Capítulo 7

194 18 0
                                    

Maraisa ficou parada fora da porta de Henrique, ponderando sua situação. Tudo nela desejava virar e ir embora. Marília não tinha ligado. Ela não apareceu na cafeteria. Seu silêncio era ensurdecedor.

Se admitisse a verdade, Marília estava profundamente ferida, mas não podia compreender por que. Ela tinha sido rejeitada antes. Teria dito alguma coisa errada quando ela contou sua história? Teria forçado muito a situação?

Esta era a primeira vez que em anos que estava se sentindo insegura consigo própria. Em uma Dom, isso era definitivo. O pior tinha sido quando Henrique ligou, solicitando que ela viesse à próxima festa, não tinha pensado duas vezes sobre vir. Que patético.

Maraisa não queria outra sub. Ela não queria participar esta noite. Ainda assim, aqui estava ela, esperando que Marília estivesse também. E então o que? Ele aguardaria impotente quando Henrique escolhesse outro parceiro anônimo para ela? Podia fazer isto? Agitou a cabeça. Sabia que não faria. Mas a necessidade de vê-la era maior que o medo de sua rejeição.

Ela bateu à porta e endireitou os ombros. Não podia afastar o sentimento deprimente que estava prestes a experimentar uma noite entediante. Ou pior, uma noite dolorosa e devastadora.

A festa estava fervendo, e haviam mais convidados que as duas semanas anteriores. Duas submissas fizeram contato de olhos com ela. Com resignação, ela virou as costas para partir quando de canto de olho, ela pegou um flash de olhos castanhos, cabelo loiro selvagem e um decote fabuloso. Era ela.

Marília. Sem máscara. Não. Henrique não estava à vista. Ao seu olhar direto, Marília abaixou os olhos e assumiu a posição submissa com as mãos apertadas à frente e a cabeça curvada.

Maraisa piscou. Ela estava se oferecendo como sub. Para ela. Ela tinha que saber o que aquilo queria dizer. Ela estaria no controle. Ela poderia tocar seu rosto, forçá-la a tocá-la. O presente que ela oferecia a Maraisa era imenso.

Em vez de tocar seu rosto, sua indicação habitual de aceitação, ela manteve a mão afastada. Maraisa viu um flash de castanho quando ela olhou para ela por suas pestanas. Então a mão de Marília pousou na dela, e ela a levou em direção a escada.

Parando no primeiro degrau, Maraisa inclinou sua cabeça para cima assim ela podia encontrar os olhos dela. Ela precisava de uma escolha, mas ela não iria conformar-se com algo menos da parte dela. Maraisa era a Dom. Ela era a sub.

"Marília, você está certa?" Ela endureceu a voz para dar a ela um gosto do que estava por vir.

"Sim."

"Sim o que?" ela exigiu.

Seus olhos alargaram e então escureceram como se sua ordem a tivesse excitado. "Sim, Mestra."

"Vá para o quarto que nós usamos antes." Ela ergueu seu queixo mais alto. "Nenhuma amarra esta noite, Marília. Vá para lá e espere por mim." Suas pupilas dilataram de medo desta vez, mas a força que ela admirava brilhava lá também. Marília contaria com a máscara para manter o controle? Ela verdadeiramente se colocaria como sub?

"Sim, Mestra."

Sua voz. Jesus, sua voz. Era rouca e sexy. Maraisa ficou excitada apenas de ouvi-la chamá-la de Mestra. E aqueles olhos. Ela sorriu. Manter o controle seria difícil. Um desafio que ela iria apreciar.

Seus olhos eram atraídos para aquele traseiro doce balançando na minissaia de couro preto. Marília estava usando saltos altos que ela almejava vê-la somente com isso. Marília olhou para trás sobre o ombro, e o fogo na profundidade de seus olhos quase fez com que Maraisa a perseguisse pelo corredor. Mas ela tinha que manter a mão dominante. Marília quis jogar como sub, mas sempre manteve o controle total. Agora, ela tomaria o controle dela. Pelo menos até que ela percebesse a alegria que a submissão completa podia trazer. Então estaria à sua mercê. Ele não podia esperar.

A MÁSCARA QUE ELA USA | MALILAOnde histórias criam vida. Descubra agora