Point of view S/n
Flashback on
Eu estava quase pulando pela janela da minha sala no hospital de tanta ansiedade, minhas mãos estavam suando mais do que o normal, meu coração parecia está em uma corrida de fórmula 1 de tão rápido q batia no meu peito, meu cabelo já estava mais do que bagunçado, já havia afrouxado minha gravata e aberto alguns botões da camisa social que vestia. Eu estava surtando. O motivo? Resolvi me declarar pra uma das médicas mais arrogantes do hospital Bonaventure, Morgan Reznick.
Morgan e eu já somos amigas há um tempo, quase 2 anos, e já estou sentindo coisas a mais por ela a quase 9 meses. E isso é assustador. Assustador porque ela não é a pessoa mais fácil de se conviver, todos a acham arrogante e bruta demais, acham q ela n tem sentimentos e não se importa com os outros, mas eu não a vejo dessa forma, por isso estou aqui quase tendo um ataque do coração. Pera..... Eu realmente estou tendo um ataque do coração.
Comecei a me desesperar quando comecei a ofegar em busca de ar e o ambiente ao meu redor parecia estar girando rápido demais.
- S/a você está bem? - Claire, minha melhor amiga, perguntou.
- Acho q estou morrendo - respondi com a voz falha enquanto cambaleava pra perto do sofá que havia ali.
- Calma, respira comigo. - se aproximou de mim segurando minhas mãos - vai dá tudo certo ,ok? Eu vejo a forma como ela te olha, tenho certeza q ela sente o mesmo. - diz enquanto acariciava minhas mãos.
Antes mesmo q eu pudesse responder, senti meu corpo pesar e tudo ficou preto.
[...]
Abro meus olhos devagar tentando me acostumar com a claridade. Olho em volta, estava em algum quarto e tinha uma agulha ligada no soro presa na minha mão, gemo de dor ao tentar me levar e percebo não está sozinha no local.
- S/a!! Você está bem? O que aconteceu? Você não se alimentou direito hoje? Eu te falei pra não pular o almoço! - Morgan dizia tudo muito rápido, quase não consegui acompanhar.- Morgan se acalme. - pedi.
- Me acalmar?! S/n poderia ter sido bem pior de Claire não tivesse lá pra te ajudar! - exclamou.
- Calma, acho q foi só nervosismo. Eu não sentia essa sensação há anos.- disse rindo e segurei suas mãos.
- Não faz mais isso comigo, eu fiquei preocupada. - murmurou me olhando nos olhos.
- Olha, me desculpe. Eu estava muito nervosa. Eu queria falar com você, mas.... Eu estava com medo. Com medo da rejeição, com medo de estragar tudo, com medo de me magoar e né magoar também. - disse rápido desviando o olhar.
- Sobre o que você queria falar? O que está de deixando ansiosa? - perguntou franzindo as sobrancelhas me encarando.
- Sabe quando você passa a perceber que as coisas que um dia te irritavam nas pessoas não te irrita quando é uma pessoa que você gosta? Eu passei a notar que as coisas que me irritam nos outros não me irritam quando é você quem faz. Quando você fala de boca cheia, não me incomoda. Quando você esquece suas roupas na máquina não me irrita. Quando você faz bagunça na cozinha tentando fazer uma receita nova não me irrita, quando você joga perfume pela sala mesmo sabendo que eu não gosto muito de perfumes fortes, não me irrita, quando você mexe no meu cabelo não me irrita, quando você invade meu espaço pessoal não me irrita. E isso é assustador. Porque eu passei a achar fofo a forma que se irrita quando não consegue abrir alguma coisa e como você odeia quando suas ideias não são aceitas pelo Andrews pra uma cirurgia. Eu acho fofo a forma como você fica toda encolhida no canto do sofá assistindo seu seriado favorito enquanto come um pote de sorvete. Sem contar em como acho lindo quando você sorri e quando você da uma risada meu coração fica quente e meu estômago começa a revirar. Eu amo quando você usa roupas pretas porque te deixa com cara de má e de chefona. Amo que você sempre aparece na minha sala sem motivo apenas pra se sentar e encarar o nada. Amo o fato de você tentar se dá melhor com seus companheiros de trabalho e seus pacientes. Amo quando você chega em casa e a primeira coisa que você faz é ir até a geladeira e pegar seu sorvete favorito. Amo que não importa a hora que você volta pra casa,você sempre passa no meu quarto e me deseja boa noite. Amo a forma como seu cabelo balança e as ondas dele me hipnotizam e principalmente eu deveria ser considerada masoquista por isso, mas eu amo quando você é má e mandona, porque isso te deixa tão.... Sexy. - pauso pra respirar e a olho - eu não gosto de te ver triste e definitivamente não gosto de te ver chorar, porque isso me deixa triste e tudo que eu quero é te abraçar, te ninar e mimar você até que você se sinta bem outra vez. Eu não gosto que os outros falam mal de você, porque por mais que você demonstre não se importar eu sei que se importa, e eles não te conhecem, então não têm o direito de falarem essas coisas de você e tudo isso né deixa com raiva e com vontade de xingá-los até a última geração. - paro e olho pra mesma - A verdade Morgan é que eu me apaixonei por você, por cada pedacinho seu, e suspeito que venho sentindo isso desde a primeira vez que te vi. E... Eu não quero te perder, por isso mantive escondido esses sentimentos por muito tempo, mas quando eu te vi com o Park naquele dia, eu senti meu mundo desabar. Não espero que vc me corresponda, só.... Não... Não me deixe. Eu darei um jeito de acabar com esses sentimentos e ... E tudo será como antes, eu prome..- fui brutalmente cortada por um par de lábios, de primeira eu não correspondi, mas assim que me dei conta do que estava acontecendo eu a beijei de volta.
Nos beijamos por um tempo até o ar começar a faltar nos fazendo finalizar o beijo, ela deixa mais dois selinhos nos meus lábios antes de se afastar completamente e me olhar sorrindo.
- Não ouse tentar acabar com esses sentimentos. - ela diz sorrindo.Suspiro me dando conta do que acabou de acontecer.
- Vc me beijou? - pergunto atordoada vendo a loira na minha frente ri e concordar - Puta merda ! Isso é insano... Então ... Isso quer dizer que... Você sente o mesmo?
Morgan me encarava sorrindo divertida, parecia gostar do que estava acontecendo.
- Sim. Eu sinto o mesmo. Só estava esperando você dá o primeiro passo. - se sentando na poltrona ao lado da cama ainda me encarando e detalhe o sorriso não saia do rosto dela.
Não sei o que houve ali, só sei que nada sei e que me levantei da cama arrancando a agulha no processo e a abracei forte, cheguei a girá-la em meu aperto e gritei, gritei pra todo mundo ouvi e fodasse.
- MORGAN REZNICK CORRESPONDE MEUS SENTIMENTOS!!! CHUPA SEUS BANDO DE INVEJOSOS, ELA É MINHA AGORA!! - a mulher agarrada a mim apenas ria.
Aquele foi de fato o melhor dia da minha vida.
Flashback off
- e foi assim que eu e sua mãe começamos a namorar....- termino de contar a história pro garoto deitado em meu peito, reparo q o mesmo já está dormindo e deixando um beijo em sua cabeça.