XVI

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MEW




— Suba e jante comigo. - suavizo a voz o máximo que consigo.

Quem diria Mew Suppasit implorando pra jantar com alguém e não tenho nem garantia de que vou ter uma boa foda depois, levo minha mão sobre a sua e acaricio com o polegar.

Ele apenas me encara como se tivesse nascido um terceiro olho em minha testa. Seus olhos se desviam dos meus e recaem sobre nossas mãos juntas.

Afasta as mãos num puxão.

— Já estamos aqui, né? Fazer o que? - manobro o carro para dentro garagem e pegamos o elevador para a cobertura.

Gulf encara o painel que indica os andares como se pudesse fazer o elevador subir mais rápido.

Suas mãos fechadas em punho quase rasgando a pelúcia de gatinho, a pele de seu rosto começa a ficar úmida, conforme o suor escapa por seus poros.

— Você tem fobia. - o olho — Por isso prefere as escadas.

Sorrio, mas não com zombaria e sim pela constatação do porque ele subir todos aqueles andares de escada todos os dias.

— Você parece uma criança com medo de altura e eu não posso ter medo dessa coisa despencar comigo dentro? - um vinco começa a nascer em sua testa formando uma carranca.

— Claro que pode. - me aproximo — Mas nada vai acontecer.

Levo minha mão até sua nuca e trago sua cabeça para mais perto, fazendo recostar sobre meu peito. Sinto seu corpo relaxar a medida que meus dedos acariciam seus cabelos negros e macios.

Sinto sua mão alcançar a barra da minha camiseta e apertar o tecido, Deus eu sei que pode ser egoísmo meu, mas meu único desejo agora é que esse elevador pare e que nós continuemos juntos por muito tempo ainda.

Mas como num passe de mágica chegamos a cobertura. Assim que entramos Olga, prontamente vem ao nosso encontro.

— Boa noite, meu menino!

— Boa noite, vidinha! - deixo um beijo em seu rosto.

— Teremos visita para o jantar? - ela indaga ao perceber a presença dele atrás de mim. — Boa noite, senhor Kanawut.

— Boa noite! Pode me chamar de Gulf.

— Vou colocar mais um lugar na mesa, a senhorita Olivia pediu para ligar para ela, tentou falar com você o dia inteiro, mas não conseguiu. Disse que é sobre a gravadora.

***

Já de banho tomado coloco uma roupa leve, não perco tempo nem ao menos para secar o cabelo, apenas chacoalho a cabeça retirando o excesso de água e desço, Gulf está jogado no sofá ainda agarrado ao urso e mechendo no celular.

— Vamos, o jantar está servido.

Ele permanece na mesma posição apenas seus olhos percorrem meu corpo. Se levanta de modo preguiçoso e deixa a pelúcia em seu lugar.

— Você vai amar a comida da Olga, é a melhor comida que já provei e olha que já viajei muito. - seguro sua mão o guiando até sala de jantar.

O jantar correu muito melhor do que pensei, conversamos amenidades, assuntos sem muita importância, mas quando era ele que falava parecia que iria resolver todos os problemas do mundo.

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