Chamas.

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Capítulo 01

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ー Quente... 

Há um ardor sobressaindo de minhas costelas até chegar em meu rosto.
Sinto dores por todo meu tronco, minha cabeça latejava, me deixando tonta.
Abro meus olhos suavemente, podia ver-se um clarão tomar conta de minha vista, e invadir toda minha mente. Era fogo. Fogo ardente com chamas altíssimas que consumiam, uma casa. Era uma casa enorme e moderna... Me parecia familiar.

Sempre que me lembro dessas cenas... Penso em ter visto alguém. Um cara alto e másculo, eu podia ver seus cabelos reluzirem à luz das chamas. Tão vermelhos quanto o fogo, e brilhantes quanto as faíscas.
Mas antes mesmo que eu possa descobrir quem é...

Acordo com um som alto que ecoava sobre todo o cômodo. Um vento frio soa, fazendo com que todo meu corpo se arrepiasse em resposta. Vejo que o abajur da luz fraca e meio amarelada iluminava o quarto em desordem. Acabei pegando no sono e esqueci as janelas abertas.
Uma chuva intensa caía do céu, cobrindo as árvores e o jardim da casa vizinha, e trovões revelavam gatinhos namoradeiros sobre os telhados, correndo, fugindo do aguaceiro.
Suspiro observando o amanhecer. Meu despertador nem sequer havia apitado ainda, com certeza eram 4 am. ー Fecho as janelas velhas com dificuldade. Acendo as luzes e enquanto andava em direção à porta, quase tropeço em algumas almofadas e roupas jogadas pelo chão.

ー Queria muito que toda esta bagunça significasse algo que não fosse desânimo e cansaço... ー Digo à mim mesma e vou para a cozinha.

Pego uma caixa de chá amassada dentro da geladeira, acendendo o fogo, para esquentar a chaleira. Preferia esperar a água esquentar de acordo com o tempo, do que, deixar com que uma tecnologia fútil fizesse esse trabalho por mim.

Fito o fogão da pintura meio desbotada.

Há um tempo, quando tive esses pesadelos pela primeira vez, confesso que sempre tive medo de cozinhar , temendo o pior.
Mas agora, após tantas repetições, acabei me acostumando.
Todas as noites, este mesmo sonho, Fico me perguntando quando acharei a resposta para isso tudo.
Massageei minhas têmporas, o sono ainda me incomodava.
Enquanto esperava pacientemente pelo chá, decido voltar ao meu quarto para pegar meu diário. Sempre descrevo as mesmas cenas, com esperança de que algo mudasse, com expectativas de encontrar a verdade.
Por mais que, já se passara quase 2 anos e nada...

Desde Dezembro do ano passado, quando meus tios decidiram me mandar para Seattle, para ficar com minha avó. Lembro - me que recusava a ter que ir para lá, então fugi de casa. Parecia o melhor a se fazer. E sempre estive certa quanto a isso, até hoje. Mas foi daí que comecei a ter esses sonhos estranhos e perturbadores, incomodando minhas noites frequentemente...
Tia Sally me disse que meus pais haviam falecido em um acidente de carro, eu acreditei nisso por muito tempo, mas vamos cair na real né. Nem todo ser é burro o suficiente, para confiar, nas mentiras que um adulto irresponsável conta. Eu podia ser ingênua, mas isso não anula o mal caráter daquela mulher. E seus olhos sempre contavam a verdade.
Sally, nunca, jamais. Fora a tia que deveria ser.
Festeira e sonsa. Não sei como, minha guarda havia sido dada à ela. Uma prostituta nem um pouco discreta. Tenho muito oque a agradecer, pelos remedinhos de dormir que me dava todos os dias. Bebia com enorme prazer...

SANGUE REAL ㅡ  Livro 01Onde histórias criam vida. Descubra agora