal. Só não posso esperar que isso tome conta por completo dos meus pensamentos. O que tiver que acontecer irá acontecer.

Penso sobre isso durante a sessão da psicóloga de Sunghoon. Ele finalmente decidiu uma data e me levou junto de si para finalmente conhece-la. Eu poderia aproveitar a brecha e desabafar sobre meu pequeno medo em me tornar maior de idade. Mas ainda é tudo muito cedo, o foco é ele. Apenas ele. Park Sunghoon. Não posso desviar a atenção para mim.

Durante a sessão, fiz o máximo que podia para deixar o coreano a vontade. Nós dois conversamos por alguns minutos e até rimos descontraidamente como se a profissional da saúde não estivesse a nossa frente, analisando e ouvindo cada segundo de nossa conversa.

Não posso negar, é estranho que ela tenha sugerido essa terapia entre três pessoas. Normalmente, o sigilo é muito prezado pelos profissionais, me pergunto o que Sunghoon dissera a ela para faze-la mudar de atitude.

Por fim, após alguns minutos respondendo as perguntas da psicóloga - tanto eu, quanto Sunghoon - finalmente nos vemos em estado de silêncio. Conversar sobre cada detalhe da vida de outra pessoa pode se tornar exaustivo as vezes, mas eu me alívio por se tratar de Park Sunghoon.

O maior encara o chão, enquanto esfrega os dedos uns nos outros em um claro sinal de ansiedade enquanto a adulta anota algumas coisas até então desconhecidas em seu caderno. Em apenas alguns segundos sua pele branca se torna vermelha, e eu sei que preciso pará-lo de se torturar. Seguro em sua mão, e sorrio assim que nossos olhares se cruzam.

Ele se aproxima mais de mim e deita a cabeça no meu ombro. Aproveito a deixa para acariciar suas mãos e livra-lo de pelo menos um pouco da dor que causou a si mesmo. Ele parece agradecer ao que me acaricia de volta.

Finalmente, a psicóloga volta a atenção para nós.

— Desculpe, às vezes costumo ter erros de caligrafia.

Ela tente descontrair, Sunghoon ri nasalado amolecendo o corpo no meu. Percebo imediatamente que ele relaxou.

— Bom, espero que estejam prontos. Pode ser que seja muita informação para ser processada, então peço que fiquem atentos ao que vou dizer a seguir, certo?

— Falando desse jeito, parece que vai dar o diagnóstico de uma doença incurável. — Sunghoon diz. A mulher sorri de leve folheando seu caderno.

Talvez seja um diagnóstico de uma doença incurável. Mas de uma doença psicológica incurável, e Sunghoon provavelmente sabe muito bem disso, por isso faz tão pouco caso. Tudo o que eu queria é que ele desse mais valor aos seus problemas psicológicos.

— Bom, não sou a profissional indicada para dar diagnósticos, então vou encaminhar Sunghoon para um psiquiatra para que ele possa analisar minha teoria.

— Por favor, não me diz que me chamou aqui só pra dizer que não vai me falar meu diagnóstico.

— Não é um diagnóstico, Sunghoon — Ela responde calmamente. — É um relatório que será enviado a um profissional adequado para analise.