Capítulo 1

467 43 60
                                    

Eu odeio comer só.

Marília sentou no seu habitual lugar no café da esquina perto do Palácio da Justiça. Seu trabalho como repórter de tribunal permitia uma hora de almoço que era gasta neste pequeno restaurante.

Sozinha.

Pegando outra porção da salada de laranja mandarim e tentou concentrar-se nas palavras do livro que tinha trazido como companhia.

Por que lia romance, de qualquer maneira? Se essas pessoas não eram reais. Eles não experimentavam a solidão banal de sentar em um café lotado, comendo sozinha. Todos os personagens pareciam viver vidas felizes de luxúria descuidada e finais felizes.

Aos vinte e seis anos, Marília duvidava que finais felizes existissem. Eles certamente não eram para ela.

Um vento forte dobrou seu guardanapo quando a porta da frente abriu. Lá estava ela novamente. Vestindo um terno feminino, que era o uniforme habitual de uma mulher que trabalhava na área de negócios. Saltos extremamente altos e uma bolsa ainda davam à mulher uma aparência profissional acessível. A tinha visto várias vezes neste café. Ela ligava seu laptop e comia um sanduíche enquanto estudava a tela com intensidade. Ela sempre tinha se admirado que ela não parecesse desconfortável comendo sozinha.

Focando novamente em seu livro, Marília sorriu. A mulher parecia um heroína destes livros de romance. Boa aparência, olhos castanhos escuros, um belo par de peitos e um grande senso de moral profissional, seria uma modelo ideal para uma das tolas histórias que ela apreciava. Em sua mente, começou a compor um trecho de um romance que poderia ter.

Cabelo escuro caindo em cascata pelos ombros e sua calça social marcando a cintura pequena ornando perfeitamente com sua bunda maravilhosa, ela andou a passos largos para o balcão e pediu seu sanduíche com autoridade.

"Bacon, alface e tomate, por favor." Seus olhos avelãs examinaram o café. O coração dela saltou para a garganta quando seu olhar encontrou o dela. O calor espalhou por seu corpo, e ela podia sentir seu rosto ruborizar quando...

"Com licença."

Marília sobressaltou quando a voz rouca interrompeu seu devaneio. Levantou o olhar e viu-se examinando os olhos avelãs com os quais tinha acabado de sonhar. Ela pigarreou nervosa. "Sim?"

Seu braço apontou para o salão, indicando a multidão. "Parece que não existe nenhum lugar livre para sentar. Posso compartilhar sua mesa?" O sorriso dela causou uma tremulação em seu estômago. "Prometo que não perturbarei você."

Qualquer comentário coerente que ela pudesse ter feito estava perdido, e tudo que pode dizer foi, "Claro."

Marília lambeu os lábios repentinamente secos e fixou novamente os olhos de volta para seu livro. Enquanto Maraisa conectava o laptop, ajeitou a cadeira e começou a comer, Marília sentou-se como uma pedra, desejando ser mais agradável ao gosto das mulheres.

Era suficientemente difícil encontrar uma mulher interessante e com suas preferências sexuais. Sendo tímida e além de tudo ser obcecada por fantasias obscuras, favorecia uma série de longas noites solitárias.

"Eu vi você aqui antes." A voz de Maraisa atraiu o olhar de Marília. "Você trabalha no Palácio da Justiça?"

"Sim. Sou repórter de tribunal. E você?" Ela soou tão cortês e formal para seus próprios ouvidos.

"Sou advogada." Maraisa respondeu brincando. "As pessoas normalmente deixam de falar comigo neste momento."

"Elas fazem isso?" Como podia ser? Não posso tirar meus olhos de você. "Eu gosto de advogados. Trabalho com eles o dia todo."

A MÁSCARA QUE ELA USA | MALILAOnde histórias criam vida. Descubra agora