Oferta tentadora.

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Capítulo 05

Estalos altos e estrindentes.
Pés pesados rachava galhos ao meio conforme andava. Deixando-me tensa, repensando a decisão de ter vindo pela segunda vez.
Eu me levanto calmamente do chão, meu sangue pulsava quente em minhas veias, percorria minhas artérias com determinação. E um embrulho cobrira meu estômago. Estava com medo, medo do que poderia ser.
Mas apesar disto, tomo coragem o suficiente para dar uma espiada.
Então caminho vagarosamente até uma árvore próxima, me colocando defrente à uma escuridão sem fim.

[ ... ]

Acordo num pulo ameaçador, algo incomodara meus sentidos. Minha cabeça doía ao tentar me desvencilhar dos cobertores da tenda.
Meu corpo estava quente e adrenalina pulsava em dentro de mim, contudo estou cansada demais. O fogo queimava minhas costelas e subia pelo meu osso espinhal, denunciando a noite de tormento que tive.

No entanto permito-me pensar no que acontecera noite passada, pouco antes de desesperadamente eu me deitar e caír no sono.
Lembro apenas de olhos ferozes e bestiais, cuja cor era deu um azul meio duvidoso ao preto, um Rubi. Com certeza não os perceberia se não reluzissem à luz do luar, estavam tão ocultos e dispersos nas sombras que fora apenas um borrão de lembrança.

Florence estava deitada, dormindo tranquilamente. Sua expressão calma emana sonhos agradáveis e adoráveis, me dando uma sensação de repulsa.
Adoráveis uma ova, tinha certeza de que, oque se passava por aquela cabeça podia ser tudo menos adorável.

Pego o celular e o ligo, vendo as horas.
Eram 7:44 da manhã. Logo abaixo do horário a barra de notificação continha algo.
Uma ligação perdida.
Observo em silêncio pensando em quem poderia ser, já que raramente recebia ligações.
Bocejo ー Os pássaros cantavam quando eu saí da barraca, as árvores se movimentavam com vento veemente que soprava. Me encolhi por um momento.

Olhei em volta e vi que algumas pessoas já haviam acordado. Então me direciono onde a fogueira tinha queimado incessantemente no dia anterior.
Vejo que nem Bram, tampouco Everret haviam acordado ainda. Talvez estivessem dormindo, ou decidiram que após gastarem tanto dinheiro em lanches noite passada fora o suficiente.
Não me incomodo com a ausência deles e vou tomar café. Havia uns três frigobar, cheios de delícias, devorei então dois sanduíches de Presunto e mussarela.

[ ... ]

Já se passara das 11h, agora todos haviam despertado , inclusive Bram, Everret e Florence.
Bram propunha nós á fazermos uma trilha até o topo da colina, disse que lá haveria uma casa para ficarmos durante os dias de acampamento. Talvez ficasse perto do banco onde fomos ontem... Ou não.
Todos decidiram ficar por mais tempo. E eu desocupada, também quis ficar, e irei.

As barracas já estavam desmontadas, e cada um levava consigo mochilas e bolsas enormes com as coisas do acampamento dentro.
Eu também levava, era uma mochila larga, um pouquinho pesada, que um garoto qualquer me entregou. E fomos andando.

Enquanto eu andava com dificulidade, tropeçando nas pedrinhas que haviam no caminho, com um peso sobre as costas me deixando desnorteada, Florence desfilava sensualmente pela trilha dando tapinhas nas costas e cochichando com os meninos.
Ah, eles gargalhavam. Gargalhavam tão alto, que já estava me irritando, o som estrindente da risada de cada um me deixava atordoada, e sem paciência. Sem contar nos malditos espinhos que se apegavam às minhas pernas desnudadas abaixo do vestido.

SANGUE REAL ㅡ  Livro 01Onde histórias criam vida. Descubra agora