SANGUE REAL ㅡ Livro 01

Imersa em dúvidas

Capítulo 10

Aquele rosto. Eu o conheço de algum lugar...
Eles continuam a vir em minha direção, e eu me encolho. Pensando se devia sair dali o mais rápido possível pra não notarem, ou simplesmente esperar e ver.

Acabou que por fim, decidi ficar. Pode ser que apenas passem por mim. Ou talvez sejam um grupo de bullys em busca de uma presa. Apesar de que não temeria isso, faria eles beijarem meus pés enquanto choramingavam diante de mim.

O moço de pele bronzeada e cabelos sedosos vem até mim. Á medida que ele se aproxima seu rosto fica mais visível. E aí que me dei conta que se tratava do mesmo cara que vi na cafeteria de Angeline.

Agora o mais estranho de tudo, e oque com certeza vai rondar minha cabeça durante o dia inteiro: Oque ele está fazendo aqui??

Sério, oque está acontecendo ultimamente?
Primeiro aquele lobo..: agora esse cara...

Acabo percebendo algo enquanto mergulhava em meus próprios pensamentos.

O Bram. Me lembro de te-lo visto com uma expressão um pouco sombria alguns dias atrás. Não sei se isso é apenas loucura da minha cabeça, mas suas pálpebras pareciam fundas, e de repente suas maçãs do rosto, ficaram vermelhas como vinho. Não parecia algo "normal".
Sei que poderia ter visto errado, mas o mais intrigante, como ele e Everret souberam tão rapidamente que havia um lobo dentro de casa, e... Por que não demonstravam nenhum medo? Suas expressões não demonstravam pânico, como se estivessem acostumados com aquilo.

Bom, talvez por que com a riqueza deles, tenham um tigre de estimação na mansão deles, sei lá aonde.
Ou acho que finalmente estou enlouquecendo de vez.

Sou tirada de meus pensamentos repentinamente. Aquele cara havia fechado a porta de meu armário e apoiado as costas alí. Tomei um leve susto com o barulho. Ele encarava meu rosto com uma pontada de curiosidade.

ㅡ Oi. Nunca imaginei a ver por aqui, se mudou pra cá? ㅡ Ele tinha um tom despreocupado na voz, e falando naturalmente como se nós conhecemos. Esquisito.

ㅡ Não sabia que me conhecia. ㅡ digo meio ríspida.

Ele faz uma pequena careta, ao nosso arredor alguns dos amigos dele observavam, pareciam estar esperando. E logo continua:

ㅡ Seu nome é Melissa não é? Ou talvez, Felícia... ㅡ Fez menção de por a mão á testa.

Me surpreendo um pouco. Não me lembro de ter dado nenhuma informação pra esse cara aqui.

ㅡ Como sabe meu nome?ㅡ ele solta um sorriso. Suas maçãs bronzeadas oscilam.

ㅡ Bom, seria estranho não saber o nome de uma das beldades de CN né? Ainda mais novatas.

Eu debocho discretamente. ㅡ Fico feliz que pense assim. Bom, se me der licença estou ocupada.

Ele não se move um centímetro, pelo contrário continua me encarando.

ㅡ Esse seu rosto... Curioso. ㅡ Ele suspira calmamente e enfim sai do caminho. ㅡ Te vejo por aí, Melissa.

Não o respondo. Apenas espero todos eles seguirem seus caminhos. E então saio dalí.

[ ... ]

Oque ele quis dizer com aquilo?
Curioso... Oque há de curioso em meu rosto?

Curioso é tudo isso... Como diabos ele sabe o meu nome!? Ou, oque faz aqui sendo que o vi a quase uma semana atrás em Gatlinburg.
Será que acabei caindo em uma dimensão alternativa enquanto sonhava?

Suspiro, trazendo ar aos pulmões cansados. Pode não parecer, mas estou muito preocupada com tudo isso. Quase sinto o desespero despencar pelas camadas mais superficiais da minha mente.

Continuo meu caminho para o dormitório. Ainda estou em dúvida do que fazer. Se passo horas na biblioteca lendo algum romance tóxico, ou vou direto para meu quarto mofar no colchão.

[ ... ]

Decido ir espairecer meus pensamentos bagunçados com um mergulho.
E logo me arrependo. A água está gelada, causando arrepios pela minha pele. Porém, não tremo ou desisto. Continuo firme. Eu preciso disso para lavar esse corpo sobrecarregado.
Vou até a borda da grade piscina e me preparo para dar um mergulho, arqueio um pouco as costas para dentro e me jogo. Sentindo tudo esfriar e minhas energias fluírem junto com a água, enquanto abano os pés e exploro a profundidade com os braços.
Tudo está calmo aqui. Sinto apenas um barulho escuro e fundo me rondar, nada de preocupações... Decido me aprofundar um pouco mais e fecho os olhos aproveitando o momento de silêncio. Onde minha alma descansa.
Até descobrir que o fundo era mais longe do que imaginei e minha respiração estava mais ansiosa do que pretendia. Logo me viro para cima para voltar à superfície. Porém estava difícil, estava fundo e meus braços estavam pesados.
Sinto um desespero surgir em minhas narinas, bolhas são soltas na água e eu não consigo suportar mais. Tenho que subir o mais rápido possível e não consigo. Estou descendo e descendo. Tudo fica escuro. Quando de repente, acordo.

Faz 3:00h de relógio que estou dormindo. Foi um pesadelo, assustadoramente tranquilizador, apesar de perder as forças.